A Abstenção de 68,6% não prova Consciência europeia
António Justo
O PS ganhou as eleições europeias com 33,38% dos votos (9
eurodeputados), o PSD 21,94% (seis deputados), a CDU (PCP) 6,88%, (dois
deputados), o BE 9,82% (2 deputados), CDS: 6,19% (1 deputado), o PAN 5,08% (1
deputado), Brancos e nulos 2,1%, a Aliança 1,86% e outros 7,8% (1). Portugal
tem 21 eurodeputados (a).
Houve 6,54% (brancos e nulos) que deste modo demonstram
indignação, protesto ou desconfiança destes eleitores na classe política. Estes
como os outros votantes revelam consciência de cidadania.
A abstenção de 68, 6% constitui um problema para a
democracia, mas os partidos vivem com ela segundo a fórmula: o que conta é quem
é eleito (b).
Com tal abstenção os prognósticos tornam-se difíceis em
relação às votações futuras e deveria constituir um quebra-cabeças para a
democracia partidocrática!
Talvez quando todos os partidos colocarem nos seus
programas de eleitorado o combate à corrupção e se empenharem na defesa das
causas ambientais e dos portugueses em geral certamente o eleitor terá mais
interesse em votar. Culpar os absentistas por não votarem não é recomendável
tal como o culpar o adversário, porque isso ainda é fruto que alimenta a viver
à sombra da bananeira cómoda do não pensar. A fadiga eleitoral e falta de educação
política das massas revelam-se como erros do sistema, tornando-se descabida a
crítica generalizada contra o povo abstencionista.
Se é verdade que a abstenção não
elege, pelo menos, deveria fazer pensar: não será que corremos o perigo de sob
o nome de democracia abusarmos da partidocracia a ponto de não termos
legitimidade para agir em nome do povo?!
No jogo em campo da democracia, abstenção é, para alguns,
uma rasteira e uma tentativa de colocar os representantes dela em “fora de jogo”!
Quem está descontente e a quem os programas dos partidos não agradam, deveria
votar em branco ou voto nulo. Assim demonstraria o descontentamento e
consciência de cidadania!
António da Cunha
Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=5461
(a)
https://observador.pt/especiais/eleicoes-europeias-os-resultados-pais-a-pais/
(b) Como
Abílio Lousada bem resume em relação a Portugal, “a matemática não engana,
porque, de facto: Eleitores Recenseados: 10.600.000
Eleitores Votantes: 3.328.400
1.° ABSTENÇÃO – 68,6% [7.271.600]
2. ° PS – 10,5% [1.111.650]
3.° PSD – 6,9% [728.900]
4.° BE – 3,1% [326.100]
5.° BRANCOS/NULOS – 2,1% [230.000]
6.° CDU – 2,1% [229.650]
7.° CDS – 1,9% [206.350]
8.° PAN – 1,6% [169.750]
9.° Restantes Partidos (11) – 3,1% [326.000]”
Eleitores Votantes: 3.328.400
1.° ABSTENÇÃO – 68,6% [7.271.600]
2. ° PS – 10,5% [1.111.650]
3.° PSD – 6,9% [728.900]
4.° BE – 3,1% [326.100]
5.° BRANCOS/NULOS – 2,1% [230.000]
6.° CDU – 2,1% [229.650]
7.° CDS – 1,9% [206.350]
8.° PAN – 1,6% [169.750]
9.° Restantes Partidos (11) – 3,1% [326.000]”
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