sábado, 8 de março de 2025

AGRADECIMENTO A TI MULHER EM TODAS AS TUAS EXPRESSÕES

 Mulher-Aurora-Mar

 

Mulher, que fazes metade da humanidade

e criaste a outra meia com teu ventre de luz,

que em todos os dias do ano sejas celebrada,

não só hoje, mas em cada instante que a vida cruza.

Que a felicidade te envolva como um manto,

e em cada amanhecer, renasça teu canto.

 

És como a água, frescor que nutre e acalma,

onde a vida nada e se alimenta de tua alma.

És a aurora que desperta a natureza inteira,

o sol que aquece, a brisa que se espera.

Dignidade de mulher, filha, menina, companheira,

és amante que dá cor à vida, inteira e verdadeira.

 

Como Maria, símbolo da mulher total,

és Terra e Céu, és casa e jardim, és mar imortal.

És a Casa Grande que permanece, firme e serena,

quando os destroços do mundo se vão na cena.

Celebramos atua força, tua fé, tua ternura,

és a luz da casa, a atração que perdura.

 

Mulher completa, que não te deixas reduzir,

és múltipla, infinita, sabes sempre fluir.

Em ti continua a gratidão, o carinho, o abraço,

és o vento que move o navio, o poema no espaço.

Tua beleza floresce como a terra em primavera,

ganhas asas na flora que te cobre e te espera.

 

És mar, és navio que a poesia do vento conduz,

e em ti o mundo navega, em ti o amor reluz.

Em ti a vida namora, as paixões são borboletas,

dançando em volta de teus sonhos, leves e inquietas.

És guardiã da espiritualidade num mundo de matéria dura,

és joia que a vida lustra, és nua, sempre pura.

 

Feliz Dia da Mulher, mãe, filha, menina de encantar,

que em ti, como terra e semente, sabes germinar.

Albergas a vida, revelas o mundo em teu ser,

és o começo, o meio, o fim, o eterno renascer.

Mulher, és tudo: és casa, jardim, mar e céu,

és o abraço que resta quando o mundo é só véu.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9990

https://poesiajusto.blogspot.com/

 

sexta-feira, 7 de março de 2025

MENSAGEM QUARESMAL DE DONALD TRUMP E MELANIE TRUMP

 

MENSAGEM QUARESMAL DE DONALD TRUMP E MELANIE TRUMP
O presidente Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump enviaram uma mensagem aos católicos e cristãos por ocasião da Quarta-feira de Cinzas e do início da Quaresma, destacando a importância desse período de oração, jejum e caridade para fortalecer a fé.
A Mensagem conjunta divulgada em 5 de março no site da Casa Branca, começa assim:
“Nesta Quarta-feira de Cinzas, unimo-nos em oração com os milhões de católicos americanos e outros cristãos que iniciam a sagrada temporada da Quaresma – um tempo de antecipação espiritual da paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo”.
Citações: “durante a temporada da Quaresma, os cristãos passam 40 dias e 40 noites em oração, jejum e caridade para aprofundar nossa fé e fortalecer nossa crença no Evangelho” ... “os seguidores de Cristo usam cruzes de cinzas em suas testas – um lembrete sagrado de nossa mortalidade e de nossa necessidade contínua da infinita misericórdia e do amor redentor de Cristo”... “Enquanto contemplamos solenemente o sofrimento e a morte de Jesus Cristo na cruz nesta Quaresma, preparemos nossas almas para a glória vindoura do milagre da Páscoa.”
Foi também celebrada uma missa católica também para os funcionários da Casa Branca em observância à Quarta-feira de Cinzas, relatou a Catholic News Agency (CNA). “Funcionários que observam a data são bem-vindos a participar”,
A mensagem quaresmal concluiu assim: “Oferecemos nossos melhores votos para uma temporada quaresmal de oração e enriquecimento espiritual. Que Deus Todo-Poderoso abençoe a todos e que Ele continue a abençoar os Estados Unidos da América.”
A relação entre a administração Trump e o papado de Francisco, que já concordaram e discordaram em questões como imigração e aborto, permanece em suspenso devido à hospitalização do Papa.
O artigo completo encontra-se em The Catholic Herald em 7 de março de 2025 e a sua tradução (1) para português em

quinta-feira, 6 de março de 2025

REFLEXÃO POLÍTICA EM TEMPOS DE QUARESMA

 

Por uma Nova Política de Verdade: Poder sem Violação da Verdade

 

Apresento aqui uma citação do filósofo Michel Foucault, do seu livro  “Microfísica do Poder”, onde a citação nos proporciona uma reflexão fundamental:  “O problema político essencial para o intelectual não é criticar os conteúdos ideológicos que estariam ligados à ciência ou fazer com que sua prática científica seja acompanhada por uma ideologia justa; mas saber se é possível constituir uma nova política da verdade. [...] Não se trata de libertar a verdade de todo sistema de poder – o que seria quimérico na medida em que a própria verdade é poder – mas desvincular o poder da verdade das formas de hegemonia no interior das quais ela funciona no momento.” (Link para a obra: https://fliphtml5.com/clana/zccy/basic)...

O grande desafio é construir uma nova relação com a verdade, garantindo que ela beneficie a todos e não apenas os poderosos, que frequentemente moldam as suas próprias “verdades” como meios de conquistar terreno e como escudos de protecção...

No entanto, podemos lutar para que esse poder da verdade não seja usado para dominação e opressão, mas sim para promover justiça e igualdade de forma autêntica.

Nos dias de hoje, a ausência da verdade é evidente pois é identificada com o poder...

É evidente que o poder tem a sua própria verdade, mas ele não pode ser confundido com ela. A incapacidade de distinguir entre verdade e poder gera confusão social, algo que vem sendo explorado por Bruxelas e pelas potências europeias, conduzindo a Europa para um impasse perigoso.

Se queremos um futuro mais justo, é fundamental redefinir a relação entre poder e verdade, garantindo que ela não sirva à opressão, mas sim à justiça e ao bem comum.

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9980

quarta-feira, 5 de março de 2025

Europa em Marcha para a Guerra

 

Ursula von der Leyen manda os Europeus apertar o Cinto… e o Gatilho!

 

A Europa está em polvorosa! A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pegou nas suas trombetas mediáticas e anunciou ao mundo que é hora de trocar o pão pela pólvora. Num discurso épico — e sem direito a perguntas, porque quem questiona é inimigo da “verdade” e dos valores da União Europeia —, a líder germânica em Bruxelas  apressa-se a apresentar o plano "Rearmar a Europa", um ambicioso projeto que promete mobilizar 800 mil milhões de euros para a defesa do continente; pressa esta para que se criem factos que contrariem entabular conversações. Porque, afinal, nada une mais os povos do que uma boa guerra, evitando para isso conversações sérias.

A ideia é simples: enquanto os cidadãos apertam o cinto para pagar a crise energética e a inflação, os Estados-membros vão abrir os cordões à bolsa para comprar tanques, mísseis e drones. E, claro, não podia faltar um extra de 150 mil milhões de euros em financiamento para os 27 países da UE, porque nada diz melhor "solidariedade europeia" como gastar dinheiro em armas em vez de hospitais ou escolas.

Portugal, sempre na vanguarda da obediência, já contribuiu com 700 milhões de euros para a causa bélica e agora prepara-se para desembolsar mais 300 milhões. Afinal, quem precisa de investir em saúde ou transportes quando se pode ter um caça F-16 a sobrevoar o Algarve?

Enquanto isso, os media, em perfeita sintonia com os funcionários de Bruxelas, continuam a tocar a música da guerra num ritmo de verdades e mentiras. A narrativa, cuidadosamente construída desde a Conferência de Munique em 2007, ignora a Ucrânia como cavalo de Troia moderno, manipulado por oligarcas internacionais, EUA, EU, NATO e Inglaterra. As tentativas de paz de figuras como Donald Trump são descartadas como irrelevantes, porque, convenhamos, quem quer paz quando se pode ter uma boa guerra para distrair as massas e encher os bolsos dos que se alinham atrás do Reino Unido?

Von der Leyen, com a sua retórica marcial, apela aos europeus para deixarem de viver… para viverem a guerra. Mobilizem-se soldados, roubem-se citadinos e aldeões! -  parece ser o lema não oficial. E, se alguém ainda duvida da seriedade do plano, basta lembrar que até os fundos de Coesão — sim, aqueles que deviam reduzir as desigualdades regionais — podem ser desviados para comprar armas. Prioridades, não é? Já se conta que dos fundos de reforma alemã foram desviadas verbas para a Ucrânia.

A respeito da Ciência da Burrice: num mundo onde "burros mandam em homens de inteligência", como diria o poeta António Aleixo, talvez a burrice seja mesmo uma ciência. E, se for, a Europa está prestes a doutorar-se com louvor. Enquanto os cidadãos comuns se perguntam como vão pagar as contas do gás e os alimentos que compram, os líderes europeus garantem que o futuro está em… mais armas.

Resta saber se, no final desta marcha bélica, só sobrará algo mais do que dívidas e cinzas. Mas, os deuses do olimpo Bruxeliano, asseguram que teremos um continente "seguro e resiliente"...

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9974

O ALERTA DO POETA ANTÓNIO ALEIXO


Eu não tenho vistas largas,
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de Filosofia.
 
Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que, às vezes, fico pensando
Que a burrice é uma ciência.
 
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
 
Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, não parecendo o que são,
são aquilo que eu pareço.
 
Entre leigos ou letrados,
fala só de vez em quando,
que nós, às vezes, calados,
dizemos mais que falando.
 
Não sou esperto nem bruto,
nem bem nem mal educado:
sou simplesmente o produto
do meio em que fui criado.
António Aleixo

terça-feira, 4 de março de 2025

QUERIDOS AMIGOS E AMIGAS, CAROS LEITORES

 Formigas no Frasco – Uma Reflexão

 

Permitam-me, antes de tudo, dirigir-me a vós com a serenidade que mereceis. Embora os temas que aqui abordo sejam, por vezes, candentes e envoltos nas chamas do debate político, dirijo-me especialmente àqueles que, sensíveis e ponderados, preferem não se deixar consumir pelo fogo das paixões partidárias. É, de facto, lamentável observar como a defesa de um ponto de vista político pode, tantas vezes, transformar-se em motivo de exaltação e desavença. Mais triste ainda é constatar que, na era da informação, somos constantemente bombardeados por narrativas manipuladas, mesmo por veículos que se presumem sérios. Seria uma pena permitir que essa torrente de desinformação — esse lixo que nos é servido como verdade — pusesse em risco os laços que nos unem, seja na família, seja entre amigos.

As elites políticas, aqueles que se reúnem em Bruxelas, Londres ou Washington, não nos levam a sério, nem perguntam se estamos de acordo. Procuram influenciar-nos, sim, mas será que devemos, em contrapartida, dar-lhes a importância que reclamam para si quando grande parte do que nos apresentam é mentira? Ou será mais sensato voltarmos o nosso olhar para o que verdadeiramente importa: o nosso bem-estar físico e emocional, as relações que nutrimos, a harmonia que construímos no nosso quotidiano?

A propósito, recorro a uma imagem de Mark Twain que, embora singela, encerra uma profunda sabedoria. Imaginemos um frasco. Dentro dele, colocamos um grupo de formigas pretas e outro de formigas vermelhas. Inicialmente, cada uma segue o seu caminho, ocupada com as suas tarefas, sem incomodar as outras. Há uma paz frágil, mas palpável. Agora, imaginemos que alguém pega nesse frasco e o agita vigorosamente. O que acontece? As formigas, antes pacíficas, começam a lutar umas contra as outras. O medo, insuflado de fora, desencadeia nelas um instinto de defesa agressiva, transformando-as em inimigas.

Esta metáfora, caros amigos, é um espelho do que vivemos hoje. A política, nas suas múltiplas e enganosas facetas, agita o frasco da nossa sociedade. Mexe com as nossas inseguranças, alimenta os nossos medos, e põe-nos uns contra os outros. E, enquanto nós nos gladiamos, distraídos pela confusão, os que agitam o frasco seguem impunes, alcançando os seus fins, que no contexto em que nos encontramos são maldosos.

Não permitamos que isso aconteça. Deixemos a maldade para eles. Não nos deixemos levar pela agitação do frasco. Em vez disso, cuidemos do nosso bem-estar, das nossas relações, da nossa paz interior. Como as formigas antes de serem perturbadas, busquemos a harmonia possível, mesmo num mundo empenhado em nos dividir.

Com muita estima no sentido da reflexão

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9969

segunda-feira, 3 de março de 2025

AJUDA À UCRÂNIA EM MILHARES DE MILHÕES DE EUROS

Ajuda prestada até ao momento em milhares de milhões de euros:

Ajuda militar e outras - EUA: 114,2 mil milhões de euros

- UE: 113,1 mil milhões de euros;

- Alemanha: 17,3 mil milhões de euros

- Grã-Bretanha: 14,8 mil milhões de euros (1)

As grandes potências da União Europeia estão a tentar fortalecer a sua intenção de guerra.

O escândalo na Casa Branca vai ao encontro dos desejos dos europeus de que tenham tempo até 2029 para se prepararem para a grande guerra, na esperança de que depois de 2029 um governante diferente resida na Casa Branca.

Zelensky, que queria a grande vitória, sentiu o apoio especial de Paris, Berlim e Londres na cimeira especial em Londres (não Bruxelas!). Mas esquece-se que sem a Casa Branca não há paz possível. É verdade que os despojos ucranianos prometem muito para todas as partes.

Numa declaração, Orban disse que "excepto a Hungria e o Vaticano", toda a Europa quer abertamente a guerra e que, por isso, a UE deveria seguir o exemplo dos Estados Unidos e manter negociações directas com a Rússia sobre um cessar-fogo e um acordo na Ucrânia.

Será difícil obter concessões de Trump para os europeus porque fizeram propaganda contra ele antes e depois da sua eleição. Com estas acções, o futuro da NATO também está em risco.

Infelizmente a União Europeia só tem guerra no sentido esquecendo e descuidando o seu possível papel geoestratégico e de mediador no mundo.

A posição de Orban, Brasil e China parece ser aquela que mais promoveria a Europa no mundo. A elite europeia encontra-se cega e persiste em cegar a inteligência europeia ao não permitir outro discurso senão o da guerra.

É sintomático verificar-se como quando de tratava de fazer os Verdes e o SPD grandes continuamente eram organizadas manifestações em defesa da paz. As ONGs que antes promoviam essas manifestações hoje não implementam manifestações pela paz; apenas se encontram empenhados em manifestações contra a direita!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9965

domingo, 2 de março de 2025

Desinformação mediática sobre a Reunião Trump-Zelensky

 

Manipulação na Era da Guerra e da Pandemia

 

Recentemente, acompanhei atentamente a reunião na Sala Oval, em Washington, e fiquei impressionado com a forma como a cobertura mediática distorceu o que realmente se passou. A imprensa e a televisão, em vez de relatarem objetivamente as posições defendidas e as atitudes dos participantes, projetaram as suas próprias narrativas e preconceitos sobre o evento. A manipulação informativa transforma indivíduos em vítimas ou vilões, moldando a percepção das massas de acordo com interesses pré-definidos...

Vivemos num tempo em que as notícias circulam tão rapidamente que não há espaço para o discernimento.

Com a chegada da pandemia da COVID-19, essa desinformação atingiu um novo patamar, levando ao que poderíamos chamar de "pandemice" ou "pandemitis". O fenómeno gerou um tipo de "síndrome de Estocolmo" coletivo, em que a população parece resignar-se às versões apresentadas pelos grandes meios de comunicação...

No cenário geopolítico, a reunião entre Trump e Zelensky revelou claramente estas disputas narrativas. Zelensky, frustrado por Trump já ter conversado com Putin, insistia para que os EUA reconhecessem a União Europeia como parceiro prioritário nas negociações sobre a guerra na Ucrânia. No entanto, Trump resistia a esse compromisso, consciente de que a UE e Zelensky pareciam mais inclinadas à guerra do que à diplomacia...

A NATO, por sua vez, pressionou Zelensky para que dialogasse com Trump, demonstrando certo descontentamento com a abordagem do presidente ucraniano...

Zelensky, que durante anos acreditou no apoio incondicional dos europeus e interessado em envolver a NATO no conflito, encontra-se agora numa posição fragilizada. A melhor saída para a Ucrânia e para a estabilidade europeia talvez esteja na realização de novas eleições...

Vivemos tempos confusos, em que a verdade parece menos relevante do que a narrativa que se pretende impor....

Uma coisa une Trump e os belicistas europeus: as riquezas da Ucrânia não para distribuir pelos pobres e pelas famílias dos que morreram na guerra, mas para serem distribuídas entre os oligarcas.

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9959

sábado, 1 de março de 2025

Necessidade de uma Europa mais Latina e menos Anglo-Saxónica

 

A União Europeia e o Malogrado Encontro Zelensky-Trump


 

O recente e malogrado encontro entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump expôs, mais uma vez, as fragilidades da União Europeia (UE) no cenário geopolítico global. Este episódio poderia ter sido uma oportunidade para a UE refletir sobre o seu papel e estratégia, mas, infelizmente, a cegueira política e a falta de visão própria continuam a dominar. A UE insiste em seguir um caminho que não só a afasta de uma solução ética e equilibrada para os conflitos, como também a mantém refém de uma visão maniqueísta e anglo-saxónica, que pouco contribui para a paz e a estabilidade globais...

A UE, ao apoiar de forma indiferenciada Zelensky e ao insistir numa estratégia belicista, demonstra uma profunda impreparação para lidar com a complexidade do conflito geopolítico atual.…. Esta postura não só contribuiu para o agravamento do conflito, como também impediu a UE de assumir um papel mediador e construtivo...

O apoio incondicional a Zelensky e a narrativa simplista de que a guerra começou em 2022 são exemplos de uma visão preconceituosa e reducionista... Esta cegueira política é, em grande parte, resultado da influência anglo-saxónica, que domina as instituições europeias e impede uma visão mais abrangente e integradora...

Para encontrar um caminho próprio e eficaz, a UE precisa de se libertar da influência anglo-saxónica e abraçar uma visão mais latina. Esta mudança implicaria uma síntese entre razão e emoção, entre diálogo e acção, e uma rejeição da dialética maniqueísta que domina o discurso político actual. A Europa foi outrora grande precisamente pela sua capacidade de integrar diferentes perspetivas e encontrar soluções equilibradas. Hoje, no entanto, parece ter perdido essa capacidade, preferindo seguir agendas externas e adotar posições polarizadas.

A infeliz peça teatral entre Trump e Zelensky poderia ter sido uma lição para a UE... No entanto, a insistência numa estratégia belicista e a falta de visão própria impediram que isso acontecesse...

O cidadão europeu foi, em grande medida, enganado. A narrativa dominante apresenta o conflito geopolítico como um simples embate entre duas nações, ignorando as complexidades e os interesses externos que o alimentam...

O que falta é uma abordagem que combine cabeça e coração, que encare a situação com racionalidade, mas também com empatia e ética...

A UE precisa urgentemente de mudar de rumo. Deve deixar de ser uma mera extensão dos interesses anglo-saxónicos e abraçar uma visão mais latina, que valorize o diálogo, a síntese e a integração de diferentes perspetivas... Ou será que queremos continuar a marcar passo na luta cultural “protestantismo” - “catolicismo” e na pura dialética marxista de caracter maniqueu quando são precisas sínteses...

A UE não pode continuar a apostar numa estratégia belicista e maniqueísta. Em vez disso, deve promover conversações e encontrar soluções negociadas, baseadas numa consciência ética e numa visão abrangente do conflito...

António da Cunha Duarte Justo

Artigo completo em: Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9955