Aplicação da Prática Alemã seria oportuna para os Países carentes do Sul
Transferência de 2 triliões de Euros como Contributo de Solidariedade para a antiga Alemanha de Leste
António Justo
Para se ter a ideia do atraso da DDR (antiga Alemanha oriental) em relação
à Alemanha ocidental (BRD), basta ter presente que, depois da união das duas
alemanhas, a Alemanha oriental recebeu, segundo
o investigador Klaus Schröder, nos últimos 25 anos, dois trilhões (triliões) de
euros. Apesar disso ainda não atingiu o nível de vida da antiga Alemanha
ocidental (BRD).
Todo o cidadão da antiga Alemanha ocidental é obrigado a pagar um
suplemento de imposto que é transferido para a parte oriental; apesar da
contínua transferência de milhares de milhões de euros por ano, a parte
oriental da Alemanha ainda se encontra atrasada a nível de ordenados e
reformas, em relação à Alemanha ocidental.
A solução para o equilíbrio das economias dos países do norte e do sul da
União Europeia teria de passar por um imposto de solidariedade dos países ricos
para os países pobres, tal como acontece dentro da Alemanha. Assim se
construiria uma EU com base na solidariedade e numa união responsável. A EU,
para chegar a uma união de facto terá de superar os muros internos
nacionalistas e económicos. Uma análise da sociedade alemã e da maneira como
soluciona os seus problemas nacionais poderia servir para um discurso mais realista
em sociedades com problemas económicos e sociais.
Queda do Muro de Berlim e do Comunismo soviético há 25 Anos
Para o sindicalista e Nobel da Paz, Lech Walesa, as primeiras fendas nos
muros do comunismo soviético “deram-se nos estaleiros de Gdansk” e “sem o
movimento de liberdade da Polónia não teria havido a queda do muro de Berlim,
há 25 anos.
O sindicato Solidarnosc (Solidariedade), em mesa redonda com o governo
(apoiado pela Igreja), conseguiu em 1980 um pacto de “renúncia à violência”
(HNA 5.05.2014).
No início de Abril de 1989 foram acordadas, entre o governo da polónia e o
movimento Solidarnosc, eleições, meio livres, que reservavam 35% dos lugres no
parlamento resultantes de eleições livres (oposição) e 65% para os partidos do
governo. As eleições (4.06.1989) provocaram um colapso imprevisto pelo sistema
na sociedade polaca: 160 dos 161 mandatos no parlamento foram ganhos pela
oposição em torno da Solidarnosc, bem como 92 das 100 possíveis lugares no
Senado.
A 27 de Junho de 1989, a Hungria começou a desmontar arame farpado da
fronteira, declarando o fim da ditadura comunista. A 19 de Agosto de 1989 a
Hungria deixa cidadãos da DDR (Alemanha socialista) passar a fronteira para a
Austria.
Michael Gorbatchev (1985, Secretário Geral do partido comunista da união
soviética) queria evitar o colapso económico do comunismo da União Soviética e
impedir o seu contínuo atraso em relação ao Ocidente, e, nesse sentido,
permitiu uma certa flexibilidade na liberdade de opinião (Glasnost) e
democratização dos estados (Perestroika), o que autorizava reformas dentro do
Estados da União Soviética. Gorbatschow declara o fim de alerta para os Estados
e assegura em Berlim (40 aniversário da DDR a 7.10.1989) aos jornalistas: ”
Perigos só vêm para aqueles que não reagem à vida ... Quem chega atrasado será
punido pela vida“ (HNA).
O Muro de Berlim caiu a 9. Novembro de 1989. A partir daí os cidadãos têm
liberdade de passar a fronteira. A reunificação da Alemanha deu-se a 3 de
outubro de 1990.
Em 25 de dezembro de 1991, com a renúncia de Gorbatchev dissolve-se a União
Soviética, surgindo dela doze repúblicas restantes como países pós-soviéticos
independentes. A Federação Russa é agora a continuadora da antiga União
Soviética.
António da Cunha Duarte Justo
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