quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

1° DE DEZEMBRO COMEMORAÇÃO DA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

No tempo em que ainda se faziam revoluções por Portugal, o povo português, no 1 de dezembro de 1640, derrubou o representante da Espanha em Portugal e aclamou o Duque de Bragança, D. Joao IV como rei de Portugal! Com a passagem da dinastia de Avis para a de Bragança, restabeleceu-se a autonomia política de Portugal (1).

O golpe de Estado pôs fim à união ibérica (1580 - 1640) dos Filipes que tinham desgostado grande parte da população, devido à tentativa espanhola de anulação da independência portuguesa e à tributação exagerada. O conflito ainda se manteve até 13 de fevereiro de 1668, data em que Espanha reconheceu a soberania de Portugal e as suas possessões coloniais. A Restauração não era plenamente assumida devido ao conflito de interesses entre as classes mais ricas e a pequena burguesia/proletariado/camponeses.

A partir daqui o problema continua a ser o de manter a identidade nacional de Portugal, mas que se tem reduzido cada vez mais ao nível dos símbolos. De facto, as elites portuguesas dão a impressão de andarem de férias subsidiadas por países amigos da onça.

A aclamação de D. João IV iniciada com o golpe levou 28 anos a confirmar a restauração! O período da Restauração de Portugal (1640-1668) foi longo porque se tratava de legitimar o afastamento do domínio dos Habsburgos e afirmar o duque de Bragança já antes estimulado pelo cardeal Richelieu a insurgir-se contra os espanhóis. O facto de Filipe III (IV.) decretar a fusão do exército português com o exército espanhol implicava propriamente a absorção da nobreza portuguesa e uma maior ponderação das facções nobres entre elas. Sob o domínio dos Filipes Portugal tinha já perdido Ormuz para os ingleses (1622), e os holandeses tinham conquistado o Ceilão e Malaca, estabelecido no Brasil (1630, Pernambuco) e na África. Depois da aclamação de D. João IV ainda ficou muito trabalho por fazer. A devoção religiosa foi um dos factores da consolidação do inicial golpe de estado.

Na opinião de entendidos, o atraso estrutural de Portugal deve-se à estrutura económica e social do país, às lideranças políticas, à posição de periferia geográfica, à pobreza dos recursos naturais disponíveis e, eu acrescentaria, à tolerância de um povo pacífico e não exigente.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8015

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