terça-feira, 4 de dezembro de 2012

POVO INSOLVENTE

Os pássaros já não voam
E a terra engole os sonhos

Os judas andam à solta
São Galantes da opinião
Sugam e malham as gentes
Os esponjas da evolução

Traficantes da injustiça
A viver da podridão
Eis a sociedade mórbida
Onde reina a servidão
Já só vingam os vilões
Nos jardins da nação
  O Povo não vive nem morre
É erva de fado no chão
A paisagem é dos iníquos
Dos impunes a civilização

Por entre a rama opulenta
Homúnculos do dia-a-dia
Espreitam a luz já coada
Nas faixas da fantasia

Os pássaros já não voam
E a terra come os sonhos

António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

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