quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PAPA EM VISITA DE ESTADO À ALEMANHA ACOMPANHADA DE APLAUSO E CRÍTICA

O ressentimento e o ódio descem à rua acompanhados de deputados António Justo A convite do presidente da Alemanha, Christian Wulff, Bento XVI visita pela primeira vez oficialmente a Alemanha, de 22 a 26 de Setembro, na qualidade de chefe de Estado do Vaticano. Uma Visita Papal ao País de Lutero não é empresa fácil. Parte dos Deputados do partido comunista “Die Linke” e alguns outros vão estar ausentes à sessão parlamentar onde o Papa fala (22 de Setembro). Alguns pretendem juntar-se a manifestações paralelas contra o Papa nas ruas de Berlim. Aí juntar-se-ão grupos defensores do aborto, o grupo “divertimento de pagãos em vez do medo do inferno”, um comício de homossexuais e de lésbicas, o movimento “nós somos igreja”. Levanta-se o absolutismo da opinião da rua contra posições dogmáticas da Igreja. Grave é o facto de Deputados não compreenderam que são representantes do povo e que também têm católicos como seus eleitores. Deputados não se representam a si mesmos. Cada vez assistimos mais a uma sociedade em pé de guerra. A sociedade divide-se em lutas de trincheira. Antigamente as maiorias determinavam a norma. Hoje, minorias organizadas querem ditar o dizer. Exigem tolerância para si mas não toleram as ideias dos outros. Contra o cristianismo levantam a voz porque sabem que não têm nada a recear. Perante o islão acobardam-se e vergam a espinha. O Dalai Lama também é contra o aborto mas para a estratégia dos anticatólicos isso não interessa registar. A informação da comunicação social, em questões de Papa, parece congregar os arautos da guerra escura contra o catolicismo. Por vezes tem-se a impressão de não estarem interessados em narrar, mas apenas em cuspir. A nomenclatura da polémica e da demagogia aproveita para fomentar uma imagem do Papa como inimigo perigoso do progresso e das opiniões de estatística. Assiste-se a uma lavagem ao cérebro. Um Papa que pretende um momento de reflexão conservadora num progressismo absolutista é tido como desmancha-prazeres. Tem uma posição crítica perante um progresso de bárbaros à medida do que se deu com a queda do império romano e consequente destruição de tudo o que era cultura até o século IX. As crises que hoje atravessamos e não dominamos dão-lhe em parte razão. Ele não serve os poderosos, é um espinho nos olhos de muitos que se encontram em posições-chave da sociedade (economia, política, ciência e religião). O Papa não obriga ninguém a aceitar as suas ideias. Provoca porque acredita em Deus; provoca por estar à frente duma instituição que defende as crianças por nascer (outros defendem as rãs e ainda bem); por acreditar na ordem natural da criação; por ser contra as guerras do Ocidente; por defender igualdade, solidariedade; por condenar um sistema capitalista financeiro e social que de crise em crise destrói um mínimo de solidariedade social entre pobre e rico; por condenar um estilo de vida que conduz à ruina da pessoa e da nossa civilização; provoca por ter uma convicção que desagrada a uma nomenclatura que só quer opinião. É contestado por comunistas e capitalistas. “ Deus está morto, não há razão para vociferar tribulação” anuncia Siegel.online. Como resposta, também irracional, poder-se-ia dizer: Hitler tentou construir uma ordem estatal e social sem Deus e Estaline também… Os filósofos Adorno e Horkheimer falam duma filosofia do “Iluminismo” que difunde " com sinais do mal triunfante". A propaganda dum paganismo politeísta pretende desligar o Homem de todas as incorporações. Quer uma religião civil com o deus dinheiro e o consumo como liturgia. A felicidade não se pode reduzir a gozo a curto prazo; a masturbação satisfaz o momento mas não cria futuro. Os resultados do ateísmo podem ver-se no nazismo e no estalinismo. Os resultados de dois mil anos de cristianismo são magros. Temos que nos unir, todos crentes, ateus e pagãos, amigos e adversários, para juntos nos tornarmos melhores e assim possibilitar um mundo melhor. O que temos feito é prolongar a guerra querendo ter sempre razão. O papa vê na razão uma expressão de Deus e Deus como a súmula do ser e do sentido. Num mundo que cada vez desrespeita mais a pessoa, vê Deus como garante de individualidade e dignidade humana. Num mundo do ateísmo ele defende Deus. Com a morte do Deus da Bíblia desaparece a base duma existência civilizada. Quem critica o Papa tão ferozmente não o conhece nem leu os seus livros. Alimenta-se do preconceito, não é honesto. Desconhece que no cristianismo, ao lado dos dogmas, o cristão tem uma consciência soberana. Não chega catar algumas afirmações do Papa discutíveis e reduzi-lo a elas para apanhar pessoas incautas para o seu rebanho. Deparamo-nos muitas vezes com um jornalismo de campanha. Dirigido ao ânimo das pessoas e não à razão. Assiste-se à adulteração da informação. A propósito da visita do papa a Madrid com mais de um milhão de visitantes, as notícias falam primeira e detalhadamente dum grupo de 5.000 demonstrantes e doutro grupo de 150. Concede-se nas páginas dos jornais espaços extensos a críticos, espaços que não se concedem aos conteúdos transmitidos pelo Papa. Assiste-se a uma afectação anti-romana em que se fazem afirmações de “católicos escuros”. Jacobinos de várias facções coordenam as suas acções contra o catolicismo. Uma igreja com comunidades em todas as nações precisa dum cargo da unidade. Os Papas apesar das sombras e pecados na História serviram a unidade da fé e a ideia duma comunidade global em que o irmão e o próximo vivem em paz. Como Papa não é um funcionário duma organização, a ele obriga-o só a Bíblia e o serviço à humanidade. A Igreja é uma comunidade peregrina sempre em processo e em mudança precisando naturalmente também ela de mudança. A religião é mais feminidade, como a razão é mais masculina. A igreja é mulher, é mãe. A sua padroeira é Maria. Uma sociedade extremamente masculina, que impôs os padrões da masculinidade à mulher, critica uma Igreja em que a feminidade é guardada a nível de fé. Nos ataques jacobinos sistemáticos e organizados a nível mundial contra a Igreja parece querer branquear-se uma sociedade extremamente injusta para poderes escuros poderem agir à vontade, sem ninguém que lhes fale à consciência. A Igreja, como cada pessoa e cada instituição é pecadora. Se cada um olhasse para os próprios defeitos talvez compreendesse melhor os outros. António da Cunha Duarte Justo antoniocunhajusto@googlemail.com www.antonio-justo.eu

3 comentários:

Anónimo disse...

Professor António Justo,

Parabéns, pelo excelente, inteligente e lúcido artigo que nos proporcionou!

Infelizmente, são os sinais dos tempos que, a cada instante, se agudizam mais perante a indiferença e a irresponsabilidade de quem deveria estar atento à evolução do mundo!

Os políticos e não só, cada vez mais, se imaginam em "deuses", mas não passam de "deuses do demónio", esquecendo-se que o mundo que gira à nossa volta está em acelerado estado de erupção, por isso, fazem a "fuga para a frente" arrastando, consigo próprios, muitos inocentes, incautos e indefesos!

No final, esquecem-se que só DEUS imperará sobre o MAL. Alguns sinais (preocupantes) já são visíveis, mas "eles" insistem em não querer entender porque, agora, mais do que nunca, o mais importante é o seu "umbigo".

Pensam com os "pés" e agem com a "barriga" mas esquecem-se de que o MUNDO não é só deles! Usurpam-o, sem dó nem piedade, como se nunca fosse acabar!...

Embora, às vezes tarde, DEUS não dorme e, sobretudo, escreve direito por linhas travessas!

Utilizando uma imagem bíblica, quem não se lembra da Torre de Babel?

Infelizmente, são os dias que já estamos a atravessar! Ninguém se entende e, cada um, julga-se dono e senhor de" si próprio" e da sua "razão", esquecendo-se dos LIMITES!

Resta-nos aguardar, mas fazendo sempre a nossa parte: RESISTIR!

Que Deus lhe dê forças e, sobretudo, MUITA LUZ e TALENTO para continuar a sua "cruzada"!

Fraterno abraço!

Paulo M. A. Martins

Anónimo disse...

Na verdade, impera o preconceito e a desinformação contra o Papa, pelo que só posso estar de acordo com o que escreveu.

Um abraço amigo.

Jorge da Paz Rodrigues

Anónimo disse...

Caro António,
Acabo de ler o teu artigo sobre a visita do Papa à sua terra.
Brilhante! É, sem dúvida, necessário desmascarar esses ditadores da opinião, que só têm em conta a própria. O tal respeito apregoado aos quatro ventos, isso é outra coisa. O descer ao concreto da visa e das situações, não é nada com eles.
Congratulo-me com a tua fundada reflexão. Tirei cópia para dar a ler aos salesianos, sobretudo os que não têm acesso ao computador.

Quando tiveres oportunidade, passa por aqui, onde ainda encontrarás muitos amigos e conhecidos.

Com um grande abraço do
PD