Governo de António Costa tem mais
de duas dezenas de parentescos
António Justo
Em Portugal, uma câmara socialista em 100 vagas colocou 27 familiares em
funções públicas (1); isto é um índice significativo do que acontece também no
poder central. O executivo de António Costa também tem dois ministros da mesma
família (2).
O Jornal Económico (3) informa
que o Governo Geringonça tem mais de duas dezenas de parentescos. Cada vez se
tem mais a impressão que critérios relevantes de selecção são amigos e
familiares.
Num governo Geringonça em que toda a
Esquerda se sente à vontade e numa República com um PR que, em muitos casos, se
contenta com a atitude do “Maria vai com as outras”, o país não tem hipótese,
continuando cada vez mais na mesma. O
maquiavelismo puro, aliado ao cinismo descarado de muitos ocupantes
responsáveis do Estado, faz parte da prática republicana portuguesa, tornando-se
natural e determinante num país em que o espírito clubista abafa a razão e
despersonaliza o cidadão. O discurso objectivo político é substituído por
um arengar clubista de que “o meu clube é que faz bem e é o melhor”.
Em França, em 2017 foi aprovada uma lei anti-nepotismo no funcionalismo, em
Portugal o nepotismo é lei na medida em que muitos dos nossos políticos o
aceitam e legitimam. Os nossos deputados limitam-se muitas vezes a dançar ao
ritmo da música dos governos.
Nalguns meios da
opinião pública há quem se escandalize especialmente com a quantidade de
familiares de personalidades de partidos da esquerda em cargos políticos e
administrativos do Estado. Parece que ainda não notaram a natureza do marxismo
que aposta na colocação dos seus adeptos no aparelho do Estado e nos resorts da
Educação; a direita tende mais a ocupar os campos da economia. Uns vivem mais
da produção, outros vivem mais do seu controlo e da administração!
Em Portugal confunde-se família política com política
familiar e política partidária com política nacional! Os oportunistas
sabem que podem contar com o poder normativo do factual porque este é confirmado
pelo povo nas eleições. A Geringonça sabe que governa um povo cego e por isso
não se preocupa em abusar dele; o povo não nota e vota nela; tal é a tradicional
arrogância da pobreza governativa portuguesa. Vivemos num Estado sem emenda e
com um presidente da República que nada nota e que é perito em fazer uso do
mecanismo clubista português; a corrupção política é trunfo e para se ser
neutro não se combate a corrupção, para se lavar as mãos como Pilatos basta
argumentar com os males dos adversários. Assim se vão sucedendo os governos uns
aos outros vivendo cada um do falar mal dos outros; assim temos um Portugal alegre
a marcar passo. Cada vez caminhamos mais para uma cultura política em que o que
vale é a conversa fiada ou cínica,servindo-se até, para justificar tal comportamento,
da ideia de que somos um país pequeno. É o cúmulo da insolência!
Podíamos ser um
país pequeno, mas grande como a Suiça! Não o somos porque nos contentamos em
ser um povo de clubismos e de amiguinhos.
Ninguém bate o PS
em questões da prática do favoritismo de familiares ou amigos na atribuição de
cargos ou privilégios por parte de um detentor de cargo público.
Boa noite
Portugal!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=5363
(1)
Na semana em
que o país passou a contar com pai e filha e marido e mulher no mesmo Governo,
revelamos todas as relações familiares que existem no poder central e numa
câmara socialista que em 100 vagas colocou 27 familiares em funções públicas. https://www.rtp.pt/programa/tv/p36586/e7
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