segunda-feira, 3 de julho de 2017

CASAMENTO-CIVIL TAMBÉM PARA HOMOSEXUAIS NA ALEMANHA




A lei passou no parlamento alemão (HNA,30.06), com uma maioria clara votada por SPD, Verdes, Linke (Esquerda) e 75 deputados da União.

A chanceler, para não ver uma lei passada no parlamento com os votos do parceiro de coligação SPD e oposição, adiantou-se a uma “quebra de coligação”, com uma espécie de acto à la “Geringonça”.
Ângela Merkel, que é contra o “casamento para todos”, possibilitou a lei do “casamento para todos”, usando do estratagema da desvinculação da coerção disciplinar partidária do seu grupo parlamentar, para que os deputados da CDU/CSU votassem segundo a própria consciência e não segundo a vontade do partido ou fracção parlamentar.

Deste modo Merkel adiantou-se à vontade do partido e a um motivo, que muitos tinham, de votar no SPD, Verdes e Esquerda, que pretendiam votar tal lei, caso alcançassem a maioria nas próximas eleições; impediu ao mesmo tempo uma votação tipo “geringonça”, impossibilitando uma espécie de quebra da coligação, uma vez que o SPD queria ver já a lei em vigência.

Esta foi uma medida maquiavélica de Merkel, de reforço do poder e para não dar lugar à passagem de eleitores de uns partidos para os outros. Merkel conta que muitos dos membros do próprio partido esqueçam esta medida até às eleições em setembro.

Coisas da democracia partidária: um passo em frente na igualdade legal e na confusão de terminologias; ficará a diferença uma questão de semântica entre casamento e matrimónio?
A lei fundamental e as decisões do supremo tribunal entenderam até ao presente por casamento apenas a ligação entre homem e mulher.




Independentemente de entrar aqui numa discussão sobre defesa da família e valores, com esta lei, facto é que o poder institucional e do Estado cedem em favor do poder do indivíduo.




António da Cunha Duarte Justo

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