quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

ADVENTO – EXPRESSÃO INDIVIDUAL E SOCIAL DE ESPERANÇA E ALEGRIA



António Justo

Por todo o mundo ocidental, mas especialmente nos países nórdicos, o tempo de Advento e de Natal impregna o ambiente de uma atmosfera quase espiritual. Muitas pessoas decoram, também, uma árvore do seu jardim (a árvore e a cruz são símbolos da Vida). Em grande parte das janelas das casas, as pessoas colocam luzes e decorações luminosas muito variadas. Nas famílias, no primeiro Domingo de Advento, é tradicional oferecer-se, a cada filho, um Calendário do Advento com 24 portas; nelas, os pais colocam pequenos presentes, sendo as portas abertas uma por dia.
Também não falta na mesa de cada lar as Coroas ou Grinaldas do Advento (símbolo do amor e da aliança entre Deus e o Homem) com quatro velas grandes significando as semanas do advento; em cada Domingo se acende uma vela (como sinal do domínio sobre a treva) até que, no quarto Domingo, a Coroa passa a ter as 4 velas acesas. Cada vela é acesa no Sábado à tarde dado o Dia (Domingo) começar liturgicamente nas Vésperas. A coroa do advento também se encontra, por vezes, em prédios públicos de diferentes instituições. Para muitos, a simbologia passa desapercebida e tudo isto se celebra mas sem qualquer conotação ou significado religioso. As luzes do Advento são símbolo de Cristo com luz do mundo.
O presépio (com símbolo religioso expresso) e a árvore de natal também fazem parte do requisito do decoro e da decoração.
Advento significa chegada; nestas quatro semanas, (do tempo do silêncio, da promessa) que precedem o Natal, prepara-se a consciência para a chegada de Deus ou descoberta dele, na forma de Jesus Cristo, no interior de cada um. O Ano litúrgico (ano da Igreja) começa no primeiro domingo do advento sendo iniciado com um tempo do jejum, o tempo da reflexão, do recolhimento e do exame de consciência.
Também para as crianças os rituais têm grande valor para a sua vida porque a sua vida é estruturada e a repetição cria confiança e transmite a ideia de ordem numa vida contínua embora em círculos que se fecham.
Assim aprende-se a acabar algo iniciado, a liberar-se dele e a permitir-se o novo. Nesta dinâmica a História recebe o sentido a partir do fim.
O cristão, neste ”tempo„, é convidado a interiorizar o exemplo de João Baptista (símbolo de preparação e de esperança) anunciador da Boa Nova que se realiza em Maria, o templo onde se dá o encontro do Céu e da Terra. Toda a luz (energia) surge do interior e irradia como a luz da vela para iluminar a escuridão. Em cada ser humano, uma mistura de céu e terra, se encontra a luz que brilhar mais ou menos na consciência.

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, www.antonio-justo.eu

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