Os Heróis que a Democracia não produz!
Os Heróis que a Democracia precisa são heróis do Bem-comum
António Justo
Cada cultura,
cada ideologia elabora e produz a própria constelação de heróis e santos que
precisa. A cultura de guerra gera os heróis da guerra, a cultura comunista gera
os “heróis do trabalho”, a cultura mediática gera as estrelas, a cultura
religiosa gera os santos, a cultura árabe afirma os heróis mártires-bomba… Temos
heróis da guerra, do trabalho, dos média, da Igreja, do islão, só nos faltam os
heróis da democracia.
A Democracia não pode ser reduzida a uma máquina de
fabricar pessoas em série. Uma democracia viva precisa de heróis, carece de
cidadãos, que arrisquem a vida, por algo nobre; doutra forma, fomenta poltrões
e morrões.
No céu da nossa democracia só se notam estrelas
enganosas, estrelas cadentes. O Sol deixou de brilhar no horizonte. Os cidadãos
não mostram auréola e a cultura escurece. Uma cultura com horizonte precisa de
heróis porque neles se reúne a força do povo.
A democracia não pode estar predestinada a produzir mediania.
Ela carece de heróis próprios e os heróis que ainda não gerou são os heróis do
bem-comum.
Os heróis realizam aquilo que o cidadão normal não está
disposto a realizar na sua privacidade. São a consciência junta dum povo, encarnada
numa vontade firme de alguém que se sacrifique pelo bem-comum. Actos de
valentia exigem coragem e a disposição de entrega, até da própria vida, por uma
causa nobre a favor do outro. O santo e
o herói não têm medo do inferno nem da vida; não embrulham a vida em mordomias
e honrarias adquiridas à custa do fascismo do todos juntos.
A valentia do herói quer-se cultivada no dia-a-dia da
luta de cada povo; forja-se na luta contra o medo cultivado e contra a honra da
mais-valia usurpada ao povo, contra uma democracia de elites a querer viajar
sem bilhete.
O herói é o cidadão honrado que procura superar-se a si
mesmo, superar a adversidade, guiado por ideais nobres ao serviço dos outros. Ela
está consciente que a mediocridade arrasta mediocridade e o exemplo do bem
arrasta o bem.
Não podemos continuar a suportar uma democracia geradora
de mediania; a democracia está em perigo, precisa de heroísmo popular se quer
ultrapassar a miséria do pensar correcto do dia-a-dia e sair do medo da insegurança
assistida.
No momento do perigo, a nação consciente cria o heroísmo
correspondente. Precisamos duma cultura que produza políticos, heróis do
bem-comum, que exonerem a elite dos anti-heróis do bem-comum e da guerra.
António da Cunha
Duarte Justo
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