quarta-feira, 13 de março de 2024

11 ANOS DE PONTIFICADO DE FRANCISCO

Parabéns ao Santo Padre e desejos de muita saúde para também poder coroar a caminhada que iniciou com o “Caminho Sinodal” com sucesso para o bem de toda a Igreja.

 

Aniversário da eleição do Cardeal Jorge Mário Bergoglio para Papa a 13.03.2013. Com o início do seu papado o eixo da história movimentou-se para Sul iniciando-se também um mundo multipolar. Inicia-se uma época que nos obriga a sermos mais regrados no ter para podermos todos ser mais!

 

Francisco interferiu em todas vertentes que hoje preocupam a humanidade com escritos como três encíclicas:

 

Luz da Fé (Lumen Fidei), de 2013 sobre a fé e que recolhe reflexões de Bento XVI

 

Louvado sejas (Laudato si) de 2015 sobre o cuidado da casa comum

 

Irmãos todos (Fratelli tutti) de 2020 sobre Fraternidade e Amizade social: propõe acções globais que superem as contradições do presente:  “De fato, quem não ama o próprio irmão a quem vê, não pode amar a Deus que não vê” (1Jo 4,20).

 

Escreveu também as exortações apostólicas: A alegria do Evangelho (Evangelii Gaudium)

 

A alegria do amor (Amores Laetitia)

 

Cristo vive (Christus vivit) aos jovens e a todo o povo de Deus

 

Querida Amazónia, exortação Pós-Sinodal dirigida ao Povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade.

 

As encíclicas encontram-se em várias línguas no seguinte Link: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals.html

 

Vale a pena ler para se entrar melhor no espírito do Papa Francisco

 

António CD Justo

 

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9167

terça-feira, 12 de março de 2024

O PAPA APELA A NEGOCIAÇÕES CONTRARIANDO A VONTADE DA NATO

 

Da Interpretação errónea das Declarações do Papa Francisco

 

No início de fevereiro, numa entrevista recentemente publicada na televisão suíça, sem nomear nenhuma das duas partes em conflito, (a Rússia ou a Ucrânia), o Papa apelou para negociações e disse: "Quando virem que estão a ser derrotados, que as coisas não estão a correr bem, devem ter a coragem de negociar". "Não tenham vergonha de negociar antes que as coisas piorem". "As negociações nunca são uma capitulação", disse o Papa.

Quando o entrevistador lhe perguntou se, por vezes, „não será preciso coragem para levantar a bandeira branca”, o Papa respondeu: "É uma questão de perspetiva. Mas penso que a pessoa mais forte é aquela que reconhece a situação, que pensa nas pessoas, que tem a coragem de levantar a bandeira branca de negociar".

O Papa não disse que a Ucrânia devia render-se, mas as declarações, pelo significado e influência que têm, provocaram grande polémica no meio político e nos meios de comunicação social. A expressão „ içar a bandeira branca" foi utilizado pelo entrevistador e o estranho é que políticos e jornalistas - à maneira política pós-factual - se tenham agarrado a essa expressão sem prestarem atenção ao que o Papa realmente disse, para assim colocarem a questão em fora de jogo...

Sabiamente, o Papa recusou-se desde o início da guerra a jogar apenas a cartada dos países da NATO porque conhecia também as cartas da Rússia e o que há dezenas de anos ia acontecendo na Ucrânia...

Em vez das palavras do sumo pontífice terem provocado na política e na opinião pública publicada, uma discussão argumentativa e factual sobre causas e consequências, tudo reage em conjunto como se fossem beligerantes...

Os mesmos que acusam o Patriarca ortodoxo de Moscovo Cirilo de apoiar a política do sistema russo interferem agora na opinião pública ocidental criticando o facto do Papa Francisco não apoiar a política dos EUA/NATO/EU...

Os membros da NATO teriam desejado que o Pontífice reforçasse a sua vontade de guerra para assim se tornar cúmplice e fortalecedor da propaganda noticiosa em via. As autoridades de Kiev reagiram como do costume, dado o seu credo partir do pressuposto que se encontraram do lado do bem e terem de “matar o dragão”! ...

Seria mau e lamentável se representantes das comunidades religiosas se deixassem envolver nesta guerra demasiado complexa como participantes do conflito, como fez o Patriarcado de Moscovo e um bispo ou outro evangélico e indiretamente algum católico...

Ao contrário de políticos europeus (EU) que estão a sustentar uma guerra por procuração, o Papa está a defender os genuínos interesses da Europa e do seu povo nesta guerra geopolítica que está a ter lugar na Europa e só vem beneficiar os EUA e prejudicar também futuramente a Europa toda.

O Vaticano não persegue interesses políticos de poder e num momento de conflito internacional pior que o conflito de Cuba pretende evitar a escalada para uma guerra terceira mundial, a ser preparada às escondidas. Que católicos tomem posição num sentido ou noutro faz parte da liberdade da consciência católica.

O Papa tem de permanecer neutro (por saber que a verdade não está nem num polo nem no outro) e para isso tem de manter uma posição aberta às razões dos dois lados pois o seu compromisso é de ordem superior: o empenho pela paz alcançado através de leis e conversações e a justiça. Em política não há o lado bom nem o lado mau porque a sua lógica é a defesa de interesses...

A tática de o Ocidente identificar a Rússia com a União Soviética é manipulativa e falsa: é como comparar a Alemanha atual com o regime nazista...

A abordagem da responsabilidade da guerra na Ucrânia terá de ser colocada no contexto dos interesses geoestratégicos nato/Rússia e de parte da população ucraniana que apoiava a Rússia e a outra parte que apoiava a NATO e a EU...

Em abono da verdade, jornais alemães citam, Sahra Wagenknecht, copresidente do partido BSW que afirmou: "O apelo do Papa para que se iniciem finalmente negociações de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia é corajoso e sensato". Francisco leva a sério a mensagem de paz do cristianismo e criticá-lo é uma falta de respeito. "Há muito tempo que a guerra na Ucrânia já não se trata de ganhar, mas apenas de morrer", disse a presidente do partido.

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9163

sexta-feira, 8 de março de 2024

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES – VALE A PENA LUTAR

            Luta por uma Matriz mental e social integradora da Masculinidade e da Feminilidade

 

A nossa sociedade é dirigida por uma matriz (baseada no patriarcado) que não age nem cede nada de graça nem com amabilidade – a sua causa é a competição, o lucro e não a simpatia – e por isso, enquanto não se criar uma matriz político-social justa a luta torna-se num imperativo, valendo a pena lutar por boas causas...

Continua também a haver abusos e violências, como mutilação genital, definição da feminilidade em serviço de funções sociais, etc....

O caminho certo seria o reconhecimento da complementaridade equitativa nos princípios da feminilidade e da masculinidade sendo para isso necessária uma transformação dos princípios orientadores da nossa sociedade...

A luta contra a matriz social masculina é inteiramente justificada porque não existe uma matriz de pensamento intelectual e social onde a masculinidade e a feminilidade se integrem e atuem de forma inclusiva e integral!...

Mas isto ocorre, em grande parte, porque o Estado não trata a feminilidade na sociedade da mesma forma que trata a masculinidade de caracter meramente funcional produtivo e técnico. O Estado e com ele os regimes políticos procuram impor à sociedade a matriz masculina porque a sua orgânica é toda ela baseada na masculinidade exacerbada. Áreas onde é necessária mais humanidade, como cuidados, são mal remuneradas e, portanto, muitas vezes deixadas para mulheres estrangeiras ou pessoas de condição social estanque...

Uma matriz social equilibrada de feminilidade e masculinidade, com o amor e a empatia como meta, teria então espaço para pessoas que esperam e acreditam. Nada surge do nada e se continuarmos a contar apenas com a matriz masculina continuaremos a precisar de lutas mais sustentáveis...

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em: Pegadas do Tempo https://antonio-justo.eu/?p=9150

quinta-feira, 7 de março de 2024

O CHANCELER ALEMÃO DISSE NÃO À ENTREGA DE MÍSSEIS DE CRUZEIRO TAURUS À UCRÂNIA

Então o Instituto de Pesquisa de opinião YouGov fez investigação na população sobre sua posição quanto à participação ou não da Alemanha no fornecimento de mísseis com alcance de 500 km à Ucrânia.

Os resultados da pesquisa foram:

28% de apoio

58% contra

31% opõem-se fundamentalmente a qualquer apoio à Ucrânia com armas alemãs

14% não fornecem nenhuma informação.

E 72% dos participantes da pesquisa apoiam a posição do chanceler no seu não ao fornecimento de mísseis Taurus.

A pesquisa foi realizada entre o 1 e o 5 de março.

A nível de eleitores dos partidos da coligação governamental encontra-se potencial para  discórdias internas:

Assim, entre os eleitores do partido Verdes, 48% são a favor e 36% são contra

No FDP, 34% a favor e 53 contra.

O SPD é fundamentalmente contra.

Quanto ao partido da oposição CDU/CSU

União (CDU/CSU), 38% são a favor e 49% votaram contra

Depois dos EUA, a Alemanha é o maior fornecedor de armas à Ucrânia cifrando-se em 28 mil milhões de euros em armamentos provenientes da Alemanha entregues desde 24 de fevereiro de 2022 à Ucrânia.

António CD Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9147

segunda-feira, 4 de março de 2024

Por que existem Guerras se 98% da Humanidade é contra elas?


MANOBRAS DA NATO

A 27 de Janeiro a NATO iniciou a operação “Steadfast Defender” que envolve 90.000 soldados durante seis meses. As manobras são feitas nas barbas da Rússia para que ela não se esqueça com quem está metida!... Cada parte procura treinar e mostrar os seus músculos à velha maneira imperialista!

A Bundeswehr está a participar com 12.000 soldados (1) e Portugal participa com 37 soldados.

Em 2023 a Nato tinha realizado a operação “Air Defender” com 250 aeronaves e cerca de 10.000 soldados de 25 países.

Estes exercícios e campanhas nos media procuram adestrar a capacidade de guerra e torna-la aceitável na população dentro de poucos anos. Na Alemanha Pistorius e Baerbock já anunciaram: “A Alemanha deve estar novamente preparada para a guerra”. De novo a Alemanha metida no assunto apesar de tudo e apesar do contrato 2+4.

Os objetivos de se preparar a consciência pública para a aceitação da guerra já estão em plena marcha, pelo que não há muitos obstáculos à sua aceleração.

Pesquisas internacionais mostram que 98% das pessoas não querem a guerra. Mas a guerra acompanha os povos através dos séculos.

O povo e o bem-estar do povo não são uma medida da preocupação direta dos governantes. O poder mantém as elites, independentemente dos sistemas, ao longo da História porque estas são o factor sustentável que dão consistência ao povo e os governantes sabem e abusam disso!

O pensamento imperial das superpotências é alimentado pela carência da grande maioria das pessoas na terra. O que vai valendo é que exigências individuais e o pensar democrático requerem um mínimo de prosperidade.

 

António CD Justo

Nota em Pegadas do Tempo:  https://antonio-justo.eu/?p=9133

domingo, 3 de março de 2024

DISCURSO DO GOVERNO ALEMÃO E FORÇAS ARMADAS EM CONTRADIÇÃO

 Chanceler Scholz e Ministro da Defesa Pistorius em Apuros procuram desviar a Bola para Canto

 

 .... Na teleconferência discorria-se sobre como seria uma operação com os misseis de longo alcance Taurus a ceder à Ucrânia, (com um alcance de 500 quilómetros podendo atingir Moscovo) de como os sistemas aliados poderiam ser usados e como poderia ser feita a explosão de uma ponte (certamente a ponte que liga a Crimeia ao continente).

Os russos espionaram e tornaram público o assunto (1.03.2024) e o governo federal confirmou o teor da teleconferência...

Por um lado, temos um chanceler sempre a repetir à população alemã que a Alemanha não enviará mísseis Taurus para a Ucrânia para não envolver a Alemanha na guerra com a Rússia e por outro lado, a nível de planeamento interno, generais alemães preparam-se para intervir na Crimeia...

Muito grave para a democracia e para a imagem do governo alemão foi a censura exercida pela Alemanha à informação sobre a escuta. Além de a atrasar nos meios de comunicação censurou-a. O Twitter social foi bloqueado pela Bundeswehr na Alemanha, segundo informação do Bild Zeitung...

Tudo águas nos moinhos de Putin, tudo pontos adicionais para a eleição de Putin, tudo descrédito de uma política ocidental já de si hipócrita! A guerra encontra-se em marcha!...

De facto, “oito países da Otan, incluindo Holanda, Espanha e Roménia, além da Alemanha, já compraram em janeiro 1.000 mísseis Scalps franco-britânicos, baterias de mísseis Nasams noruegueses e mísseis antiaéreos Patriot, fabricados nos Estados Unidos” (2). O ministro da defesa Pistorius alega que se trata de uma guerra de informação, o que é natural, mas cala a divisão que se dá dentro do próprio país e entre suas instituições, atendendo à pressão dos militaristas, à hesitação do Chanceler Scholz e à pressão da imprensa sobre o público!

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9126

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

CONTRADIÇÕES DEMOCRÁTICAS

Para se defender a diversidade e a imigração expressas na vontade dos governos europeus, outros grupos populacionais com opiniões diversas são demonizados ou excluídos, como se observa exemplarmente na Alemanha e na maneira como é canalizada a insatisfação das massas populares.

A   política de imigração, as exageradas medidas governamentais relativas ao Coronavírus, a guerra na Ucrânia e por último Gaza acentuaram a desconfiança das populações nos governos que com o seu seguimento de agendas alheias incrementam a divisão social e política cada vez mais insuportável.

Trágico torna-se, porém, o facto de vidas particulares, familiares e de amigos serem intoxicadas com posições partidárias ideologicamente envenenadas que, sem levarem em conta perdas de humanidade, têm a intenção de influenciar a opinião popular para rebuscadamente levarem a sua avante.

A Democracia cada vez se desacredita mais ao não aceitar pensares diferentes. E os principais demolidores estão a tornar-se os partidos políticos ao expressarem-se de maneira radical na negação das razões do adversário chegando mesmo a demonizá-lo.

A imigração desregrada constitui um problema cultural e social tal como qualquer posição xenófoba. Daí a necessidade de ser permitida uma discussão sem tabus em atmosfera relaxada sobre os aspectos negativos e positivos da imigração e assim se evitar uma discussão política preconceituosa de um lado e do outro dos polos interessados no negócio!

O político e economista Thilo Sarrazin escreveu o livro “A Alemanha abole-se a si mesma” e foi considerado “poluidor do ninho” político sendo, por isso, boicotado e difamado pela política estabelecida embora o livro oferecesse uma oportunidade para uma análise diferenciada da situação. Sarrazin explica os perigos do pensamento ideológico para a nossa sociedade e a nossa cultura política e descreve caminhos errados típicos.

A política é mal-aconselhada ao dar-se ao luxo de estabelecer temas tabus e ao pôr fora de jogo grupos incómodos ou então jogando-os uns contra os outros, como está acontecendo na Alemanha, em Portugal e por toda a Europa; enfim, a afirmação do poder através de ideologias encontra-se em estado exaltado!

Muitos políticos preferem ir de cabeça contra a parede a encarar a questão de maneira prática, racional e argumentativa. Certamente, se as populações também pensassem seria dificultada a praxis governativa atual, mas, a longo prazo, dar-se-ia uma evolução social e política.

António CD Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9102