Nova era na luta
contra a criminalidade organizada?
António
Justo
A
imprensa alemã (20.07.2018) informa que o Ministério público confiscou 77 casas
e apartamentos no valor de 9,3 milhões de euros a uma família de refugiados de
um país árabe que vive em Berlim da assistência social (Hartz IV), por suspeita
de lavagem de dinheiro. Segundo as autoridades, os imóveis terão sido financiados com lucros do
crime.
Atualmente encontram-se provas do envolvimento de 16
membros da família R. Estes encontram-se sob investigação por homicídio, (assassinatos
por contrato) roubo, assaltos, coerção, prostituição, e tráfico de drogas, etc.
Já em 2014 houve um assalto a uma caixa eletrónica e a 100
caixas postais de uma agência bancária com uma “colheita” no valor de 9,6 milhões
de euros; da conta da mesma família parece também ser o roubo de uma moeda em
ouro (100Kg), de um museu, no valor de 3,7 milhões de euros.
A polícia ficou a atenta pelo facto de em 2015 um jovem da
família ter comprado vários apartamentos a um irmão do assaltante ao referido
banco; o beneficiário de Hartz IV também fez várias compras em dinheiro líquido.
Segundo informações da polícia, em Berlim, há 10 clãs
árabes que provêm originariamente do Líbano, Palestina e de comunidades árabes
do sul da Turquia.
Muitos deles não têm Bilhete de Identidade, sendo
apátridas ou possuidores apenas do bilhete de identidade da UNO para refugiados.
A maior parte
destas famílias vieram para a Alemanha nos anos 80 aquando da guerra-civil no
Líbano nos princípios dos anos 80 e têm sobressaído pela actuação criminosa de
cada grande família através de pais, filhos, irmãos, primos e tios.
Ultimamente a polícia tem sido
mais consequente contra a criminalidade de grandes famílias árabes dado esta ser
a única oportunidade de evitar a sobrevivência de sociedades paralelas e de se recuperar
zonas precárias de cidades. O Estado começa a ousar entrar em espaços sem lei, onde o direito público não
se atrevia a entrar, o que constitui normalidade em grandes cidades europeias. Os
clãs libaneses ameaçavam a polícia (HNA 20.07) e a extradição é tão difícil que
as autoridades muitas vezes nem sequer tentam. Membros de tais famílias já teriam
tentado introduzir a sua prole na escola da polícia.
Estes
grupos, porque vivem em guetos, sentem-se demasiadamente à vontade e deste modo
tornou-se mais fácil à polícia estabelecer a relação de diferentes crimes anteriormente
julgados a nível de indivíduos, mas que operavam sob o mesmo agrupamento familiar.
Os clãs árabes agem sob o moto “fica na família”. Têm um
códex moral segundo o qual regulam as disputas entre si; deste modo torna-se
quase impossível saber da vida interna de tais grupos.
Corre a fama que os membros masculinos de tais clãs só
são verdadeiramente reconhecidos na família depois de terem cometido delitos e de
já terem estado na prisão.
O povo encontra-se desconfiado
perante o agir da política e dos juízes. Como de costume, estes têm em conta o passado
do refugiado e à mistura é culpado o alemão por o não ter ajudado a
integrar-se. Atendendo às suas dificuldades, na hora de julgamentos, têm tido argumentos
desagravantes que os nativos não têm.
Infelizmente, grupos
nacionalmente masoquistas com uma tomada de posição indiscriminada a favor dos pores
refugiados esquecem os pobres do sistema sejam eles refugiados ou nativos. O cidadão é, muitas vezes considerado burro e
como tal incapacitado de fazer julgamentos. E se alguém faz sugestões
significativas para melhoria do Estado, a política considera-o como, um louco e
equivocado.
Fala-se em nome de um povo contra
uma parte desse povo. Numa Alemanha em que não há dia nenhum sem um caso de
criminalidade relevante com refugiados envolvidos; seria acto hipócrita da
política e da imprensa querer poupar uns grupos em desfavor doutros e constituiria
ânimo leve para aqueles bonzinhos que são pródigos com o dinheiro do dos outros,
querendo colocar o país à disposição incontrolada de quem quer que venha, mas é
também mísero argumento para racistas se declararem indiferenciadamente contra
grande parte de refugiados cujo crime consta apenas da fuga à guerra e à
pobreza.
António da
Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, http://antonio-justo.eu/?p=4906
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