terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Crianças Vítimas


A Sociedade Machista e Sexista não suporta Mães nem Pais


Na Alemanha, especialmente na zona da antiga Alemanha democrática têm-se amontoado os casos de assassínios de crianças e doutros extremismos.

Um fenómeno raro mas que ultimamente tem aumentado é o facto de cada vez mais mães cometerem tal acto pelos mais diversos motivos. A sociedade tem de se perguntar porquê e tem de se preocupar mais com a protecção das crianças. Uma Europa, de espírito cada vez mais mercantilista, não pode nem quererá dar resposta às novas necessidades e exigências que cria. Cada vez se faz mais sentir a brutalidade que depois também se repercute nos elementos mais fracos da sociedade.

A semana passada, uma mãe, de 28 anos, em Plauen encontra-se presa por ter presumivelmente matado os seu três bebés. Esta mãe vivia bastante isolada; não se sabe ainda se ela matou as crianças ou se as deixou morrer à fome.

Também em Darry, uma mãe, de 31 anos, matou 5 filhos na idade entre 3 e 9 anos; a mãe, psiquicamente doente, julgando querer poupar as crianças à dureza da vida, anestesiou-as e depois matou-as.

Em casos conflituosos com a lei, muitas das mães e dos pais tiveram uma infância sem protecção e sem a possibilidade de interiorizar uma verdadeira atitude dos pais.

A política, em casos que agitam a população, reage, sem pensar nas causas, e discute a possibilidade da obrigação geral legal à visita regular ao médico de infância e, no caso de ausência, o médico ter de o comunicar à administração da cidade. Também no caso de maus-tratos os médicos deverão quebrar o sigilo. Alguns estados federais já regularam isto por lei. A política fomenta uma filosofia de vida egoísta e uma sociedade do arrume-se quem poder e no momento em que as consequências desagradáveis se tornam visíveis reagem com accionismo precipitado socorrendo-se de leis para distrair ou desviar a bola para canto.

A lei não pode ser a resposta à questionação que os problemas apresentam a este tipo de sociedade. Trata-se geralmente duma política simbólica e apenas de remedeio.

Além da necessidade da propagação geral dum verdadeiro humanismo nas relações laborais e sociais entre as pessoas e instituições, as vidas mais precárias com pobreza, problemas sociais e droga deveriam receber mais atenção e apoio.

Já há iniciativas que procuram ajudar mães jovens que, em casos especiais de situação de assistência social, precisam de apoio, recebendo, a partir do quarto mês até aos dois anos, um apoio com uma acompanhante de família que a apoia em todas as necessidades.

Assim, mães não motivadas para o ser, ou grávidas em dificuldade recebem um apoio fortalecedor para as mulheres e para as crianças. Esta será a melhor maneira de providenciar as visitas médicas regulares. Voluntariedade é melhor do que a obrigação legal de participar em observações médicas.

Na Alemanha procura-se remendar o sistema social com iniciativas como o “Projecto pró Criança” destinado a apoiar mulheres grávidas que se encontram sós, sem ajuda da família e, por vezes, sem uma ideia de como educar crianças.

A nossa sociedade despreza todas as convenções desvalorizando cada vez mais o papel da mãe e do pai. Estes são cada vez mais colocados a leste numa sociedade de espírito colonialista que pensa resolver os seus problemas de natalidade internos, que criou, com a importação, não de pessoas mas de forças de trabalho. Na política progressista, família é símbolo de empecilho e portando a desacreditar. Cada um vive para si sem se preocupar com o que acontece ao lado. Os pais assassinos, tal como as crianças, são vítimas duma sociedade que não tem lugar para eles. O nosso sistema social, entretanto, não tem nada a ver com a responsabilidade social da pessoa singular.

António Justo

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