A Alemanha pensa no Futuro mas a
União Europeia não
Portugal a caminho da Santa Casa
da Misericórdia
António Justo
Os sistemas de Reforma actuais castigam quem tem filhos, metem a mão na
carteira dos reformados e não estão aptos para o futuro.
Segundo os meios de comunicação alemães, embora o património (superavit) do
fundo alemão de pensões conte com um superavit de 31 bilhões de € no fim de 2013,
o futuro das pensões não é estável. Cada um terá de assumir responsabilidade
quanto ao seu futuro não podendo o Estado arcar sozinho com tal encargo.
Apesar da imigração de gente nova para a Alemanha, segundo estimativas, no
futuro, o fundo de pensões precisará de grandes subsídios de fundos fiscais do
Estado. Fala-se já desde 1980 na necessidade de seguros privados como segunda
coluna das reformas.
Para, no futuro, não haver aumento de contribuições para a reforma, o Info-Instituto
de Munique apresentou uma proposta de solução. Segundo o seu presidente, Prof.
Werner Sinn, daqui a 20 anos, um
trabalhador empregado terá de financiar dois reformados numa Alemanha que
actualmente concebe 8,1 crianças por 1.000 habitantes.
Maiores encargos para trabalhadores sem filhos
A reforma actual, que corresponde a um salário médio de 46%, não poderá ser
mantida; o Instituto conta com a sua descida para 30% em meados deste século, o
que corresponderia à previdência social (assistência aos pobres) de hoje. Por
isso o Instituto quer maiores encargos para trabalhadores sem filhos. Na
realidade os impostos e contribuições já atingiram, há muito, a barreira da
dor! Sinn quer que os filhos que entrem em emprego remunerado, paguem,
paralelamente para o actual sistema, uma contribuição complementar que iria
beneficiar a reforma dos pais reformados (por outro lado a contribuição destes
seria compensada pelo Estado).
Quem não tem filhos, para conseguir uma reforma digna, teria de investir ou
pagar para a segunda coluna de pensão (um seguro privado) com 6 até 8% do seu
rendimento (ilíquido), até porque não suporta a carga com a educação dos
filhos. Quem tem filhos recebe um aumento de pensão financiado por todos os
trabalhadores. Quem tem mais de três filhos não precisa de contribuição
complementar. Assim prevaleceria o velho sistema complementado pela segunda
coluna da previdência privada. Pessoas mesmo pobres sem filhos viveriam da
previdência social. Prevalece porém o problema de quem tem salários baixos que
então terá pensão baixa. Esta proposta iniciaria uma política boa para a
família.
“Uma sociedade que pretende ser provida na velhice tem que poupar ou criar
filhos que a abastece… Um filho que tenha descendência, com uma média de vida
de trabalho, contribui, ao longo da sua vida, para o fundo de pensão, com mais
77. 000 € do que custa, segundo o Instituto”(Cf. http://zu.hna.de/rente).
Na Alemanha, o Tribunal Constitucional obriga a política,
neste momento, a contemplar para as mães o direito de cerca de 50 € de reforma
por filho, dado as mães serem o fundamento do sistema de pensões.
Irresponsabilidade duma EU sem projecto de futuro
O impacto do défice demográfico e
a ganância antissocial da plutocracia que temos compromete seriamente não só o
futuro das pensões mas o futuro da civilização.
“Sauvegarde Retraites” mostra,
através de um estudo, as dimensões que explicam a catástrofe que nos espera. A fraca natalidade e o esbanjamento para as elites tornam as reformas cada
vez mais inseguras. A EU, para dar lugar à entrada de funcionários de novos
Estados-Membros (Polónia, etc.) manda funcionários de outros países que vão
receber entre 12.000 e 14.000 € mensais de reforma depois de 15 anos de serviço
sem pagamento de quotas e 340 empregados vão para a reforma antecipada com uma pensão
de 9.000 € mensais. Mais ainda, um Supervisor Adjunto da Protecção de Dados
depois de quase dois anos de serviço passa a receber uma reforma de cerca de 1.500€
mensais, o equivalente ao que recebe um assalariado francês do sector privado
com uma carreira profissional de 40 anos. A mesma EU recomenda para o vulgo dos
Estados-Membros o alongamento das carreiras profissionais de actualmente 40
para 42 anos em 2020. Um operário das instituições da EU, sem qualificação específica, recebe cerca de 3.000 € de reforma.
Um operário das instituições da EU, sem qualificação específica, recebe cerca de 3.000 € de reforma.
Leia mais em: http://antonio-justo.eu/
Copyright © António Justo
Leia mais em: http://antonio-justo.eu/
Copyright © António Justo
Não há fé que consiga ter estômago
para isto: a EU fiscaliza os Estados obrigando-os a apertar o sinto e, por seu
lado, concede aos seus tecnocratas reformas sumptuosas, enquanto
aumenta o tempo de serviço para os cidadãos normais.
Uma sociedade sem crianças morre e o recurso à imigração
como meio de compensação da falta de nascimentos vem também criar problemas de
integração graves, quando se trata de imigrantes de cultura muçulmana.
A EU experimenta em Portugal a destruição da classe média
para depois a poder estender aos outros países membros!
Portugal a caminho da Santa Casa da Misericórdia
A EU e com ela a sociedade ocidental encontram-se em
plena fase de autodestruição e em intensa preparação do seu enterro. Não se
trata apenas duma luta contra a classe média ou contra um Estado. A sua exercitação
dá-se já na Grécia e em Portugal.
Portugal prossegue, desde o 25 de Abril uma política
adversa a quem tem filhos e destrói-se ao provocar a emigração dos seus
melhores filhos! Em Portugal, o abono de família é miserável, fomentando,
quando muito, as mães da camada desfavorecida da sociedade. As pensões, em
Portugal, contra todas as garantias do Estado, são diminuídas a partir de 670 €,
devido à má administração do Estado. Apesar disso, Ex-gestores de bancos falido
recebem dezenas de milhares de € de reforma.
A inflação é superior à taxa de juros concorrendo para um
futuro incógnito e com piores perspectivas
Para termos a ideia do que está a acontecer em Portugal
dou o exemplo de uma colega minha que se aposentou há 2 anos e 6 meses com um
ilíquido anual de 32 746 €, ficando então a receber anualmente um líquido de 25
900 € encontrando-se agora com um líquido anual de 18 360 €. Perdeu um líquido de
7.540 € anualmente. O maior roubo está a acontecer na classe média. Em Portugal está a experimentar-se na
classe média o que a ditadura económica poderá mais tarde impor aos países mais
fortes da EU.
Muitas das pessoas em situação delicada gostariam de
abandonar Portugal para tratar da vida mas já se encontram sem forças para a recomeçar
noutro ponto do planeta.
As pessoas procuram reduzir as despesas onde é possível,
até porque a inflação continua, e a eletricidade, a água e a gasolina estão
sempre a aumentar. Está-se a preparar a recessão, planeada por políticos e por
uma política irresponsável que não tem ideia de para onde vai!
António da Cunha
Duarte Justo
www.antonio-justo.eu
Sem comentários:
Enviar um comentário