O povo quer governar e não apenas ver-se governado
António Justo
O Estado da
Baviera, com 9,5 milhões de eleitores e uma participação de 72,5% de votantes,
foram no Domingo às urnas e 37,3% votaram na CSU (União Social Cristã),
17,7% nos Verdes, 11,5% nos FW (Votantes Livres), 10,3%, na AfD (Alternativa
para a Alemanha), 9,6% no SPD (Partido Social Democrata), 5,0% no FDP
(Liberais) e 3,0% na Esquerda (Socialistas).
Em relação às
últimas eleições os perdedores de votos foram a CSU -10,4%, e o SPD -11,0,0%;
partidos que viram a sua percentagem engrossada foram os Verdes com + 9,1%, a
AfD com +10,3% (candidata pela primeira vez), FW +2,5%. FDP +1,7% e Esquerda
+0,9%.
Dos 200 lugares a ocupar o parlamento
Bávaro temos assim a CSU com 83 deputados, Vedes 38, FW 25, AfD 22, SPD 21 e
FDP 11.
Feitas as contas os 21,4% perdidos nuns
partidos correspondem ao aumento dos 24,5%. nos outros. Resumindo: a Baviera
continua um povo conservador com 141 assentos no parlamento que é
contrabalançado pela esquerda com 59 assentos.
O Partido Verde tem-se vindo a adaptar aos
tempos e por isso está a ser honorado numa sociedade em que, devido à crise dos
partidos tradicionais, o eleitorado se fragmenta cada vez mais. O estado do
tempo e catástrofes ecológicas vieram, também elas, favorecer o crescimento do
partido Verde. O SPD está a ser castigado pelo seu relativismo cultural que
leva muitos dos seus votantes para os Verdes e para a AfD.
A CSU foi castigada devido ao seu
contributo para a desestabilização da Coligação governamental em Berlim, pelo
fogo cruzado entre personalidades do partido e pela falta de maleabilidade no
estilo de governar.
Andrea Nahles, ao culpabilizar o próprio
governo pela derrocada da CSU e do SPD na Baviera, está a serrar no próprio
galho, a não ser que nas próximas eleições em Hesse (28.10) o seu SPD contrarie
a derrocada em que se encontra. Certamente, a exigência, colocada pela AfD, da
dissolução do governo de Merkel será então reforçada.
As penas perdidas pelos partidos do centro
CDU e SPD foram enfeitar os Verdes e a AfD.
AfD passa a estar presente em 15 das 16
Assembleias dos Estados da Alemanha. A próxima onde entrará será em Hessen.
Ângela Merkel será o bode expiatório do
terremoto político em via nos partidos estabelecidos.
O povo quer governar e não apenas ver-se
governado, quer mudança.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, http://antonio-justo.eu/?p=4991
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