sábado, 19 de novembro de 2016

ATE À VISTA NO ALÉM

A Consciência humana é infinita

Por António Justo
A experiência da quase-morte (ou EQM) e do depois-morte (EDM) são uma constante histórica testemunhada nas diferentes culturas. No evangelho de Marcos, capítulo nove, é narrada a experiência do depois da morte, uma nova maneira de ser para além do estar, e na segunda carta aos corintos, capítulo 12, Paulo descreve a experiência da quase-morte, isto é uma experiência fora do corpo em que a consciência (alma) se revela sem limites por participar da infinidade divina.

A morte não tem a última palavra a dizer, como se vai constatando também na investigação científica que cada vez mais se dedica ao estudo dos fenómenos em torno da morte. A experiência, com moribundos ou com pacientes em coma, motivou médicos e outros cientistas a investigar as causas e o significado desses fenómenos: presença de um "ser de luz",  "emancipação da alma",  "experiência fora do corpo",  "desdobramento espiritual", “contacto com o além”,  “aparelhos imobilizados”, etc.. 

A crença materialista científica, das ideologias do século XIX, agora também posta em dúvida pela física quântica, começa a abandonar as cercas da sua certeza para admirar o que se estende para lá delas. Perante o resultado de estudos feitos vão deixando de se fixar na qualificação de tais fenómenos apenas como alucinações causadas pela falta de oxigénio no cérebro. No passado, muitos cientistas tinham medo de manifestar as suas experiências para não serem ridicularizados ou para serem conformes ao credo da ciência materialista. Charles Chaplin dizia “Não creio em nada e de nada descreio. O que concebe a imaginação aproxima-nos tanto da verdade como o que pode provar a matemática”! De facto, a experiência do inefável (Deus) deixa de crer para saber, sem poder provar a vivência porque é acontecer.

A consciência do ser humano existe independentemente do cérebro

Segundo a visão materialista, com a morte cerebral deveria morrer a consciência de ser. Muitos cientistas da medicina e da biologia chegam agora à conclusão que a consciência humana não se extingue com o apagar-se do corpo mas que continua a existir.

Raymond A. Moody, psiquiatra e filósofo investigou sistematicamente o que acontece depois da morte clínica; o mesmo se diga da psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross e de muitos outros. Eben Alexander descreve agora o que experimentou depois do cérebro deixar de funcionar. Uma experiência que pode tornar-se numa luz para quem só está habituado a avistar a matéria.

Eben Alexander, especialista do cérebro, esteve 7 dias em profundo coma com uma grave meningite bacteriana com uma chance de sobrevivência de 3% mas apenas como gravemente incapacitado. Sem funções cerebrais activas teve, apesar disso, a experiência extracorporal de uma consciência sem limites (Livro “Prova do Céu“). Neste estádio encontrou também familiares desconhecidos que depois veio  a conhecer e familiares falecidos e amigos. Passados sete dias aconteceu o impossível na medicina: o neurobiólogo regressou da visagem com novas forças e experiências. Eben Alexander teve a experiência de que a consciência humana existe independentemente do cérebro.

Não há que ter medos. Deus é maior que as nossas morais aritméticas e do que os nossos conceitos e ideias de justiça. No fundo do túnel escuro a luz brilha em ti para te incrementar o sentimento de segurança, amor e felicidade, o antes e o depois num presente eterno.

Conclusões possíveis de tirar com base também nas novas investigações: pensar a vida a partir do fim, a partir do nós, do outro. A morte só é uma estacão, no caminho para Deus, onde a infinidade eterna se torna o espaço da nova consciência.

O amor é o laço que une para lá da morte e que permanece na nova maneira de ser para lá das finitudes temporais. O amor é o folgo de Deus em tudo e em todos, a relação que mantém também o cosmos.
António da Cunha Duarte Justo
Teólogo
Pegadas do Tempo,  http://antonio-justo.eu/?p=3953

15 comentários:

Anónimo disse...

É interessante o número de pesquisas sérias que buscam entender, do ponto de vista científico, o que se processa com a consciência humana após a morte física – biológica.
Lembro-me de ter assistido um documentário soviético em que pesquisadores pesavam pessoas moribundas em balanças de altíssima precisão na tentativa de se identificar qualquer variação, por menor que fosse, no peso das pessoas no momento de sua morte.
E de fato conseguiram detectar um pequena variação no peso no exato momento da morte. Cientificamente não se sabe a causa exata disso, mas especula-se que poderia ser a alma da pessoa, conforme relatado tal existência nas religiões.
Para as religiões não existe dúvidas sobre a continuação da vida. O que muda é a maneira como cada uma faz sua explicação.
Uma das formas que me satisfaz no que diz respeito ao “tema vida após a morte”, é bem simples, basta o investigador do tema dirigir-se a um centro espírita , um terreiro de Umbanda (estes de fácil acesso ) , ou em algum lugar que se trabalhe seriamente com mediunidade que terá a oportunidade de conhecer pessoas que aqui estão mortas e no entanto continuam vivas, confirmando o que as religiões dizem.
Se tiver a oportunidade de conversar com um parente seu (um pai ou mãe falecido ) que lhe fale de assuntos que só você e eles saibam, melhor ainda.
Este tipo de experiência ajuda a derrubar o tabu da morte.
Saudações aos participantes,
Vilson
Diálogos Lusófonos

Anónimo disse...

Vida, Morte, Ressurreição… Tudo mistério! O homem nem com o nariz lhe cheira o segredo que é mistério!
António Fernandes
FB

António da Cunha Duarte Justo disse...

Exactamente!
O que define o ser humano é a sua ponderação em torno do mistério. A cultura surgiu da controvérsia com Deus e com a natureza.

Anónimo disse...

O que o mundo precisa é menos religião. Está se a ver em toda a parte do mundo onde levam as religiões. Já agora podias traduzir esse texto para alemão já neste grupo muita gente andou pouco na escola em Portugal. É só uma dica.
José Figueiredo
FB

António da Cunha Duarte Justo disse...

Hoje é fácil traduzir-se qualquer texto através do Google übersetzer. Irradiar a religião ou a ideologia da humanidade significaria acabar com o ser humano e colocar gasolina no fogo das guerras. O problema maior vem do facto das pessoas pensarem que o que pensam é a realidade! Nos últimos séculos (prescindindo das guerras islâmicas) as maiores guerras foram orientadas por pessoas antirreligiosas: Hitler, Estaline, Mao e outros…

Anónimo disse...

A ciência essa é imprescindível para o ser humano. Já a religião só existe há pouco tempo tendo em conta os milhões de anos que o planeta Terra onde vivemos tem.
Antes de haver religião as pessoas não sabiam distinguir o bem do mal? Claro que sabiam. Só a um certo tempo é que começaram a escrever livros que hoje em dia dão em problemas.
José Figueiredo
FB

António da Cunha Duarte Justo disse...

A primeira abordagem do ser humano à realidade e ao mistério que o envolvia foi feita pela religião, só muito mais tarde surgiu a abordagem científica! Cada disciplina aborda a realidade de uma determinada perspectiva: a ciência religiosa encara o sentido do real e a ciência positiva limita-se tentar explicar o ser do real. Na pré-história a humanidade transmitia o seu saber de geração em geração através da oralidade. A invenção da escrita foi um processo de muitos milhares de anos na era da proto-escrita a que se seguem diferentes escritas; vai-se passando dos símbolos de imagens para símbolos lógicos. Considera-se que a escrita propriamente dita alcançou uma certa maturidade 3.000 anos antes de Cristo. A cultura escrita é muito recente, se consideramos a existência da vida humana sobre a terra. A religião começou na humanidade com a tentativa do ser humano querer distinguir entre o bem e o mal. Este foi o tempo do acordar do ser humano para a cultura.

Anónimo disse...

A ciência diz que o ser humano e os macacos têm um antecedente comum. O cristianismo diz que não e que descendemos do Adão e Eva. E tu vens agora com a ciência religiosa? Se a Bíblia é contra os factos provados pela ciência mas a verdadeira porque a ciência não tem religião. Tu és daqueles que não fazem perguntas e só soletram coisas que foram escritas à milhares de anos que contradizem a ciência. A ciência não se fica num ponto só. Está sempre em desenvolvimento.
José Figueiredo
FB

António da Cunha Duarte Justo disse...

Há pessoas hoje que fazem da ciência positiva um acto de fé (um acto devoto profano) equivocando-se tal como as pessoas religiosas da idade média quando pensavam que o sol é que andava à volta da terra. Identificam teorias com realidade, quando a teoria (a crença) ajuda a ver além da realidade.
Darwin, o criador da teoria da evolução da evolução através da selecção natural e sexual, além de naturalista era teólogo e por isso conhecia bem a opinião da teologia da idade média: Os Padres da Igreja católica e estudiosos medievais tendiam a interpretar a história bíblica da criação como alegórica, sabendo que Adão e Eva não eram pessoas reais. Os protestantes tendiam mais para uma interpretação literária da Bíblia. Naturalmente que para o povo simples que não entenderia muito das análises científicas bíblicas era mais fácil entender Adão e Eva como pessoas reais, o que era também transmitido por pastores (Naturalmente que também haverá ainda pessoas e cientistas que defendem a teoria da realidade histórica de Adão e Eva, como há pessoas que crêem que o Homem vem do macaco). O mito de Adão e Eva aponta para realidades para lá de interpretações monocausais de factos (A verdade mítica ilumina a verdade histórica e uma não precisa necessariamente de negar ou contradizer a outra). Concluindo: Adão e Eva não são pessoas reais mas simbólicas.
Se desejar pode ler este texto: http://antonio-justo.blogspot.de/…/caim-em-saramago.html
Eu acabo aqui a minha intervenção porque o assunto não segue uma lógica de controvérsia

Anónimo disse...

Antes de haver religião as pessoas não sabiam distinguir o bem do mal? Claro que sabiam. Só a um certo tempo é que começaram a escrever livros que hoje em dia dão em problemas.
José Figueiredo
FB

António da Cunha Duarte Justo disse...

A distinção do bem e do mal surgiu no momento em que como diz o mito da Bíblia, Eva que tinha já atingido o uso da razão convida Adão a saber o que é bem e mal, oferecendo-lhe para isso a oportunidade de sair da pasmasseira anterior ao uso da razão: aqui começa a religião na distinç1bo do que era bem e mal e como tal na capacidade do Homem para assumir culpa, dado a partir daí ser livre. Como se vê a mulher (Eva) em termos de evolução estava mais adiantada que o homem (Adão) como se vê na evolução das 7 eras (dias) do tempo, o tempo evolutivo da criação já descrita no Génesis (Darwin sabia de Bíblia porque era teólogo também!). A primeira abordagem do ser humano à realidade e ao mistério que o envolvia foi feita pela religião, só muito mais tarde surgiu a abordagem científica! Cada disciplina aborda a realidade de uma determinada perspectiva: a ciência religiosa encara o sentido do real e a ciência positiva limita-se tentar explicar o ser do real. Na pré-história a humanidade transmitia o seu saber de geração em geração através da oralidade. A invenção da escrita foi um processo de muitos milhares de anos na era da proto-escrita a que se seguem diferentes escritas; vai-se passando dos símbolos de imagens para símbolos lógicos. Considera-se que a escrita propriamente dita alcançou uma certa maturidade 3.000 anos antes de Cristo. A cultura escrita é muito recente, se consideramos a existência da vida humana sobre a terra. A religião começou na humanidade com a tentativa do ser humano querer distinguir entre o bem e o mal. Este foi o tempo do acordar do ser humano para a cultura.

Anónimo disse...

A ciência diz que o ser humano e os macacos têm um antecedente comum. O cristianismo diz que não e que descendemos do Adão e Eva. E tu vens agora com a ciência religiosa? Se a Bíblia é contra os factos provados pela ciência mas a verdadeira porque a ciência não tem religião.
José Figueiredo
FB

António da Cunha Duarte Justo disse...

Há pessoas hoje que fazem da ciência positiva um acto de fé (um acto devoto profano) equivocando-se tal como as pessoas religiosas da idade média quando pensavam que o sol é que andava à volta da terra. Identificam teorias com realidade, quando a teoria (a crença) ajuda a ver além da realidade.
Darwin, o criador da teoria da evolução da evolução através da selecção natural e sexual, além de naturalista era teólogo e por isso conhecia bem a opinião da teologia da idade média: Os Padres da Igreja católica e estudiosos medievais tendiam a interpretar a história bíblica da criação como alegórica, sabendo que Adão e Eva não eram pessoas reais. Os protestantes tendiam mais para uma interpretação literária da Bíblia. Naturalmente que para o povo simples que não entenderia muito das análises científicas bíblicas era mais fácil entender Adão e Eva como pessoas reais, o que era também transmitido por pastores (Naturalmente que também haverá ainda pessoas e cientistas que defendem a teoria da realidade histórica de Adão e Eva, como há pessoas que crêem que o Homem vem do macaco). O mito de Adão e Eva aponta para realidades para lá de interpretações monocausais de factos (A verdade mítica ilumina a verdade histórica e uma não precisa necessariamente de negar ou contradizer a outra). Concluindo: Adão e Eva não são pessoas reais mas simbólicas.
Se desejar pode ler este texto: http://antonio-justo.blogspot.de/…/caim-em-saramago.html
Eu acabo aqui a minha intervenção porque o assunto não segue uma lógica de controvérsia!

Anónimo disse...

Eu gostei do assunto já que o acho com muita material para discussão e já que aqui ninguém responde a nada tentei pôr alguma lenha no lume como se costuma dizer mas acho que é inútil, neste grupo só lêem e passam à frente como se nada fosse… Depois é como sempre, cada um puxa a sardinha à sua fogueira e tenta se ignorar os ideais do próximo. Boa noite.
José Figueiredo
FB

António da Cunha Duarte Justo disse...

Compreendo, muito obrigado também pela oportunidade que me deu de responder espontaneamente às questões! Boa noite