Falta de Professores
António Justo
O Governo português não está a cumprir o encargo constitucional que o obriga à defesa e promoção do Ensino de Português no Estrangeiro para filhos de emigrantes.
As cidades de Kassel, Bad Karlshafen, Bad Arolsen, e Diemelstadt Rhoden, na Alemanha, encontram-se desde o dia um de Março sem aulas de português.
Apesar das associações de pais terem alertado o Ministério da Educação e o Embaixador, já em 2007, para a situação vagante de professor a partir de Fevereiro de 2009, o ME, como de costume, encerrou-se no seu autismo habitual mantendo os portugueses numa expectativa de súbditos, que não de cidadãos.
Este não é um caso isolado. O problema do ensino é um quebra-cabeças em muitas comunidades de emigrantes pelo mundo. Lisboa não toma a sério, nem os portugueses nem as suas estruturas nas embaixadas. De facto, a Coordenação-Geral do Ensino da Embaixada de Portugal na Alemanha já tinha feito uma proposta de ser colocadas a concurso as referidas cidades.
Temos uma classe política de ingratos que teima em viver à custa do povo trabalhador. Os emigrantes continuam a enviar 8 milhões de euros por dia para Portugal impedindo assim, juntamente com os apoios financeiros da União Europeia, que Portugal vá à falência.
Desde 1998 o ensino de Português no estrangeiro tem piorado, limitando-se à miséria administrativa mais preocupada em servir partidos e governos do que em encontrar soluções para os problemas dos portugueses.
Os portugueses a viver na Alemanha não querem perder a sua identidade cultural, por isso sofrem ao ver em casa os filhos que antes frequentavam assiduamente e com interesse as aulas de língua e cultura portuguesas. É preciso manter o bilinguismo não chegando uma desculpa política, de mau pagador, da integração.
As associações de pais sentem-se impotentes e sem fala perante políticos tão alheios à realidade e aos interesses da nação portuguesa e dos portugueses sempre mais castigados pelos governos.
Se é verdade, como dizia João Paulo II, que “a nação existe pela cultura e para a cultura” não chega o subterfúgio duma política de ensino desmotivadora em vigor, com programas virtuais, exames “ad-hoc” e ideias peregrinas desculpadoras de políticos que mais parecem mercenários do que representantes dum povo e duma cultura.
Os alunos luso-descendentes e, em especial, os pais, querem o português como uma língua de referência, querem continuar numa situação de bilingues.
Os alunos encontram-se inseridos em dois grupos sociais distintos que os levam a ter uma prevalência psicológica pelo registo português e pelo registo de língua ambiente, sendo o professor um alto modelo de identificação.
Esperamos que no dia 24 de Agosto, começo do novo ano lectivo em Hessen, as crianças venham a ter aulas. Para o ano lectivo 2900/2010 a Coordenao Geral do Ensino incluiu as referidas localidade na rede de ensino com um horário de 17 horas (15 lectivas e 2 para deslocações).
António da Cunha Duarte Justo
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