António Justo
Por todo o mundo ocidental, mas
especialmente nos países nórdicos, o tempo de Advento e de Natal impregna o
ambiente de uma atmosfera quase espiritual. Muitas pessoas decoram, também, uma
árvore do seu jardim (a árvore e a cruz são símbolos da Vida). Em grande parte
das janelas das casas, as pessoas colocam luzes e decorações luminosas muito
variadas. Nas famílias, no primeiro Domingo de Advento, é tradicional
oferecer-se, a cada filho, um Calendário do Advento com 24 portas; nelas, os
pais colocam pequenos presentes, sendo as portas abertas uma por dia.
Também não falta na mesa de cada
lar as Coroas ou Grinaldas do Advento (símbolo do amor e da aliança entre Deus
e o Homem) com quatro velas grandes significando as semanas do advento; em cada
Domingo se acende uma vela (como sinal do domínio sobre a treva) até que, no
quarto Domingo, a Coroa passa a ter as 4 velas acesas. Cada vela é acesa no
Sábado à tarde dado o Dia (Domingo) começar liturgicamente nas Vésperas. A
coroa do advento também se encontra, por vezes, em prédios públicos de
diferentes instituições. Para muitos, a simbologia passa desapercebida e tudo
isto se celebra mas sem qualquer conotação ou significado religioso. As luzes
do Advento são símbolo de Cristo com luz do mundo.
O presépio (com símbolo religioso
expresso) e a árvore de natal também fazem parte do requisito do decoro e da
decoração.
Advento significa chegada; nestas
quatro semanas, (do tempo do silêncio, da promessa) que precedem o Natal,
prepara-se a consciência para a chegada de Deus ou descoberta dele, na forma de
Jesus Cristo, no interior de cada um. O Ano litúrgico (ano da Igreja) começa no
primeiro domingo do advento sendo iniciado com um tempo do jejum, o tempo da
reflexão, do recolhimento e do exame de consciência.
Também para as crianças os
rituais têm grande valor para a sua vida porque a sua vida é estruturada e a
repetição cria confiança e transmite a ideia de ordem numa vida contínua embora
em círculos que se fecham.
Assim aprende-se a acabar algo
iniciado, a liberar-se dele e a permitir-se o novo. Nesta dinâmica a História
recebe o sentido a partir do fim.
O cristão, neste ”tempo„, é
convidado a interiorizar o exemplo de João Baptista (símbolo de preparação e de
esperança) anunciador da Boa Nova que se realiza em Maria, o templo onde se dá
o encontro do Céu e da Terra. Toda a luz (energia) surge do interior e irradia
como a luz da vela para iluminar a escuridão. Em cada ser humano, uma mistura
de céu e terra, se encontra a luz que brilhar mais ou menos na consciência.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, www.antonio-justo.eu
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