No País dos Boys as Vacas deformam a Arena
António Justo
A abstenção do PSD no Parlamento português viabilizou a aprovação do orçamento do Estado para 2011.
O IVA passa para 23%; o vencimento na administração pública sofre uma redução de 5%. Além disso, são reduzidos, o já diminuto Abono de Família e outros sectores sociais.
Este orçamento deu-se sob pressão internacional que não compreende que Portugal não se tenha aproveitado da crise para disciplinar as despesas públicas. Tudo o que faz não passa, a nível internacional, de reparações de cosmética para o país de alguns vaidosos. O Portugal nação e povo continuarão à espera de reformas da administração e de instituições estatais. A impedir esta reforma está o facto destas constituirem, cada vez mais, a reserva para mordomias e o melhor lugar para a colocação dos “Boys”dum sistema partidário parasita.
Sócrates fundamenta as suas medidas de poupança na “confiança perante os mercados internacionais” e para assegurar o estado social e assim salvaguardar um modelo de sociedade em perigo.
O Governo ao ligar o seu destino político com a aprovação do orçamento para 2011 sabia que o Presidente da república teria de fazer tudo para que o orçamento passasse no parlamento. Assim se salvou a superficialidade e se evitou uma crise política e uma situação que levaria os especuladores internacionais a fazer de Portugal uma segunda Grécia.
Portugal quer reduzir o défice para 4,6 em 2011. Isto além de impossível, com as medidas anunciadas, reduz-se a um tratamento apenas a nível de sintomas. Para dar resposta às necessidades reais da nação seria eminentemente necessária uma reforma da administração pública portuguesa e uma nova mentalidade da classe dirigente. Os “Boys” portugueses procuram salvar a sua pele e os seus privilégios. Em Portugal o gasóleo para Iates está a 80 cêntimos o litro.
Na altura da crise internacional Sócrates branqueava a situação da economia portuguesa não fazendo as reformas então necessárias. No fito de ser reeleito não tomou a sério a missão de governar. Preocupava-se mais com a cura da imagem, aproveitando-se de toda a inauguração para cortar fitas e estar presente, sempre na dianteira da acomodada TV, quando a situação da nação exigia reformas, a longo prazo, para não perder o comboio a nível europeu. Com este orçamento Portugal continuará a mancar atrás da crise. O engarrafamento das reformas necessárias para Portugal é de tal ordem que exigiria uma coligação concertada ad hoc para salvar Portugal. Doutro modo as razões partidárias e o sistema político instalado, de mero serviço de clientelas, continuarão a afirmar-se à custa das razões dum Estado cada vez mais definhado. O governo, sem programa para Portugal, limitar-se-á a copiar mal algumas medias assumidas na Grécia.
Portugal é demasiado pequeno para poder sustentar a vaidade e a arrogância de grupos encostados ao Estado e ao oásis de instituições públicas.
Um povo pobre numa pobre nação lá estará sempre para pagar a factura. Em países sem elites responsáveis, os Boys do poder não gostam das vacas, porque estas desfeiam a sua Arena. E esta não pode cheirar a povo! Importa-lhes o seu papel e uma arena à sua altura: a capital!
Quem desejar o odor a povo que se dirija à província ou aos arrabaldes da metrópole!
A corrupção legal torna-se cada vez mais atrevida, por toda a parte em cargos de nomeação pública, em reguladoras ou em empresas privadas que oferecem mordomias de suborno a antigos políticos para simplificarem o seu trabalho de influência junto dos parlamentos e dos governos. O escândalo torna-se mais crasso em nações pobres como Portugal. Uma nação com baixa produtividade permite-se administradores públicos com vencimentos que deslegitimam qualquer sistema democrático. Em empresas ou instituições como PT, Banco de Portugal, Metro de Lisboa, Metro do Porto; ANA, STCP, Carris, Refer, Anacom, Autoridade Reguladora da Comunicação Social, CGD, AdP, Parpública, CP, ERSE: Entidade Reguladora da Energia, ISP: Instituto dos Seguros de Portugal, RTP, Lusa, TAP, etc., etc.
Seriedade e responsabilidade na política nacional são palavras estrangeiras. Lucidez e honestidade não são virtudes das nossas elites.
Para já, os Portugueses poderão contar com uma recessão da sua economia, apesar da economia alemã se encontrar de vento em popa.
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com
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5 comentários:
Prezado amigo:
Um dos nossos primeiros Presidentes da República, ía para Belém de carro elétrico!
Já não digo que a iiso se obrigue Cavaco ou Sócrates, mas lá que a frota de autos do Estado, das empresas públicas e municipais e as dos institutos públicos, podiam ser reduzidas em 1/4 , não tenho dúvidas!
Tirando o Instituto de Medicina-Legal, que é indispensável para perícias médico-legais e mais um ou dois, eu acabava com os outros todos, fazendo as suas competências regressar às Direções-gerais dos ministérios, de onde nunca deviam ter saído.
Todas as empresas públicas que há anos vão acumulando prejuízos (caso da RTP, CP, REFER, etc) deviam ser privatizadas.
De igual modo o nº de deputados podia e devia baixar para 151 ( na Holanda 150 chegam), tal como o nº de municípios, por fusão, devia baixar para 208, por exemplo.
E por aí fora...
Só que, para tanto, era preciso que tivessemos estadistas e não o atual PR (para nosso azar os que se candidatam contra Cavaco ainda parecem piores) e os atuais desgovernantes, sendo certo que na Oposição só se vê um Coelho ainda muito 'verde'...
Mas não podemos desistir. A luta por um país mais livre, mais justo e maisa solidário tem de continuar!
Um abraço amigo do Jorge da Paz.
Permita-me que comente aqui um tema que só muito indirectamente, se relaciona com o publicado neste seu texto.
De facto, Portugal necessita de uma forte ruptura sobretudo no que respeita às mentalidades e à assumpção de responsabilidades políticas.
Portugal necessita de uma justiça social (não de mais porque não existe nenhuma ou quase!)
E de liberdade... Hoje as pessoas vivem num clima de medo e intimidação.
Há meses colocámos uma petição relacionada com acumulação de verbas auferidas por cidadãos a quaisquer títulos (chamem-lhes subvenções, vencimentos, salários ou reformas).
Sei que milhares de cidadãos que gostariam de assinar a petição não o fizeram com medo piois era exigido o Bilhete de Identidade para a sua subscrição.
Assim, a petição (que agora parece ter eco na medida a ser levada a efeito por assim dizer o que nós peticionávamos) morreu na altura com umas centenas de subscritores.
Ainda assim, e porque o Senhor Doutor Garcia Pereira foi um dos cidadãos que muita satisfação nos deu por ter subscrito essa petição, gostaríamos de deixar aqui, e na pessoa do Doutor Garcia Pereira, um "Bem-haja" a todos quantos tiveram a coragem de assinar essa petição.
A realidade de hoje veio dar-nos razão quanto ao conteúdo da petição. Sabemos que não fomos os únicos a pedir esta medida. por isso, a todos aqueles que, como nós, se anteciparam na exigência de mais moralidade na Política e sobretudo, naqueles que têm o dever e obrigação de cuidar da "Coisa Pública".
Ser Ministros é ser "servidor" e não "dono" do País. E um servidor existe PARA SERVIR" e não "PARA SERVIR-SE" do país. Até sempre e mantenha a coerência, a verticalidade e frontalidade que sempre o caracterizaram.
Mais Vale Tarde do que Nunca!
Mais uma vergonha nacional. E estes gajos aprovaram o fim da taxa de televisão. Cobram-nos com a Energia eléctrica uma "taxa de difusão multimédia" que mesmos os que, como eu, não têm televisão em casa têm de pagar... Uma vergonha!! Sanguessugas. Rua com estes gajos. Que venham outros mais incompetentes. Estes estão a dar a Portugal o mesmo destino que os magnatas do dinheiro deram ao Titanic, obrigando o timoneiro a acelerar para surpreender os americanos! O preço já se sabe: afundou-se! Alguns dos ricos safaram-se (como em Portugal!) os pobres e da classe média, morreram... No país do FADO este não tem fatalmente que ser o nosso destino. Portugal A Caminho do Abismo. . Vamos mudar de rumo! Queremos ver Sócrates a limpar a porcaria que fez. Que se sentem todos no banco dos réus e que paguem a factura pelas trafulhices e logros que impingiram aos portugueses. Vejam o que se passa com os políticos na Islândia: choça também com os portugueses que roubaram e continuam a roubar. Bastava diminuírem dois salários (chorudíssimos!) aos incompetentes dos seus administradores (que ganham fortunas por mês) os prejuízos das maiores empresas públicas ficavam a ZERO. Já estamos a tolerar demasiados roubos! Teremos de mudar e levar a prática o refrão do nosso Hino: "À Armas! Às Armas! Contra os ladrões marchar, marchar...
Orçamento do Estado
Todos os nossos governantes falam em cortes das despesas, aumentar mais e mais impsotos e reduzir mais e mais os salários mas não dizem quais, e aumentos de impostos, a pagar pela malta.
Não ouvi foi nenhum governante falar em:
. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizá-los como no estrangeiro.
. Reforma das mordomias na Assembleia da República como, almoços com digestivos a € 1,50.
. Acabar com os milhares de Institutos que não servem para nada e tem funcionários e administradores com 2º ou 3º emprego.
. Acabar e extinguir as reformas dos politicos, gestores públicos e autarcas, somente permitindo reformas ou aposentações com mais de 65 anos ou mais de 42 anos de descontos efectivos para a CGA e ou Seg. Social.
. Acabar com as empresas Municipais e Públicas, privatizando estas, com Administradores de milhares de euros mês e que não servem para nada.
. Redução drástica das Câmaras Municipais, Assembleias, etc.
. Extinção das Juntas de Freguesia.
. Acabar com o pagamento de € 200 por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e € 75 nas Juntas de Freguesia.
. Acabar com o Financiamento aos Partidos.
. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc que se deslocam em uso particular pelo País. No estrangeiro isto não acontece.
Acabar com a aquisição de viaturas pelas Juntas de Freguesia, para passeios, roda dos milhões e pouco mais, com contratos de motoristas, ajudas de custo etc, quando essa actividade devia de ser efectuada por contratos de prestação de serviços a empresas de transportes privados, que são muito mais baratas e muito menos onerosas para os contribuintes.
. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia.
. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros.
. Colocar chapas de identificação ou pintura 60x20 cm em todos os carros do Estado.
. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e, respectivas estadias em Lisboa em hotéis cinco estrelas.
. Controlar o pessoal da Função Pública que nunca está no local de trabalho e que faz trabalhos nesse tempo, para o Estado, bem como actividades públicas e privadas.
. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos.
. Acabar com as várias reformas por pessoa, do pessoal do Estado.
. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.
.E por aí fora. Recuperamos depressa a nossa posição.
. Já estamos cansados, fica assim.
(PODE NÃO PARECER, MAS SÃO VALORES MENSAIS!!!!....)
-Mata da Costa: Presidente dos CTT, 200.200 Euros
-Carlos Tavares: CMVM, 245.552 Euros
-Antonio Oliveira Fonseca: Metro do Porto, 96.507 Euros
-Guilhermino Rodrigues: ANA, 133.000 Euros
-Fernanda Meneses: STCP, 58.859 Euros
-José Manuel Rodrigues: Carris 58.865 Euros
-Joaquim Reis: Metro de Lisboa, 66.536 Euros
-Vítor Constâncio: Banco de Portugal, 249.448 Euros (este é que pode pagar mais IRS)
-Luís Pardal: Refer, 66.536 Euros
-Amado da Silva: Anacom, Autoridade Reguladora da Comunicação Social, ex-chefe de gabinete de Sócrates, 224.000 Euros
-Faria de Oliveira: CGD, 371.000 Euros
-Pedro Serra: AdP, 126.686 Euros
-José Plácido Reis: Parpública, 134.197 Euros
-Cardoso dos Reis: CP, 69.110 Euros
-Vítor Santos: ERSE, Entidade Reguladora da Energia, 233.857 Euros
-Fernando Nogueira: ISP, Instituto dos Seguros de Portugal, 247.938 euros (este não é o ex-PSD que se encontra em Angola !! )
-Guilherme Costa: RTP, 250.040 Euros
-Afonso Camões: Lusa, 89.299 Euros
-Fernando Pinto: TAP, 420.000 Euros
-Henrique Granadeiro: PT, 365.000 Euros
E ainda faltam as Estradas de Portugal, EDP, Brisa, Petrogal, todas as outras Observatórios e reguladoras ... Vilanagem É um fartar enfim! E pedem contenção!!
Imaginem o que é pagar um Subsídio de férias ou de Natal a estes senhores:''Tome lá meu caro amigo 350.000 € para passar férias ou fazer compras de Natal''.
E pagar-lhes esta reforma ... É no mínimo imoral e no máximo corrupção à sombra da lei ... Até porque estes cargos não são para técnicos, Mas são de nomeação política .. É isto que lhes retira toda e qualquer credibilidade junto do povo e dos quadros técnicos.
OS NOSSOS IMPOSTOS ALIMENTAM ESTE BANQUETE, ONDE A CRISE NÃO BATE À PORTA E Onde há aumentos PARA SEMPRE Amigos
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