Felicidade
da mulher como índice do desenvolvimento de um país?
António Justo
Segundo o estudo da ONU sobre o Índice de Felicidade
Mundial realizado pela universidade Colúmbia de Nova Iorque, a felicidade
mundial aumentou ligeiramente em relação a anos passados. O norte é mais feliz
que o sul, tem mais confiança. Nos países desenvolvidos, as mulheres são mais
felizes do que os homens, enquanto nos países em desenvolvimento se passa o
oposto.
A ordem de felicidade por países: 1° Suiça,2° Islândia,3°
Dinamarca, 4° Noruega, 5° Canadá, 6° Finlândia, 7° Holanda, 8° Suécia, 9° Nova
Zelândia, 10° Austrália, 15° Estados Unidos, 16° Brasil, 26° Alemanha, 88°
Portugal.
Dos países qualificados, os dez países menos felizes
seriam o Afeganistão e países africanos.
Os indicadores de felicidade do questionário efectuado
abrangiam sistemas sociais, mercados do trabalho bem como perguntas sobre a
autopercepção das pessoas (bem-estar mental, liberdade na tomada de decisões,
ter alguém em quem se confia, falta de corrupção, esperança de vida saudável,
etc.).
A investigação sobre a Felicidade de um povo é uma boa
iniciativa dado orientar a atenção do cidadão e dos políticos para um objectivo
que deveria ser o mais importante da política. A satisfação da vida e o
bem-estar social deveria estar na agenda de todo o deputado e do governo.
Naturalmente haverá povos de caracter mais alegre que
outros, o que torna difícil a interpretação da qualificação da felicidade de
uns países em relação a outros. A maneira de compreender a vida é muito
diferente de cultura para cultura. Há povos por natureza mais satisfeitos que
outros.
Talvez por falte de uma ciência da felicidade ainda não
se saiba como fazer os cidadãos felizes.
O Botão foi o primeiro país que colocou como objectivo do
governo a felicidade pública. Aí os indicadores de felicidade apresentados
eram: bem-estar psicológico, equilíbrio entre vida pessoal e trabalho,
vitalidade comunitária, educação, preservação cultural, proteção ambiental, boa
gestão governamental e segurança financeira.
O grau de esperança é um elemento e um indicativo da
felicidade de uma pessoa. Ela empresta à realidade vestidos mais agradáveis e
coloridos! Quem já tem tudo poderá ter o gozo do desejo saciado no tempo mas,
apesar de tudo, não ser feliz! Pode-se ter gozo sem se ser feliz, porque o gozo
é a felicidade da parte enquanto a felicidade é o gozo do todo. A felicidade é
rara porque gozo é um estado, um momento e felicidade é ser, o ser que não é
soma dos momentos. A felicidade está ligada à saudade que goza a dor do não
viver! Também é verdade que, por vezes, se vive com felicidade mas sem gozo
porque o gozo depende também do parceiro, tem a ver com o próximo!
António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
2 comentários:
Será que os brasileiros dão mais otimistas que os portugueses?
Ou os motivos da felicidade dos dois povos são mais concretos?
Saudações,
Margarida
in Diálogos Lusófonos ,27.04.
Prezada Margarida
Na minha opinião, a expressão ou sentido subjectivo de felicidade tem mais a ver com o estilo de vida próprio e com a alma do povo circundante!
Além das circunstâncias, uns têm mais nuvens no céu que outros, ou têm uma mente mais ou menos risonha; consequentemente será natural que o panorama que enxergam e sentem seja mais ou menos desanuviado, mais ou menos optimista. Assim o estado de felicidade ao submeter-se à vontade de existir depende muito da autoconsciência. Por natureza uns estão mais ligados ao idealismo platónico outros ao pessimismo à la Schopenhauer.
Há uma grande relação entre geografia (paisagem) e o sentir humano, a sua maneira de estar! O povos do norte que têm um inverno longo, como a abelha, sente-se bem quando têm o celeiro cheio, enquanto que os povos do sul, mais dedicado ao “viver” espontâneo de uma natureza que os privilegiou, como a cigarra, vivem bem mas sentem-se em apertos quando chega o inverno.
António Justo
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu
www.arcadia-portugal.com
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