A ALEMANHA DESEJA A VITÓRIA DA
DEMOCRACIA À SPD E MAIS MULHERES NO GOVERNO DO MUNDO
Por António Justo
Donald Trump, o candidato incorreto que é alérgico à imprensa da capital e
se apresenta como o salvador dos prejudicados pela globalização, mete medo à
Alemanha. Por isso a imprensa tem-no muitas vezes apresentado como um monstro.
A vitória desejada para Clinton significaria para a Alemanha a afirmação da
necessária presença feminina no poder mundial e ao mesmo tempo a continuidade
na harmonia concordante no estilo democrático do SPD. Segundo sondagens na
Alemanha 75% deseja a vitória a Hillary Clinton e 4% a Donald Trump, 20% a
nenhum dos dois e 6% abstêm-se (Statista, Novembro).
Parte dos alemães têm medo de se afirmar mais na Alemanha o grupo dos “Puti-verstehern”
(Compreendedores de Putin) na eventualidade de Trump ser eleito.
A opinião pública e a classe política alemã sentiam-se entusiasmadas com o
derrapar de Donald Trump. Desde que FBI se debruçou sobre os emails de Hillary
Clinton e a sua popularidade começou a
descer para o nível das sondagens de Trump a preocupação pública aumentou. O
trauma do medo nacionalista paira sobre a alma alemã como uma espada de Démocles.
Trump é o melhor gancho para tais receios de que os autocratas movidos pelo
nacionalismo se afirmem. Naturalmente um medo comum a grande parte da classe
política europeia estabelecida.
A Alemanha, com uma mulher no topo da política e da governação e talvez
como compensação contra uma certa masculinidade da economia e da forma de
governo, deseja ver Clinton como mais um luzeiro feminino no horizonte das
nações poderosas.
A vitória de Clinton seria vista como mais um passo em frente no sentido do
equilíbrio dos pratos da balança do domínio masculino e feminino na arena
política. Muitos sentem a democracia ameaçada com homens machistas com é o caso
da Turquia, Rússia, China, Filipinas, Coreia do Norte, etc...
Além disso, uma Alemanha que se
considera como um motor da EU e como representante do sistema da EU não suporta
um candidato à presidência como Trump, que coloca na ordem do dia temas
escandalosos, muito embora ele não esteja isento de escândalos sexistas e de fraude
fiscal.
Na sociedade pensante alemã, porém, domina a convicção que a democracia dos
USA é estável e também seria capaz de aguentar um Donald Trump sem sofrer danos
porque ele não poderia governar sozinho. Ele consegue movimentar o sonho de uma
América que deseja voltar a ser grande.
A eleição de Clinton significaria para a Alemanha a afirmação da afirmação da
necessária feminidade e em sintonia com o ideário político do SPD. Por isso o
poder estabelecido alemão deseja, de coração a vitória de Clinton. Preferem o
da economia ao da testosterona. Além disso os alemães não gostam de
experiências arriscadas na política, preferem a normalidade do trabalho
político para o cidadão normal; o que não quer dizer que estejam de acordo com alguns
aspectos da política de Clinton.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu
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