Com o Pentecostes,
o „quinquagésimo” dia depois da Páscoa, termina o tempo pascal, o tempo de
Jesus; Pentecostes é o tempo do Espírito (do Ruah, que significa sopro, aragem,
hálito divino), é o tempo da santa convocação
em que a comunidade se reúne, em que a Igreja começou; a presença de Cristo é
agora mística passando Ele a estar nela.
A experiência da
igreja primitiva testemunha que quem recebe o Paráclito fica com a capacidade
de falar línguas estrangeiras, isto é de incluir e compreender toda a
humanidade no mistério do amor.
Segundo a fé-testemunho da Igreja, o Espírito
santo é a terceira pessoa da Trindade - Deus-pai-filho e Espírito divino - a
fórmula mística que engloba toda a realidade num processo relacional
interpessoal. O Paráclito une as pessoas e tudo o que separa. As barreiras e as
fronteiras da língua, da origem, das culturas, desaparecem, tudo se reúne em
Deus
.
Pentecostes é o
tempo dos dons do espírito santo (1). Os actos
dos Apóstolos descrevem-no como “Um rio de água viva, resplandecente como o
cristal, saindo do trono de Deus e do Cordeiro (Ap 22,1). Desse espírito surge
toda a criatividade.
Os dons do
Espírito santo reconhecem-se nos seus frutos, nas acções (2) com se verifica em Gálatas 5, 22-23: “Mas o fruto
do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não há lei.”
António da Cunha
Duarte Justo
(1) (1) Os
Dons do Espírito Santo são: Sabedoria
(espírito do discernimento), Inteligência
(entender o mundo na presença de Deus, uma espécie de intuição das verdades
naturais e espirituais), Conselho
(na entreajuda e no discernimento de atitudes e circunstâncias), Fortaleza (para encarar a vida de
frente se se desviar das dificuldades), Ciência
(ao nível intelectual, da vivência e da acção para ir interpretando e actuando
num mundo em transformação), Piedade
(o amor divino presente em nós através da misericórdia) e o Temor de Deus (o dom que nos leva a
reconhecer no Outro o centro da nossa ipseidade, ele ensina-nos o respeito às
pessoas e à natureza). Estes são os dons da comunidade chamada a realizar o
corpo místico de cristo. Cf. I Coríntios 12, Romanos 12 e Efésios 4.
(2) Amor é o
resumo da fé cristã: Deus é amor (1 Jo 4.8), amai-vos a vós e aos outros como
eu vos amei; a Alegria vem da graça de viver bem na relação com o mundo em
Deus); a Paz saboreia o aroma divino no mundo; a Longanimidade (Jo 8.10-11)
conjuga a abertura e a ajuda, é tolerante e paciente, é própria da alma grande;
a Benignidade é flexível (Jo 8.1-11) e honesta; a Bondade (Mc 11.15-18) aceita
e empenha-se; a Fidelidade realiza-se no âmbito da fé e da esperança; a Mansidão
é o calmante do corpo e do espírito na humildade do viver ; o Autodomínio dá-se
nos pensamentos, palavras e paixões.
Sem comentários:
Enviar um comentário