Polícia toca Alarme - Quem é Agressivo tem Vantagens
António Justo
Só no mês de Setembro entraram na Alemanha mais de
270.000 refugiados. Mais de metade dos refugiados tem idade inferior a 25 anos.
Devido à “política de bem-vindos” de Merkel, aumenta o borborinho na sociedade
alemã; o grau de popularidade da chanceler Merkel já desceu 9 pontos passando
para o 4° lugar quando antes mantinha sempre o 1° lugar (Conta agora, apenas
com 54% de cidadãos que aprovam a sua política, Wolfgang Schäuble passou para
1° lugar). Reformados e grupos carentes vêem cada vez menos dinheiro no orçamento
alemão e contam já no próximo ano com pioramento da sua situação. O interesse e
o medo tendem a desequilibrar-se. Em vários centros de acolhimento de
refugiados há pancadarias entre grupos de refugiados; há médicos que já só
querem entrar em centros de refugiados se acompanhados pela polícia. O
sofrimento cria sofrimento.
Custa à imprensa alemã informar sobre tais casos
para não fomentar sentimentos de agressão contra os refugiados mas atendendo à
frequência das acções violentas entre estes, vê-se obrigada a deixar passar
alguma informação em primeiro plano.
Em muitos casos, refugiados já traumatizados trazem
os conflitos consigo, acrescentados por situações que não correspondem ao que
tinham sonhado quando se puseram a caminho da Europa. A potencialidade dos
conflitos é grande, se atendermos aos traumas da guerra, à longa caminhada até
cá e que nos mesmos alojamentos se encontram muçulmanos sunitas e xiitas em
guerra entre si, etnias e nações com interesses e costumes diferentes, cristãos
que tiveram de fugir dos países devido à perseguição muçulmana, sofrendo agora
a continuação da violência nos alojamentos, além do mais também os refugiados
do Leste Europeu sem direito a asilo que esperam da sua estadia uma mesada
superior à que recebem no emprego nas suas terras. Por estas e por outras o
governo já determinou medidas tendentes a apressar o processo de asilo e em
determinados casos optou por distribuir géneros em vez de dinheiro.
Para ajudar os estados
federados e os municípios, o governo federal reembolsa-os em 670 euros por mês
e por cada refugiado, comparticipando assim nos elevados custos dos estados
federados e dos municípios. O apoio é concedido até que termine o processo de
asilo de cada um. Uma vez reconhecido o direito a asilo, os asilados entram no
sistema geral alemão de apoio social Hartz IV, tal como qualquer alemão
necessitado.
Nalgumas casas de acolhimento de refugiados as
contendas têm escalado. No alojamento de Calden-Kassel que foi concebido para
1.000 refugiados, agora com 1.750 refugiados de 20 nações, deu-se agora, depois
de outras querelas, uma pancadaria com paus e gás de pimenta em que
participaram 370 refugiados (albaneses e paquistaneses) e a que acorreram 50
polícias; 14 refugiados e três polícias foram feridos
(http://zu.hna.de/calden2909). Polícias queixam-se que para acorrerem aos
alojamentos já lhes falta o tempo para observarem os meios da droga e outros sectores
de observação.
Nas palavras de Rainer Wendt chefe do sindicato da
polícia, no “Passauer Neue Presse”, revela-se muita experiência recalcada e
frustração acumulada, partilhada pelos colegas polícias nas suas intervenções
em casas de alojamento de refugiados: "Temos
experimentado essa violência durante semanas e meses. Juntam-se em grupos de
acordo com etnias, religião ou com estruturas de clã e vão uns contra os outros
com facas e armas caseiras”. "Islamitas querem impor lá os seus valores e
a sua ordem". A minoria dos cristãos deveria, ser colocada, nas casas de
alojamento de refugiados "sob protecção especial" porque é, muitas
vezes, perseguida de forma maciça.
Muitos não se comportam como hóspedes e muitos refugiados
alemães que depois da segunda guerra mundial vieram para a Alemanha (11
milhões) e viveram durante anos em alojamentos muito precários para refugiados,
custa-lhes a compreender o comportamento e exigências de muitos refugiados de
hoje.
Com a miséria e
despovoamento da Síria, a longo prazo ganham os que querem lá a guerra. A Alemanha com tanta imigração
rejuvenesce-se e cria maior concorrência no mercado de trabalho e deste modo
disciplina o próprio operariado na concorrência europeia e globalista que quer
uma precaridade comum aos diversos Estados. Assim evita uma flutuação de
carentes entre os vários sistemas de apoio social da União Europeia.
Porque não se dá o mesmo direito aos que solicitam
asilo nas embaixadas como aos que são transportados por quadrilhas que rebocam
fugitivos que tiveram de pagar entre 4.000 e 8.000 euros aos que organizaram o
seu transporte?
Que se faz contra os bandos de candongueiros ou
traficantes? A proposta de lei do governo contempla um mínimo de três meses de cadeia
para tais delitos. Porque é que alguns partidos de esquerda se opõem a medidas
concretas contra os traficantes?
A crise dos refugiados continuará enquanto as
potências continuarem a lucrar e ganhar créditos com a desestabilização dos
países através da guerrilha e da morte.
O problema dos refugiados
sírios resolve-se quando os governos dos USA, Rússia, Arábia Saudita e Irão se
juntarem a uma mesma mesa; para isso a elite europeia terá de deixar de jogar com eles o jogo sujo e
disser à população o que verdadeiramente se passa e os motivos que a levam a
actuar assim. Os responsáveis conduzem
lá fora a guerra sangrenta de que os países e os refugiados são vítima e cá
dentro na Europa conduz-se a guerra mediática de que somos nós as vítimas. Na
realidade, a política internacional conflituosa e de rivalidade entre os USA e a
Rússia, entre os xiitas e sunitas, são os responsáveis por uma situação de destruição
de nações e por uma nova situação na sociedade europeia de consequências futuras
imprevisíveis. O vice-presidente do Parlamento Federal, Singhammer solicita
a limitação do direito dos refugiados ao reagrupamento familiar. Refere que os
200.000 refugiados da síria na Alemanha trariam consigo um "potencial de reagrupamento
” para a Alemanha de 600.000 familiares.
A Liga dos Direitos Humanos IGFM em Frankfurt
expressou que a proteção do direito de asilo exige um não ao abuso. A maioria
dos migrantes vem de países seguros onde não há perseguição política. Há dias
em que entram na Alemanha 10 000 refugiados.
O político dos Verdes Jürgen Trittin acaba de
afirmar: "A Alemanha está a desaparecer a cada dia que passa". Claudia
Roth, do mesmo partido, comentou: "Alemães são Não Migrantes. Nada
mais." A sociedade europeia, devido à irresponsabilidade política cada vez
se radicalizará mais.
António da Cunha Duarte
Justo
“Pegadas do Tempo” www.antonio-justo.eu
1 comentário:
Parabéns. Mais uma matéria que define o espaço entre quem escreve, quem pensa e quem faz as duas coisas.
Abraço.
AGF
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