domingo, 3 de maio de 2015

RIR ESTIMULA AS HORMONAS DA FELICIDADE - DIA DO RISO



Um dia sem riso é um dia enevoado e sonolento
António Justo
À primeira vista, a celebração do dia do riso parece descabida; mas até não é, porque pode tornar-se em ocasião para pensarmos sobre os seus efeitos e deste modo tornarmo-nos mais saudáveis, alegres e sociais.

O riso activa as hormonas que actuam nas células. É comunicativo, espalha alegria e faz bem à saúde do corpo e do espírito. Estimula o sistema imunológico, desce a pressão arterial e activa as energias de auto-cura; fomenta o optimismo, a coragem, a serenidade e facilita o contacto e confere sucesso social.

A Gelotologia é a ciência que estuda os efeitos do riso (terapias do riso e do humor). Investigadores científicos descobriram que um minuto de riso pode ser tão refrescante como o exercício de 45 minutos de relaxamento. O riso é o melhor meio contra o estresse porque aumenta a endorfina, a hormona da felicidade. Massageia 70 músculos do rosto e movimenta outros 80. Irradia simpatia e benevolência.

Já os romanos sabiam que o bom humor (humor = seiva do corpo) estimulava corpo e alma. Na Idade Média havia os bobos da corte, especialistas em fazer rir em função terapêutica. 

O riso muda ideias fixas e cismas e altera a maneira de ver as coisas. Pessoas com tendência a fixar-se em ideias podem recorrer ao exercício do riso porque este abre as portas do coração, fortalecendo a comunidade e a participação em grupo, além de libertar agressões estancadas. Corta todo o nó criado por pensamentos e hábitos ao criar a distância necessária para se poder reconhecer melhor as coisas. Rir liberta o cérebro irrigando-o com oxigénio; fomenta a criatividade e aumenta a actividade (Cheguei a fazer exercícios de risadas nas aulas, com espanto dos estudantes, mas com bons resultados, quando observava o seu cansaço). Quem ri cria conexões encontrando no riso o melhor remédio que nos torna soberanos em relação a tudo. 

 “Muito riso pouco juízo” dizem os desmancha-prazeres ou aqueles que observam alguém que ri por tudo e por nada. Aristóteles (na Poética) dava um lugar mais alto aos temas sérios/nobres (tragédia e épica heroica como género elevado) e um lugar baixo aos temas risíveis – sátira e comédia (imitação de condições inferiores). Talvez isto expresse um sentimento geral que a nossa cultura acentuou. 

Tudo isto tem também a ver com os diferentes sentimentos que podem estar na origem do riso e com as intenções individuais e sociais a ele ligadas. O riso leva a transcender os sentimentos embora se descubram diferentes sentimentos em diferentes espécies de riso: riso amarelo, de escárnio (ofensivo), ridicularizador, inocente, disciplinado, descontraído, condescendente, aberto, irónico… O riso mais saudável será aquele onde se ri para alguém e não de alguém! Um bom exercício, ao levantar será rir ou fazer que ri, porque o simples gesto facial de rir engana o cérebro, activando nele os mecanismos correspondentes.

Rir chega até a ser factor democrático; nele nos abrimos descontraidamente e nos tornamos iguais no grupo e, por vezes, até contagiosos, num tipo de comédia inclusiva.
Rir às gargalhadas é vento quente que leva toda a nuvem colocando toda a gente sob o mesmo sol. Como a chuva do choro confere o verde à planta assim o sol do riso lhe dá o colorido das pétalas. Um dia sem rir é um dia sem sol, um dia enevoado e sonolento. O rir provoca o bom humor porque não se leva a sério. 
Quando passar por alguém sorria; esta é a melhor maneira de saudar alguém que não conheça; além de se tornar em luz para alguém ilumina o seu próprio corpo.

O cúmulo da seriedade seria não rir para evitar rugas na cara!
António da Cunha Duarte Justo

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