quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Clínica para Mulheres mutiladas no Sexo



Clínica para Mulheres mutiladas no Sexo
Uma Esperança no Desespero
António Justo
Foi inaugurada em Berlim (dia12.09) uma clínica para mulheres genitalmente mutiladas. É o primeiro hospital na Europa dedicado a mulheres a quem foi decepado o clítoris (ablação).
Na Europa há milhares de mulheres vítimas desta conduta desumana. São mulheres oriundas de África e de países islâmicos. A criação da clínica deve-se à iniciativa “Desert Flower Center” da activista dos direitos humanos Waris Dirie, a quem, aos cinco anos, extirpam o clitóris e os pequenos lábios da vagina. Waris Dirie ficou internacionalmente conhecida devido ao seu famoso livro “Flor do Deserto”.
Foi nomeada Embaixadora da ONU contra a mutilação genital feminina. Já conseguiu que 15 países africanos penalizassem a mutilação feminina.
Waris Dirie sente-se a “defensora das seis mil meninas que, dia a dia são mutiladas. Nada é pior que urinar e menstruar por uma abertura do tamanho de uma ervilha.” Oriunda da Somália, com 13 anos fugiu através do deserto para escapar ao casamento com um homem de 60 anos, com quem o pai a queria obrigar a casar como quarta esposa, em troca de 5 camelos. 
Em nome dos costumes culturais, a opressão da mulher continua a ser aceite. Os homens querem-na submissa e pura! Costumes, como o da ablação, são usados como preventivo contra qualquer possível tentação. Opta-se por ter sexo com mulheres a sofrer do que lhes permitir a liberdade do gozo. As mulheres são transformadas em terra cativa à disposição do homem, preparadas para serem vitimadas no altar da liberdade masculina. Parece poder constatar-se que na barbaridade sadista a honra do homem brilha mais quando polida pela dor da mulher.
O desamparo a que o mundo secular e religioso continua a votar a mulher conduz todo o ser consciente ao abandono, a um estado de angústia. Necessitamos uma ética humanista que coloque a mulher e o homem no centro do humano sem privilegiar nenhum dos seus polos.
António da Cunha Duarte Justo

1 comentário:

Anónimo disse...

Que fatos terríveis foram descritos.
Lembro que apenas recentemente, a própria Europa passou a valorizar de forma minimamente humana as mulheres. Mesmo para a Europa, a valorização da mulher é conquista recente. Quanto mais, no resto do mundo.
Na Índia, fiquei sabendo que a cada 4 (quatro) mulheres, uma é estuprada. Na África, em alguns países a violência contra a mulher tornou-se quase que uma (perversa) regra. Infelizmente, no Brasil, a coisa (ainda que velada) não é tão boa assim. Cometesse muita violência contra as mulheres. Para alguns, isto chega a ser (inacreditavelmente) cultural.
O que vejo, é que a humanidade em geral tem muito o que evoluir.
Abraços aos participantes,
Vilson