FUNDADO PARTIDO “RENOVAR” NA GRÃ-BRETANHA CONTRA O BREXIT
António Justo
O Jornal Notícias titulou: Há
um novo partido britânico que promete travar o Brexit; de nascimento
recente (19.02.2018), o nome do partido é Renew (Renovar), tem como lema: "Uma
nova visão para a nação" e quer impedir o Brexit. Pretende, de maneira
mais alargada, ser uma alternativa à atual classe política da UK. Na Europa a
classe política encontra-se em plena ebulição (França, Áustria, Itália, etc.).
Esta é certamente uma oportuna iniciativa! Um país da envergadura da
Grã-Bretanha necessita de mudança na continuidade e não de ideologias
revolucionárias que vivam de ideias peregrinas e do oportuno para poderem fazer
dos arrabaldes das ciddades, a Polis!
Os opositores a um novo referendo, sobre a permanência da Grã-Bretanha na UE,
têm medo de uma decisão mais preparada, reflectida e consciente, sobre o sim ou
o não do Brexit.
O povo é sempre soberano seja no dizer seja no desdizer
Seria sofrer de estagnação querer legitimar a validade de uma decisão
tomada numa mera parcela de tempo de circunstâncias específicas em que foi
tomada (referendo tornado vinculativo quando o não era e com apenas 52%; tal decisão
deveria ter de atingir os 75%, porque se trata de uma decisão que implica sustentabilidade
em termos nacionais!).
Geralmente os intervalos entre o tempo não é mais que a distância que vai
do erro à verdade, muito embora o tempo continue inocente! A experiência da
vida chama a atenção para as circunstâncias que determinam a realidade de um
acontecimento ou decisão.
É da essência da democracia não se poder fixar nesta ou naquela posição;
tem que estar sempre aberta ao desenvolvimento das pessoas e aos diferentes
mandarins dos relevantes sectores públicos que puxam a consciência da manada
num sentido ou no outro.
A teimosia e equívoco, de muitas pessoas relativamente à fixação nos
resultados de consultas populares, peca por falta de exatidão e por confusão, ao
mesclar a decisão de um momento em determinadas circunstâncias com a realidade como
se fosse verdade sustentável. Um processo democrático está dependente das
vontades e das circunstâncias que as formam. Por isso quem apela para decisões
do processo democrático tem que estar atento para não perder o processo!!!
Há que aceitar a realidade do ser humano e da sociedade como processo e
viver na consciência de que a vontade popular vira conforme os ventos!
A classe estabelecida no nosso sistema político-social, em vez de
barafustar contra novos movimentos (populismos de direita ou de esquerda) ou de
temer perder direitos adquiridos, tem que mudar de vida! A classe estabelecida
da geração 68 tem de se ir preparando para dar lugar a uma nova burgalidade e
uma nova cidadania!
Uma sociedade democrática
verdadeiramente esperta, para ser coerente com o seu sistema político
partidário, terá que se ir transformando em movimentos cataventos da democracia;
o passo seguinte seria o estabelecimento da verdadeira democracia que passaria
de democracia partidária representativa para democracia directa!!!
O Brexit é um mal para a Grã-Bretanha e um mal para a
Europa. A UE precisa da UK e a UK precisa da UE. A EU é ainda mais importante para a
Inglaterra, que bem sabia ir buscar as uvas passas do bolo europeu!
O Brexit
constitui um mal para a Alemanha porque a nova constelação da EU, sem a
Inglaterra, passa a ser mais influenciável pelos países latinos! Co a saída, a
Alemanha não pode contar com a influência deste parceiro maior a seu lado. (Os
interesses dos grandes são sempre diferentes dos pequenos!)
Por outro lado,
a Europa só se pode afirmar como um todo (EU), num futuro, já presente, de
rivalidades incontidas entre civilizações. A não ser que se fizesse marcha
atrás no desenvolvimento da História e se voltasse para um ecologismo regional
com os seus múltiplos biótopos; diga-se, para uma democratização de economia e de
regiões, não baseada só em povo e nações (grupos de nações).
Por vezes
tem-se a impressão que anda tudo à procura do Pai Natal! Mais exato seria, em
vez de falarmos tanto contra o Estado, contra a EU, exigir-se mais dos eleitos,
o que implicaria verdadeira formação política (e não partidária) do cidadão para
que a maioria popular se metesse na alhada da política.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do
tempo, http://antonio-justo.eu/?p=4698
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