António Justo
Um viticultor da Renânia-Palatinado
produz, desde 2003, um “Vintage Port” procurando seguir na sua confecção o método
português. Até a pisa das uvas é feita com os pés.
Enquanto o vinho do Porto português
chega a incluir 40 castas de uvas, segundo o Frankfurter Allgemeine de 21.04.2012,
o Pfaelzer (alemão do Palatinado) usa apenas a casta “Cabernet Cubin” pelo
facto de amadurecer muito bem e ter um máximo de aroma. Enquanto as uvas em
Portugal são tratadas a uma temperatura de 25 graus, o viticultor alemão fermenta-as
a cinco graus. Aqui o direito de imitação atingiu o seu limite, revela o jornal
alemão, afirmando que se compararmos o Vintage Port do Vale do Douro com o da
Pfalz (Palatinado), “ao produto do Palatinado falta densidade de gosto,
complexidade aromática e profundidade”. A singularidade do vinho do Douro
vem-lhe do tipo de solo, das uvas, do clima e dos pipos, o que o do Palatinado não
pode oferecer. Contudo, o viticultor alemão conseguirá engarrafar com o vinho o
exótico do porto e a fé da ecologia alemã.
Numa sociedade de mercado de
massas importa menos a especialidade (mais para apreciadores) porque quem manda
é o consumidor e isto sabem-no bem os alemães que trazem para sua casa o que é
melhor, a nível de produtos, do estrangeiro.
Pelos vistos o Vinho do Porto é
como os portugueses, deixa-se integrar bem na Alemanha!
António da Cunha Duarte Justo
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