Com a Zona Euro como com
a Globalização só os Grandes avançam
António Justo
Desde a Introdução do euro (1999 até 2017), o impacto da moeda comum na
prosperidade dos países só foi positivo para Alemanha, Holanda e Grécia, tendo
estes gerado mais riqueza do que teria sido sem o euro, como relata o resultado
de um estudo realizado pelo “Centrum für Europeische politik” in Freiburg.
O efeito de prosperidade euro-Estado foi para a Alemanha 1.893 000 milhões
de euros (1,893 trilhões de euros), o que corresponde a um ganho de cerca
23.000 euros por habitante.
Para a Holanda 346.000 milhões de Euros, o que corresponde a cerca de
21.003 euros por habitante.
Para a Grécia 2.000 milhões de Euros, o que corresponde a cerca de 190
euros por habitante.
Os outros países perderam riqueza e prosperidade
A Espanha perdeu 224.000 milhões de Euros, o que corresponde a cerca de
5.031 euros por habitante.
A Bélgica perdeu 69.000 milhões de Euros, o que corresponde a cerca de
6.370 euros por habitante.
Portugal perdeu 424.000
milhões de Euros, o que corresponde a cerca de 40.604 euros por habitante.
A França perdeu 3.591.000 milhões de Euros, o que corresponde a cerca de
55.996 euros por habitante
A Itália perdeu 4.325.000 milhões de Euros, o que corresponde a cerca de
73.605 euros por habitante
No que se refere a Portugal passo
a citar o que o Estudo
diz: “Portugal beneficiou apenas
ligeiramente do euro nos primeiros anos após a sua introdução. Nos anos
seguintes, o euro conduziu cada vez mais a um declínio da prosperidade.
Cumulativamente, conduziu a perdas de prosperidade. Só em França e em Itália as
perdas foram ainda maiores. Portugal deve implementar reformas para aumentar o
PIB per capita para poder beneficiar do euro a médio prazo. Por exemplo, as
condições-quadro para o investimento devem ser melhoradas e as despesas
públicas utilizadas menos para o consumo e mais para o investimento”.
(Quem mais perdeu foram os
emigrantes que se encontram em países de moeda forte.)
Portugal parece estar a recuar
permanentemente; não há uma política económica comum de caracter sustentável de
governo para governo. A Geringonça está mais interessada no consumo do que na produção
e em faz política partidária com 35 horas para os empregados do estado (assim a
esquerda assegura um grande potencial de eleitorado nos empregados públicos) enquanto
a Alemanha faz política de Estado incrementando investimentos e impondo aos funcionários
do estado 40 horas semanais. Também a Itália, a longo prazo, se encontra em situação
parecida à de Portugal. Segundo o estudo, a Espanha encontra-se no bom caminho.
De facto, neste sistema só os
países que apostem na qualidade e na produção manterão a pedalada dos mais
fortes num mundo cada vez mais a favor dos grandes e dos que não têm medo de mudanças
estruturais. Nesta concorrência os que ganham na zona Euro, são os mesmos vão
ganhar na globalização liberal.
Em geral os
países usufrutuários do euro conseguiram riqueza sobretudo devido às exportações
e lucraram devido a salários baixos, alta qualidade e a desvalorização do euro
em 20% em relação ao dólar e ao iene.
O estudo investigativo também se
serve da comparação de países sem o euro mas de estruturas semelhantes (Japão).
Quem adoptou o euro terá de estar
consciente que para não passar à parte de trás da liga terá de aumentar e
aperfeiçoar a produção atendendo à filosofia económica desses países e à consequente
concorrência. Não chega ir vivendo do
consumo, dos emigrantes e do turismo.
O Euro é uma
moeda de alto risco para quem não produza em termos de alta concorrência, porque não pode usar o
truque da desvalorização da moeda que defende a própria produção, mas castiga o
cidadão que se vê obrigado a comprar sobretudo produtos nacionais porque os
estrangeiros se tornam mais caros.
No sistema partidário português,
que se diz em boa companhia com a EU, terá de haver um consenso nacional com
uma correspondente estratégia de dar resposta às exigências do sistema. A
economia liberal que o país adoptou soberanamente não dá lugar para desculpas
nem culpabilização de uns partidos em relação aos outros. Não haverá
congruência de discurso sempre que num sistema não se incrementam políticas coerentes
com o sistema em que vive e na continuidade. Como em Portugal a política vive
de ciclos de eleição para eleição não haverá hipótese de se sair da precaridade
em relação a países de economia moderna.
O Estudo encontra-se em cep.eu
© António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=5307
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