Na Alemanha
tanto os católicos como os protestantes realizam todos os anos o “Dia da Igreja”
(Kirchentag) que dura cinco dias.
Os católicos
acabaram de realizar o seu 100° Kirchentag em Leipzig, uma cidade com 570.000
habitantes e dos quais 4,3% são católicos (Na antiga Alemanha socialista, a
religião foi sistematicamente discriminada e perseguida e aí também se registam
os movimentos mais radicais contra refugiados).
Na cidade
escolhida para lugar de realização dos Kirchentage, os cristãos das diferentes confissões
costumam dar guarida aos visitantes do Kirchentag. O Dia da Igreja católica em
Leipzig reuniu 40.000 visitantes, menos que outros anteriores realizados
noutras cidades.
Os Kirchentage
sobressaem na sociedade alemã como lugares da discussão e do encontro. No seu
programa encontram-se fóruns de discussão para todos os relevantes temas da
sociedade em geral e da Igreja. Neles participam também os governantes e
pessoas relevantes da sociedade civil.
Este ano
provocou controvérsia o facto dos representantes do partido AfD não serem
convidados (a razão estará no facto de este partido se perfilar contra o islão
e contra os refugiados). Os representantes da Igreja não estão de acordo com o slogan
do AfD “não queremos refugiados nem muçulmanos”. Dos Kirchentage muitos dos
fiéis, além do intercâmbio esperam levar impulsos e sugestões para as
paróquias.
Estes eventos
contribuem para um clima social muito equilibrado na Alemanha: uma sociedade
onde cada qual pode escolher a sua maneira de ser feliz e onde religião e
estado dialogam harmoniosamente sem espasmos.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do
Tempo
http://antonio-justo.eu/?p=3609
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