Europa, desperta do sono imposto,
reaviva o sentido, retoma o posto.
Não sejas joguete de potências alheias,
mas ponte de paz entre terras e ideias.
Bruxelas, perdida na sombra do ouro,
ouve o clamor que ecoa no foro.
Que as elites desçam das torres erguidas,
e sintam na pele as dores sofridas.
Num mundo que dança em tom multipolar,
não caias na trama de quem quer mandar.
Redescobre a fé, a raiz, o caminho,
não deixes a Rússia na margem, sozinha.
Somos um rio de culturas irmãs,
latinas, nórdicas, russas, pagãs.
A guerra é o fruto de medo e veneno,
mas o diálogo é solo fértil, terreno.
Se te vendes por armas, por guerra, por ganho,
perdes-te em cinzas, consomes-te em dano.
Funcionários da EU te pedem que sejas milícia,
mas tua missão é quebrar a perfídia.
Ergue-te Europa, sê voz, sê ponte,
não mais vassala de quem quer só monte.
Lembra-te, antes de tudo, quem és,
mediadora da paz, a força da fé.
Os líderes que falem, e o povo que não ouça,
Pois há muita parra, que deixa pouca uva.
O futuro te chama, o tempo é agora:
Europa, sê justa, não caias na argola.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10000
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