segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

ANTÓNIO COSTA (PS) O VENCEDOR DAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2022

PS agora mais perto da Social Democracia europeia?

 

Uma direita não assumida e uma esquerda dividia possibilitou a victória do PS que agora recebe a oportunidade de se tornar mais centro! As sondagens falharam, mas certamente ajudaram no sentido do voto útil! A traição dos partidos à esquerda de Costa, com posições ideológicas que seriam mais de enquadrar em contexto chinês, receberam o fruto do que semearam!!!

 

Resultados provisórios das eleições  de 30.12.2022(1):  PS 41,68% / 117 deputados; APPD-PSD  27,8% / 71 deputados; Chega 7,15%/ 12 ; Iniciativa Liberal 4,98%  / 8 ; BE 4,46% / 5 ; CDU 4,39% / 6 ; PAN 1,53% / 1 ; LIVRE, 1,28% / 1 ; PPD/PSD.CDS-PP 0,94% / 3; PPD/PSD.CDS-PP.PPM 0,53% / 2 ; RIR 0,42% / 0 ; CDS-PP, 1,61% /0 ; JPP 0,2% / 0 ; PCTP/MRPP 0,2% / 0 ; MPT 0,12% / 0 ; MAS; 0,11% / 0 ; PTP 0,06% / 0 ; Nós, Cidadãos 0,06% / 0 ; Aliança 0,04% / 0 ; PPM 0,0% / 0 ;  Brancos 1,15% , Nulos 0,92% , Abstenção 42,00% dos 9.298.390 de inscritos:

 

António Costa, pediu a maioria absoluta para conseguir estabilidade e os eleitores, instintivamente, responderam que sim, apesar dos prognósticos eleitorais; Costa encontra-se agora livre de uma extrema esquerda que o obrigava a radicalizar-se, mas terá uma extrema direita (Chega) que o não deixará descansar nos Média e radicais de esquerda a pôr-lhe pedras no caminho. Costa venceu com a maioria absoluta 42% dos sufrágios eleitorais – foram tantos os votantes no PS como as abstenções nas eleições:42%. Rio foi castigado por querer um Portugal centrista.  Certamente deixará de conduzir o PSD para possibilitar ao partido mais manobra de jogo. António Costa está de parabéns porque poderá reinar até 2026; conseguiu castigar a extrema esquerda (BE e PCP) e acabar com os sonhos da Geringonça que se julgava tornar-se num modelo de governo: (Bloco de Esquerda – antes tinha 19 deputados e agora tem 5, a CDU (PCP+PEV) antes tinha 12 e agora 6));  com a victória do PS, Costa consegue uma deslocação da esquerda mais no sentido do centro.

 

A victória poderá explicar-se pelo facto de Costa na Pandemia ter respondido às espectativas de grande parte da população (70% ansiava por estabilidade política), ao indirecto apoio do PR e porque tínhamos uma direita constituída de partidos concorrentes e uma esquerda PS centrista atraiçoada pelos velhos parceiros da Geringonça.

O Chega com os seus 7% ocupa um bom lugar na discussão parlamentar se pensarmos que de um deputado passa a ter 12… A demasiada presença do BE na opinião pública assustou muita gente! A victória do Chega deve-se sobretudo ao descontentamento geral em questões de política de ensino e  cultura (os preocupados com a cultura ameaçada), bem como à corrupção e ao nepotismo na distribuição de lugares na administração e em lugares de governação;  geralmente os partidos mais relevantes acabam por integrar tais factores nos seus programas o que reduz a possibilidade de o partido se vir a afirmar.

 

Por trás das votações pode ver-se também um protesto contra o neoliberalismo e consequente desregulação do trabalho. A recordação da Troika revelou-se, pelo menos até agora, no desastre de quem a tomou a sério (Isto não quer dizer que uma conta atrasada não venha a aparecer de surpresa, atendendo à política neoliberalista e globalista da União Europeia e ao BCE comprar dívidas; a inflação, e o mercado de trabalho terão uma grande palavra a dizer em questões de sucesso e insucesso futuro). O comportamento da EU em relação a Portugal também dependerá do maior ou menor compromisso deste com a China! Desta perspectiva poderia advir uma oportunidade para a extrema esquerda agora derrotada.

 

Uma observação: o que me causa pena na discussão pública não é tanto o ganhar ou perder de um ou outro partido, mas a arrogância com que muitos políticos da esquerda falam, como se fossem os pais da democracia e os senhores da moral. Talvez, esta mentalidade, filha do autoritarismo se corrija até às próximas eleições; isto para sermos ainda mais democráticos!

Em termos de sociedade portuguesa penso que o grande êxito de Costa foi ter domesticado a esquerda extremista (marxista-maoista) conseguindo pôr a Catarina em banho maria…

A Costa restará seguir as instruções do Eurogrupo e do BCE e agora, uma vez que tem as mãos livres, abandonar as medidas que têm facilitado a implantação da China na Europa. Enfim: um pau de dois bicos!!!

Os partidos de esquerda agora castigados pela população, uma vez afastados do poder, ver-se-ão obrigados a mostrar a sua verdadeira cara radical, apostando, mais declaradamente, na expansão de uma hegemonia chinesa “globalista”!

Costa, para se afirmar no futuro terá de tratar os precários do privado com a mesma generosidade com que tem tratado o funcionalismo público (o problema será onde ir buscar o dinheiro para tantos)! É de esperar que a victória de Costa se torne numa lição para o PS, no sentido de se orientar mais pela Social Democracia europeia, repelindo o radicalismo marxista e maoista, próprios de sociedades contra a cultura europeia!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7046

(1) https://www.publico.pt/legislativas-2022/resultados/?utm_content=Manhas&utm_term=A+maioria+da+surpresa+absoluta&utm_campaign=55&utm_source=e-goi&utm_medium=email

 

 

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