Nova Lei obriga os Judeus ultraortodoxos a prestar Serviço Militar
António
Justo
Segundo
a nova lei, votada hoje no parlamento de Israel, também os judeus ultraortodoxos
são obrigados a prestar serviço militar ou civil. A proposta de lei foi
aprovada com 67 votos dos 120 deputados do parlamento. Votaram contra: os
liberais, as forças de esquerda e os ultra-ortodoxos. No dia 2 de Março passado
tinha já havido uma manifestação de 300.000 ultraortodoxos contra a então proposta
de lei de introduzir a lei do serviço militar obrigatório também para os ultra-ortodoxos.
A nova
lei pretende ajudar a integrar os ultraortodoxos no mercado de trabalho. 50%
destes vivem abaixo do limite da pobreza e recebe auxílios do Estado. A lei
prevê o recrutamento de 13.700 mancebos ultra-religiosos até 2016; a partir de
2017 o serviço militar passa a ser obrigatório para todos os homens na idade de
recrutamento. A lei permite uma excepção para 1.800 estudantes das escolas
judaicas Yeshivas.
Dos 8 milhões
de judeus em Israel, 800.000 são ultraortodoxos. Estes “Judeus estritamente
religiosos recusam geralmente o serviço militar com o argumento que este lhes
dificulta o exercício da fé… porque no exército não há separação entre homens e
mulheres e muitas vezes há intervenções militares ao sábado” (HNA,12.3.14).
O
judaísmo secular aceita a divisão entre estado e religião enquanto os
ultrarreligiosos não. Neste grupo, os homens geralmente não trabalham, nem
pagam impostos, apenas estudam as escrituras, vivendo do Estado e de donativos.
O que recebem do Estado não dá para viver, quem trabalha são geralmente as
mulheres. Querem a separação de gênero no espaço público, também com passeios separados
para peões. Por isso vivem como que em guetos sem telemóveis nem Internet. Os ultraortodoxos
têm muita influência na política do país como partido de coligação para formar
maiorias.
António
da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu
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