A Hora dos Conservadores na Europa
Por António Justo
Os Factos
Uma civilização à procura do
sentido, um predomínio de temas de esquerda determinadores da cultura e da
política, a presença social de um Islão conquistador, um globalismo avassalante,
um eleitorado desconfiado de partidos e da classe política, constituem os
principais ingredientes com que se tempera e determina a vontade do eleitor. A Alemanha, a Áustria e a Suiça são significativos
representantes dos sintomas e dos indícios de desenvolvimento do futuro social
na Europa.
A AfD
tornou-se na terceira força política no Parlamento alemão com uma quota de 12,6%,
o que corresponde a 94 deputados; a CDU/CSU viu o resultado reduzido para 33%,
o SPD para 20,5%, os Verdes para 8,9% e o FDP conseguiu os 10,7% e A Esquerda os
9,2%. A ascensão da AfD deve-se a muitos erros da classe política do regime
vigente e por ter conseguido mover eleitores que eram abstencionistas e deslocado
para si votantes da CDU (Merkel) e do SPD.
Relevante é o fenómeno dos partidos mais à esquerda terem perdido
substancialmente votos e os partidos populares CDU/CSU e SPD verem a
popularidade a emigrar para a direita.
As lutas internas na AfD entre
forças conservadoras moderadas e forças radicais levam Petry à cisão com o
partido e determinam o surgir de “O Partido Azul” que quer uma política nacional
liberal. A diretoria de „O Partido Azul“
„Blauen Partei“ é formada por Michael
Muster (presidente), Thomas Strobel e Hubertus von Below. Frauke Petry mantem-se ainda encoberta.
“O Partido Azul” – A Cor dos Conservadores!
Após a eleição do Parlamento
alemão, em setembro, Frauke Petry anunciou a sua retirada da AfD (Alternativa
para a Alemanha).
Frauke Petry , ex-presidente do partido AfD, comunicou a 13
de outubro a fundação de um novo partido com o nome de “Die Blaue Partei” (O
Partido Azul”). Permanece
primeiramente no Parlamento alemão como deputada, não ligada a uma fracção. O
passo de Petry é compreensível dado já antes ter procurado, em vão, conduzir a
AfD para um curso de “política real”. Para Petry, a AfD tinha-se deixado
influenciar pela ala da direita nacionalista. Ela quer um “conservadorismo
razoável”, um partido conservador liberal.
Petry, que, com os seus companheiros, fundara o partido uma semana antes
das Eleições federais, quer iniciar um Fórum dos Cidadãos,"Blaue Wende” /
'Mudança Azul (ou Rrevolução Azu)l' no qual cada cidadão, independentemente da
cor, se pode engajar com ou sem pertença ao partido ". Para Petry "Azul representa
conservador, mas está também para uma política liberal na Alemanha e na Europa.
Azul é a cor, que primeiramente tornou a CSU politicamente popular na
Baviera. Trata-se de estabelecer isso a nível nacional”. Petry quer ganhar também conservadores decepcionados;
O seu modelo político é o CSU (União Social Cristã) da Baviera e a CDU dos
anos oitenta (altura em que fazia a crítica ao espírito da geração 68); ela
afirma que a „islão político" é contra os valores alemães, defende a
expulsão da Alemanha de estrangeiros que cometam crimes e o fortalecimento das
fronteiras alemãs.
De facto, a presença social
de um Islão gueto, intransigente e hegemónico, está a determinar a atmosfera social
e política na Europa. O seu caracter medieval possibilita uma conotação social
crítica a um modernismo ao mesmo tempo bem-intencionado e irresponsável.
A partir de novembro, “O Partido Azul” pretende começar com eventos
públicos a partir da Saxónia e depois em todo o país.
Os polos (Esquerda-Direita) determinam o Movimento do Centro
O panorama político europeu e em especial a política alemã encontram-se em
convulsão depois de uma época em que a geração 68 abusou da influência da
esquerda em todos os sectores da sociedade. As eleições alemãs e austríacas são
os melhores indicativos da mudança dos ventos. As forças internacionalistas e
de esquerda acentuaram demasiado a sua presença nos Estados europeus fortalecendo
o seu polo em desfavor da ala direita social criando-se assim um desequilíbrio
social e cultural na Europa. De momento assistimos a uma sociedade descontente
consigo mesma e à procura de novos caminhos, mas com a pretensão de uma correcção
em favor do polo da direita.
Atendendo à incontinência da
política da geração 68, seguida na Europa, com o consequente enfraquecimento do
polo conservador, nota-se agora uma saturação, em toda a sociedade; a ideologia
de esquerda cometeu o erro de se entranhar na sociedade de forma jacobina arrogante,
dogmática e polarizadora como se expressa ainda no moralismo do “pensar
politicamente correcto” em voga – uma espécie de pensar de tesoura na cabeça
como órgão inconsciente de autocensura. Consequentemente, o nacionalismo e o polo da
direita tenderão a aumentar. O medo do islão fortificado com um certo
cepticismo em relação à união europeia e ao euro ajudam a rebelião em curso.
O vácuo político actual deve-se também ao facto de os partidos
conservadores, especialmente a CDU se ter desenvolvido de maneira a assumir os
temas da esquerda do SPD e dos Verdes e a uma insatisfação geral da população
com os partidos do regime.
O partido AfD continuará
como forte força política para conservadores, patriotas, liberais do mercado e
para amantes da lei e da ordem – uma constelação sem limites à direita em contraposição
a uma paisagem política tolerante de partidos sem limites à esquerda.
Frauke Petry, encontra-se num horizonte ainda não definido; continua a ser uma
estrela com grande carisma, mas, o problemático das estrelas é que só brilham durante
a noite!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo,
http://antonio-justo.eu/?p=4483
Sem comentários:
Enviar um comentário