sexta-feira, 20 de junho de 2008

BILINGUALIDADE - UM CAPITAL CULTURAL

Que língua falar em casa?

António Justo

Numa Europa cada vez mais inter-cultural, por razões económicas, políticas e demográficas, habituámo-nos a viver nas mais diversas situações de comunicação. Os grupos étnicos de menor relevância numérica encontram-se, muitas vezes, sujeitos às leis da inércia ou abandonados à lei do mais forte, deixando-se assimilar totalmente pela cultura dominante, enquanto que outros (turcos), por razões históricas, de religião e de cultura, reagem alergicamente a uma integração mesmo comedida, fechando-se por vezes em guetos impermeáveis.

Esta problemática é bastante crassa na Alemanha pelo facto da questão migrante não ser objecto da discussão intelectual e política sendo apenas mencionada à margem, no âmbito da assistência social ou nas cervejarias. Uma relação descomplexada e consciente, entre a cultura da maioria e as culturas minoritárias, traria mais proveito para todos.

Os portugueses terão que fazer esforços no sentido duma acção coordenada a nível de instituições, de associações e de multiplicadores para se afirmarem, sem se imporem, conscientes dum património cultural e vivencial rico que, a perder-se, constituiria um empobrecimento geral da sociedade de que fazem parte.

Seria de desejar que as crianças com raízes portuguesas continuassem a crescer num ambiente bilingue e, portanto, aprendessem a língua portuguesa e a língua alemã, francesa etc, conforme o país em que se encontrem. O mesmo se diga para o caso dos casamentos mistos. Destes é de esperar maior consciência da importância da transmissão de duas culturas, isto é, de uma maneira diferente de estar no mundo. A formação bilingue deve ser introduzida a partir do nascimento da criança, pelo facto da capacidade de aprendizagem duma língua ser inversa à idade.

É verdade que a criança, até aos dois anos reproduz palavras, misturando as duas línguas; com o tempo porém surge a diferenciação e a partir dos dois anos já separa os dois códigos e a partir dos três anos e meio passa a distinguir os dois mundos.

A aquisição das línguas acontece em diferentes situações, seja ela movida pela necessidade de comunicar com os companheiros de jogo ou com as famílias, obedecendo sempre a diferentes regras e pressupostos. Esta aprendizagem situacional variada é muito proveitosa para a aquisição de outras línguas.

A aprendizagem posterior duma língua (na escola) dá-se segundo o filtro inicial das primeiras línguas. O bebé aprende já no primeiro ano de vida a variedade de sons que facilitará a expressão futura. Facto é que quanto mais complexa for a língua mais possibilidades abre, mesmo até cerebralmente.

Personalidade enriquecida, aberta e reflectida: uma outra forma de ser e de estar

Para nos darmos conta da importância do assunto torna-se necessário reconhecer a dependência e a correlação que há entre pensamento, linguagem e estrutura social.

A personalidade do bilingue é diferente da do monolingue. Enquanto que as referências e estruturação do monolingue se processam duma forma mais estática e modelar, no bilingue é mais processual, mais dinâmica e diferenciada. O bilingue, mais que ter ou estar, ele acontece em relação.

Ser bilingue é ser-se processo, processo na mudança, não é ter duas línguas mas viver em duas línguas, em dois mundos, navegar noutros espaços; é ter vistas mais rasgadas, outras perspectivas do mundo, é participação mais livre, conhecimentos dinâmicos; é viver amando, aceitando o outro como ele é, aberto para comunicar, dar e receber... comunicar-se como forma de vida; é uma nova mundivisão onde não há modelos fixos em que instituições e valores passam a ser referenciados e portanto relativizados para mais se poder ser; é viver em mais que uma existência. Numa palavra, o bilingue tem uma personalidade multi-dialogal cuja forma de ver e sentir é multi-referencial, referencial, processual – dinâmica, já não é tão estática e "subordinada"como a do monolingue mais local.

O bilingue encontra-se, mais cedo que o monolingue, na necessidade duma relação de se tornar mais sujeito e menos objecto das tradições e sistemas que o vão forjando. De facto tem de superar a tensão sociedade da sociedade de envio e da sociedade de acolhimento. Uma sociedade de acolhimento que já é capaz de integrar e aceitar lésbicas e homossexuais tem que ser capaz de integrar o diferente, o estranho... Para isso, temos de nos tornar conscientes que a diferença é a lei mais verificada na natureza.

Problematização

Os cientistas têm escrito muito sobre a questão do bilinguismo, chegando por vezes a resultados contraditórios. Há cientistas que recomendam que se fale com a criança a língua que se domina; significando isto que nos casos de casamentos mistos (português - alemão) um cônjuge fale o português e o outro o alemão. Outros chegam mais além desproblematizando o processo de aprendizagem, defendendo mesmo a mistura segundo as situações.

Ao contrário os puristas/nacionalistas, principalmente no passado, apontavam para o problema de se originar uma língua mistura, chegando mesmo a falar de analfabetismo nas duas línguas ou da falta duma identidade étnica ou mesmo do perigo duma dupla personalidade da criança. Facto é que esta opinião nunca foi comprovada científicamente. Muitas vezes esta visão tem um carácter ideológico e remonta aos constructos nacionalistas do século dezanove.

Importância da aprendizagem da língua dos pais/avós nos primeiros anos

Nas famílias em que a língua falada é puramente portuguesa ou mesmo de mistura, a criança terá esta língua como materna e falá-la-á em casa até aos três anos. Com a entrada no Jardim Infantil o alemão passará a dominar e a acentuar-se cada vez mais socialmente, mesmo que os pais falem só português em casa.

Nos primeiros anos da infância a criança tem grande capacidade de absorção das duas ou mais línguas sem dificuldade.Com o desenvolver dos anos a dificuldade aumenta. Dadas as capacidades das crianças na primeira infância para aquisição de várias línguas (até aos 6 anos), seria um roubo à criança se esta fosse privada duma das línguas. É natural que a vida nem sempre permite fazer o que seria melhor; se pessoalmente nem sempre se tem a disposição para falar o português, as duas línguas, podemos socorrer-nos de estratégias supletivas, ligando mais os avós nas relações com a criança, criando mais encontros com famílias portuguesas, frequentando mais os centos portugueses, interferindo mais na programação das suas actividades e planeando mais férias em Portugal.

No caso de casamentos mistos penso ser de muita importância que cada um dos pais fale a sua língua materna deixando a oportunidade e liberdade à criança de se expressar na língua que quiser. O facto de um cônjuge falar sempre o português leva a criança a interiorizar o português, embora o não use no dia a dia como língua de expressão.

O português transmitido nos primeiros anos de vida, embora limitado a relações gregárias, tem imensa importância no desenvolvimento; é muito relevante para o desenvolvimento psicológico, intelectual e social da mesma. Constitui um capital cultural e uma herança muito rica com imensas consequências gratificantes para o futuro e para a personalidade da criança.

Ensino da Língua "materna"

A inscrição das crianças nos cursos de Língua e Cultura Portuguesas é essencial para o alargamento da competência comunicativa. Esta deve ser aprofundada e reflectida nos seus aspectos de competência sociolinguística, sócio-cultural, de competência estratégica, discursiva e de competência empática.

Conscientes da importância da língua e da cultura dos pais para as crianças, os Estados federados alemães instituíram, desde 1968, o Ensino da Língua Materna no seu currículo escolar com uma componente lectiva de 3 – 5 horas lectivas semanais. É reconhecida grande importância à aquisição da língua dos antepassados, por razões socio-pedagógicas, psicológicas e económicas.

Todos os bilingues deveriam ter a oportunidade de ter uma formação bilingue. Uma educação inter-cultural deveria ser possível em todas as escolas e para todos os alunos. Os bilingues serão os mais preparados para manter a relação e estabelecer pontes entre gerações e culturas. É preciso incentivar-se a motivação. É compreensível a relutância que muitas crianças apresentam perante a aprendizagem do português, atendendo à sobrecarga que significa e a concorrer com actividades imediatamente gratificantes.

A língua portuguesa, tal como outras línguas de culturas minoritárias em diáspora, está sujeita a preconceitos criados pela cultura dominante sendo, além disso, uma língua falada reduzida ao ambiente familiar o que contribui para preconceitos que poderiam ser desfeitos através da frequência da língua materna.

Por vezes os pais deixam-se impressionar pela pressão de professores alemães, que, em alguns casos, aconselham os alunos a não frequentarem o Ensino da Língua "Materna", ou porque os pais não querem sobrecarregar os filhos com as aulas de português, ou ainda porque os filhos preferem ter a tarde livre tal como os colegas alemães.

Se é verdade que, muitas vezes, a criança não tem a mesma competência linguística nas duas línguas, apresentando problemas numa delas, isso não quer dizer que deva abandonar o português seja este a língua forte ou a língua fraca.

Pais desinformados não inscrevem os filhos na escola logo na primeira ou segunda classe tornando-se depois cada vez mais difícil inscrevê-los. Se é verdade que a criança no primeiro ano deve ser alfabetizada no alemão, também é verdade que ela, ao frequentar, simultaneamente, a escola portuguesa, começa logo a ter a experiência duma aprendizagem estruturada da língua, se bem que a princípio, apenas oralmente e através de jogos, imagens e de desenhos. Possibilita-se-lhe assim a experiência duma diferente forma de estar no mundo, ao comunicar e brincar com os companheiros da "escola portuguesa", sendo isto muito importante para a socialização e aquisição de hábitos nos verdes anos.

Enquanto as elites estrangeiras, conscientes da importância da formação inter-cultural, (por exemplo: os japoneses) criam escolas privadas pagando bem para que a sua língua e cultura sejam transmitidas aos seus filhos, observam-se pais distraídos que, embora com ensino gratuito, não se preocupam com a escolarização dos filhos no português.

Para todos aqueles que podendo, sem grande esforço, usufruir do ensino do português gratuito não recorrem a ele, a não inscrição dos filhos na escola constitui um atestado de pobreza de espírito. Não se trata de elevar o português aos cornos da lua pelo facto dele ocupar o quinto lugar das línguas mais faladas do mundo mas de se cultivar, organizar e planear indirectamente o futuro proporcionando perspectivas à vida dos filhos.

Devo dizer que, nas zonas onde ensino o português, tenho deparado com grande interesse. Quase a totalidade dos pais portugueses envia os seus filhos às aulas de Língua Materna, ficando embora a escola, para muitos a 20 quilómetros de distância. Isto prova o interesse e consciência dos encarregados de educação em perfeito contraste com políticas de ensino tendentes a acabar com o ensino da Língua materna para o tornarem apenas acessível a alunos liceais (do Gymnasium) onde a concentração populacional escolar e a procura no respectivo liceu o permitir. (Esta é uma política ilusória desconhecedora da realidade alemã, tendente a acabar com o português pela raiz e abandonando infra estruturas que precisariam sim de revitalização).

Situação a evitar

É fatal adiar a inscrição das crianças nos Cursos de Português. A inscrição deve ser feita o mais cedo possível.

Há crianças cujo contacto com o português se processa pela negativa. Isto dá-se nos casos em que alguns pais, falando habitualmente o alemão em casa com os filhos, em casos conflituosos usam o português apenas para ralhar ou castigar. A criança passa assim a ter uma experiência muito parcial do português, associando-o à negatividade além de o não experimentar como veículo normal de comunicação. Nestas condições a criança não pode ter nenhuma motivação para aprender o português.

Há encarregados de educação que para aprenderem o alemão deixam de falar o português optando por um alemão macarrónico, habituando a criança a estruturas de língua não correctas.

Vantagens do bilinguismo

Uma plurilingualidade viva constitui um enriquecimento para a personalidade aos mais diversos níveis. De facto dá-se uma relação enriquecedora e mútua entre funções da língua e funções cerebrais. Uma pessoa, que desde a primeira infância fale várias línguas, activa, de maneira particular, os centros da língua no cérebro e interliga várias funções cerebrais, dado as acções da língua se armazenarem nos dois globos do cérebro.

O domínio de línguas facilita também a aquisição dos outros idiomas; além de alargar a riqueza fonética específica e a melodia das línguas, capacita a pessoa para novas visões da realidade, para a diferenciação e reconhecimento da diferença. Também se potencializa o aproveitamento escolar da criança.

Crianças bilingues orientam-se de maneira diferente das crianças monolingues. As bilingues aprendem cedo a diferenciar situações e a posicionar-se situacionalmente. Elas têm de desenvolver mais estratégias de expressão adquirindo assim competências contextuais, de conexão bem como competências meta-línguísticas (que vão mais longe do que a língua, como aspectos neuro-psicológicos etc.). A bilingualidade promove, além do mais, o desenvolvimento de competências de interacção cultural

Os pais não podem abdicar da sua missão caindo num laissez faire irreflectido. Para o desenvolvimento posterior da língua é responsável a escola. A semente tem porém de ser lançada pelos pais/avós. É urgente capacitar os jovens a poderem viver e expressar-se nos dois mundos. Deste modo capacitamos os nossos educandos a maior reflexão e o refúgio em vários mundos. O bilinguismo, o trilinguismo serão realidade numa Europa do futuro. Numa Europa multi-étnica, o domínio de línguas abre muitas chances culturais e económicas.

É preciso criar-se o espaço da Língua Portuguesa como o espaço de existência de formas e experiências vitais diferentes com muito espaço para a liberdade e criatividade onde se aprende o afecto na relação autêntica e verdadeira. Neste sentido têm que se empenhar pais, associações, estado, multiplicadores, RTPi etc. A RTPi tem que repensar os seus programas que normalmente "espantam" a criança bem como pessoas de espírito jovem ao serem confrontadas com programas de conversa ou melo-saudosistas /futebolísticos voltados apenas para um tipo especial de emigrantes.

António Justo

(Professor de Língua e Cultura Portuguesas na zona de Kassel e docente de Português na Universidade de Kassel), Maio de 2001

1 comentário:

Roberto Moreno disse...

Português, lengua de la Globalizacion!
... titulo que gostaria de ver publicado, no jornal independente espanhol, El País.

Nasci na cidade de São Paulo (Brasil) neto de espanhol e italiano, nunca tive dificuldade em compreender estas duas línguas. Cresci sonhando, falando e escrevendo em português do Brasil. Já adulto, percebi que o privilégio de entender o espanhol, também é dos mais de 220 milhões de pessoas que se comunicam em português, situados nas terras mais ricas e estrategicamente localizadas no planeta, e, isto é um facto! Alem de, ser o português uma língua de cultura aberta e que dá acesso a outras literaturas e civilizações originais e variadas, nos quatro cantos do mundo.

Português, a língua mais solidária do mundo.

Foi em 1214 que surgiu o primeiro documento oficial na língua portuguesa, o testamento de D. Afonso II, que até então era o galaico-português, uma solidariedade natural entre duas línguas irmãs. No século XVI, a língua portuguesa começou a se espalhar e enriquecer-se, tomando dos outros povos não só expressões linguísticas novas como também formas de estar e pensar, dando inicio ao multiculturalismo Era o início da Globalização, via Comunicação, e não como é hoje, somente pela via política-económica.

Como se sabe, entre as línguas românicas, o português e o espanhol são as que mantém maior afinidade entre si. Tidas como irmãs da mesma família linguística, possuem um tronco comum, o latim, e uma história evolutiva paralela, a da popularização diaspórica do idioma latino na península ibérica e de lá para a América, África e Ásia. Entretanto, é bom salientar que é mais fácil para um “lusófono” comunicar-se em “Portunhol” do que para um hispânico comunicar-se em “Hispanês”.

A razão para este facto é que há algo muito especial na língua portuguesa, o elemento descodificador do espanhol, do italiano e do francês. A nossa língua possui um sistema fonético vocálico de 12 entidades, composto de sete fonemas orais e cinco nasais. O espanhol tem apenas cinco fonemas orais o AEIOU. Eis o porquê de entre as cinco línguas latinas, o português ser o “Ferrari” deste comboio linguístico.

É importante divulgar o quanto se pode ganhar com a aprendizagem da língua portuguesa.
Por exemplo: - Grande promoção da Língua Portuguesa, pague uma, leve duas e meia! - Dado que ganhamos 90% do espanhol e 50% do italiano, e até, uns 20% do francês. É um valor acrescentado que a nossa língua possui e que nunca foi publicitado. Daí a importância de uma aliança entre os países Iberófonos, que tire partido do facto de conseguirem se entender nas suas línguas maternas. Lembrando que, o Brasil equivale a metade da população e território da América Latina, sendo que, neste século, o centro de gravidade do desenvolvimento económico mundial será transferido para a China, Rússia, Índia e Brasil, ao invés da América do Norte e Europa.

Visto que, os países de língua portuguesa e espanhola somam 700 milhões de pessoas em metade do mundo, geograficamente falando, e que não possuem problemas de comunicação entre si, deve-se com urgência, elaborar um plano de marketing estratégico para a língua portuguesa! Diante dos FACTOS já descritos, propõe-se promover a auto-estima pela língua e a cultura nos 30 países que compõem a Comunidade Iberófona através de variadas acções concertadas, por exemplo, nas áreas da Educação, Saúde e Segurança, além de fomentar o português como 2ª língua nos países hispânicos e também nos seguintes países, geo-estratégicos, por acréscimo:

França, onde há cerca de um milhão de “lusófonos”, sendo o português a segunda língua mais falada, alem de que, poderá ser usada como arremesso ao bilinguismo;

Itália, pelo facto de entendermos 50% do italiano e por ser o Brasil a maior colónia de italianos do mundo, sendo, após o espanhol, a língua italiana a mais próxima da nossa;

EUA, onde há cerca de 50 milhões de Iberófonos e por factores geo-politico, económico e estratégico. A ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas), por exemplo, é inviável sem o Brasil e caso os EUA adoptem o português como 2ª língua, o poder de comunicação de um cidadão Anglo-Iberófono alargar-se-á para 1 bilhão de pessoas. (... é a “Super ALCA”, trabalhando pela via do diálogo na língua do cliente)

China, pelo facto do Mandarim estar restrito ao próprio país e, se cada chinês tiver o português como 2ª língua, serão 2.300.000 milhões de Sino-Anglo-Iberófonos, e ainda pela sua aproximação ao Brasil, que em conjunto com a Rússia e a Índia, representam, no aspecto comercial, científico e geopolítico, a nova «Ordem Mundial»;

Índia, onde há 23 línguas correntes e 1.000 dialectos, a maior industria de audiovisual e informática do mundo. Os Hindi-Sino-Anglo-Iberófonos serão 3.400.000 milhões;

Indonésia, por razões semelhantes às referidas para a China e para a Índia, pelo facto de fazer fronteira com Timor-Leste, e pela promoção de uma verdadeira, saudável e frutífera democracia de cultos e religiões, através do DIALOGO que assim se estabeleceria entre o maior país muçulmano do mundo e o mundo católico.

Sendo os Sino-Hindi-Anglo-Iberófonos, bilingues, (mantendo a sua língua materna, mais o português como 2ª língua) a comunicação entre os mesmos exclui o monolíngüismo.

Visto que, o “lusófono” é naturalmente bilingue (característica única no mundo) e sendo o português a 2ª língua para os hispânicos, a comunicação entre os mesmos exclui o monolíngüismo. Portanto deveremos promover este “Segredo” guardado desde o ano 1214 em Portugraal. É o “Quinto Império”, da espiritualidade e comunicação. É o GEO-Código! (… antes de Da Vinci, ter existido)

Outro facto é: no âmbito da política linguistica do Mercosul, os países hispânicos já estão assumindo o português como 2ª língua, visto que o Brasil já oficializou o espanhol como segunda língua, praticando a reciprocidade e fortalecendo a Iberofonia. Recentemente, num Colóquio realizado em Paris – «Três Espaços Linguísticos Perante os Desafios da Mundialização» - o Sr. Boutros Ghali, demonstrou-se totalmente favorável à Franco-Iberofonia.

Língua oficial de oito estados em quatro continentes, o Português é também língua de comunicação de doze organizações internacionais, nomeadamente na União Europeia, UNESCO, MERCOSUL, Organização dos Estados Americanos (OEA), União Latina, Aliança Latino-Americana de Comércio Livre (ALALC), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), Organização de Unidade Africana (OUA), União Económica e Monetária da África Ocidental, idioma obrigatório nos países do Mercosul e língua oficial da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), organização que integra a maioria dos países africanos do hemisfério sul.

A língua portuguesa é como o software Linux, pois pode ser usada e praticada a custo zero, basta assistir a uma telenovela brasileira na sua língua original. É fiável, visto não ser uma língua artificial e sim natural, existe a 800 anos. É uma língua que não depende da moda e não se impõe à força, com praticas etnolinguísticas, psicológicas e financeiras. Está disponível, pela sua presença alargada no mundo e o seu desempenho é confirmado cientificamente por linguistas que endossam a mais valia na aquisição desta língua/software e, que corre em qualquer sistema e hardware!

Lembremos que, por exemplo, actualmente a TV Globo é a maior produtora de programas próprios de televisão do mundo. O seu acervo de telenovelas e mini-séries é distribuído em diversos idiomas, levando hoje a cultura “lusófona” a espectadores de cerca de 130 países em todos os continentes.

Aproveitando-se dos altos índices de audiências, que uma telenovela possui, poderá se promover a aprendizagem do português como segunda língua de comunicação e como justificativa teórica e pratica, divulgar a importância de se aprender a língua que une 700 milhões de pessoas. É a Globalização Democrática, 1 cidadão 2 línguas! É a única língua candidata a ser a preferida da Globalização e que preenche os cinco pré-requisitos necessários para que tal aconteça:

O aspecto Quantitativo, Qualitativo, Geopolítico, Geoeconómico e o quinto é o facto desta língua entender uma outra língua. Ora, o Brasil preenche todos estes cinco requisitos, além de, possuir 30% da água renovável do planeta, a matéria prima para a industria química e farmacêutica, (graças ao Amazonas e a sua biodiversidade), o petróleo e energias alternativas, a agricultura e, os seus 190 milhões de habitantes não possuem problema de comunicação - matéria-prima da informação.

Actualmente, a Fundação Geolingua está a organizar um novo tratado, simbólico e de promoção de auto-estima, o “Tratado de Tordesilhas II”, cujo objectivo é ressuscitar a maior e mais antiga comunidade dos últimos 500 anos, a CPLP&E – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa & Espanhola.
São os iberófonos a unir-se, lembrando a importância que já tiveram, têm, e continuarão a ter, estes dois idiomas. Não esquecendo que a Península Ibérica, os Países Africanos Iberófonos e a América Latina (99% Iberófona) ficam “separados” e claramente identificados da outra metade do mundo por uma linha imaginária. A America Latina e a Comunidade Ibero-Americana não deverão, portanto, deixar de fora os países africanos de expressão portuguesa e espanhola, mais Timor-Leste. Que se crie, portanto, uma GEO-Comunidade Iberófona, onde a base passe a ser a língua, a maior ponte para o diálogo de todos os tempos.

A titulo de exemplo pode-se citar que o Banco Santander demonstrou-se plenamente favorável ao conceito da Iberofonia ao anunciar publicamente que a língua portuguesa passa a ser, em paralelo com o espanhol, a língua oficial nos 42 países onde o banco se encontra presente.

E, para o xeque-mate final, além de tudo o que aqui já foi dito para se aprender
a língua portuguesa, o maior de todos os motivos é, sem duvida:

O FACTO DE A LÍNGUA PORTUGUESA ENTENDER O ESPANHOL
Um mercado de 700 milhões de pessoas presentes na metade do mundo!
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Breve explicação sobre a Geofonia

• Iberofonia, é: Lusofonia + Hispanofonia. (Península Ibérica, como um todo)

• Geofonia, é: o respeito pelos sons das várias línguas! (na Península Ibérica e no mundo)

A Fundação Geolíngua, propõe a inclusão da Geofonia nos 30 países de língua oficial portuguesa e espanhola. Desta forma a Geofonia poderá ser, no futuro, uma espécie de “Esperantofonia”. É o respeito às fonias dos 8 países de língua portuguesa, dos 21 de língua hispânica e, dos quase 50 milhões de Iberófonos que vivem nos EUA. É uma fonia democrata, pois respeita o som das palavras. – (fonia vem da fonética que é o ramo da Linguística que estuda os sons da fala humana)

GEO-Comunidade – 1 cidadão, 2 línguas! Uma realidade, para breve.

Só os Iberófonos, hoje, representam 700 milhões de pessoas, nas terras mais ricas do planeta!

Para maiores informações contactar – (351) 966054441 – Skype: geolingua - geo@geolingua.org - www.geopress.org