quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

RIVALIDADES NA GUERRA DA UCRÂNIA ATRAVÉS DE GOVERNOS E BLOCOS

             Divergências no Governo alemão e Condenação dos EUA pela China

No governo federal há divergências entre o chanceler Scholz (SPD) e a sua ministra Baerbock (Verdes): Scholz arrasta-se como moderado e ela acelera como belicista.

 Scholz é contra uma guerra entre a Nato e a Rússia. A ministra dos Negócios Estrangeiros contraria-o no Conselho da Europa dizendo: "Estamos travando uma guerra contra a Rússia e não uns contra os outros."

Como refere a imprensa alemã, a China culpabiliza os Estados Unidos pela guerra na Ucrânia: “Os EUA são os que desencadearam a crise ucraniana", declarou à imprensa em Pequim a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning. Eles também são "o maior fator que alimenta a crise" e intensificam o conflito: "Se os EUA realmente querem acabar em breve com a crise e se preocupam com a vida das pessoas na Ucrânia, devem parar de fornecer armas e lucrar com os combates".

Na sua viagem por países da América Latina o chanceler alemão vê-se confrontado com perguntas desagradáveis e no Brasil, vê rejeitado o seu pedido de entrega de munições de tanques para a Ucrânia. Em vez disso Lula propôs o Brasil e a China como mediadores entre a Rússia e a Ucrânia e acrescentou: "Proponho fundar um clube de países que queiram trazer a paz a este planeta." Lula já se tinha pronunciado anteriormente sobre o presidente ucraniano Volodymyr Selenskyj: "Esse tipo é tão responsável pela guerra como Putin".

Não se descortina interesse pela paz: a prioridade é o negócio de armas e a aquisição das regiões ricas em matérias primas. Biden está empenhado no crescente conflito a escalar-se nas vizinhanças da China.  Por outro lado, a Alemanha com os verdes no Governo, (que são a ponta avançada dos guerreiros como se tivessem saudade de tempos passados!) está a acordar para a guerra exercitando um certo activismo no sentido de envolver a Nato nos próximos conflitos do mundo. Também o secretário geral da Nato anda já a rondar o mar da Ásia para tentar envolver os europeus (como lacaios dos EUA) numa futura guerra que também não seria nossa, mas das geoestratégias da USA, da China e da Federação Russa.

Tal como Scholz é também Biden contra a entrega de aviões caça (F-16-Jets) à Ucrânia. Tal escalada corresponderia a uma guerra aberta da Nato contra a Rússia. Selenskyj sente-se à vontade e interessado na progressão das suas exigências à Nato porque quem incentivou a Ucrânia à guerra e ao não cumprimento dos tratados de Minsk foi a Nato.

De facto, o Tratado de Minsk foi um acordo assinado por representantes da Ucrânia, da Rússia, da República Popular de Donetsk (DNR), e da República Popular de Lugansk (LNR) para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia, em 5 de setembro de 2014. No fracasso deste Tratado surgiu o Minsk II mediado pela França e Alemanha e ratificado pelo Conselho de Segurança da ONU. A Guerra civil começou propriamente em 2013 quando nacionalistas e europeístas se levantaram contra o seu presidente (Viktor Yanukóvisch) por este não querer assinar um acordo de associação da Ucrânia à União Europeia. Na guerra civil morreram 13.000 civis e 4.000 soldados.

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8261

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