terça-feira, 17 de setembro de 2013

Os Heróis que a Democracia não produz!



Os Heróis que a Democracia não produz!
Os Heróis que a Democracia precisa são heróis do Bem-comum 

António Justo
Cada cultura, cada ideologia elabora e produz a própria constelação de heróis e santos que precisa. A cultura de guerra gera os heróis da guerra, a cultura comunista gera os “heróis do trabalho”, a cultura mediática gera as estrelas, a cultura religiosa gera os santos, a cultura árabe afirma os heróis mártires-bomba… Temos heróis da guerra, do trabalho, dos média, da Igreja, do islão, só nos faltam os heróis da democracia. 

A Democracia não pode ser reduzida a uma máquina de fabricar pessoas em série. Uma democracia viva precisa de heróis, carece de cidadãos, que arrisquem a vida, por algo nobre; doutra forma, fomenta poltrões e morrões. 

No céu da nossa democracia só se notam estrelas enganosas, estrelas cadentes. O Sol deixou de brilhar no horizonte. Os cidadãos não mostram auréola e a cultura escurece. Uma cultura com horizonte precisa de heróis porque neles se reúne a força do povo.
A democracia não pode estar predestinada a produzir mediania. Ela carece de heróis próprios e os heróis que ainda não gerou são os heróis do bem-comum.

Os heróis realizam aquilo que o cidadão normal não está disposto a realizar na sua privacidade. São a consciência junta dum povo, encarnada numa vontade firme de alguém que se sacrifique pelo bem-comum. Actos de valentia exigem coragem e a disposição de entrega, até da própria vida, por uma causa nobre a favor do outro. O santo e o herói não têm medo do inferno nem da vida; não embrulham a vida em mordomias e honrarias adquiridas à custa do fascismo do todos juntos.

A valentia do herói quer-se cultivada no dia-a-dia da luta de cada povo; forja-se na luta contra o medo cultivado e contra a honra da mais-valia usurpada ao povo, contra uma democracia de elites a querer viajar sem bilhete. 

O herói é o cidadão honrado que procura superar-se a si mesmo, superar a adversidade, guiado por ideais nobres ao serviço dos outros. Ela está consciente que a mediocridade arrasta mediocridade e o exemplo do bem arrasta o bem.

Não podemos continuar a suportar uma democracia geradora de mediania; a democracia está em perigo, precisa de heroísmo popular se quer ultrapassar a miséria do pensar correcto do dia-a-dia e sair do medo da insegurança assistida. 

No momento do perigo, a nação consciente cria o heroísmo correspondente. Precisamos duma cultura que produza políticos, heróis do bem-comum, que exonerem a elite dos anti-heróis do bem-comum e da guerra.  

António da Cunha Duarte Justo

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