Os beneficiados directos do novo regime serão a Turquia e Israel
Na Síria há festa para os muçulmanos sunitas radicais, pesadelo para os cristãos sírios e grande incerteza para grupos étnicos como os Curdos.
Síria cai nas mãos do jihadismo com Abu Mohammed Al Golani, o novo líder máximo do país. O designado responsável pela justiça já disse que quer depor todas as juízas do país...
Mais de dois milhões de sírios vivem na Europa com o estatuto de refugiados...
Em 2011 (início da guerra civil na Síria, sob os auspícios eufemistas da Primavera Árabe), havia na Síria 1,5 milhões de cristãos (10% da população). Hoje, este número ronda os 300.000!...
Os políticos ocidentais e os media apressam-se a lançar foguetes com a chegada dos grupos extremistas ao poder para que o povo se distraia a correr atrás das canas.
A dor e a justiça não interessam às potências, chamem-se elas OTAN ou Rússia, que usam da estratégia das insurreições e das guerras para afirmarem os seus interesses económicos e estratégicos nas várias regiões do globo. A Síria encontra-se à disposição de interesses estranhos a ela e o “Ocidente” interessado apenas na expansão económica e política ignora o baluarte que é o Islão que, como o regime chinês, a longo prazo, consegue afirmar-se a custo da erosão democrática ocidental.
Seria de lembrar: O islão é uma política sob a forma de religião. Ele teve o histórico mérito de se tornar a alma árabe dando-lhe corpo ao unir as tribos árabes em “nação”. Ele teve a inteligência de unir o espírito agressivo do deserto à vivência das miragens que o próprio solo condiciona e assim se criou o melhor espelho dessa miragem no islão. A imensidão árida do deserto amplia o desejo humano de a vencer não deixando lugar para almas macias. Este espírito concretizou-se no islão no seu caracter agressivo de maneira especial expresso nos grupos jihadistas que acantonados no meio do povo recebem caracter e legitimação democrática. A identificação do poder político com o religioso confere aos povos muçulmanos um tom democrático inerente ao sistema e como tal o sistema islâmico, afirma-se com mais sustentabilidade do que as nossas democracias liberais, que, a-religiosas ou demolidoras do cristianismo fazem da economia a sua transcendência comum e as torna frágeis porque só condicionadas ao bem-estar económico. ...
Um outro capítulo é a religiosidade inocente de muçulmanos devotos que compensam com a sua feminilidade religiosa a masculinidade agressiva do seu sistema e líderes.
Aos cristãos espera-lhes a mesma sorte que no Iraque! O líder de origem árabe, e como tal, fruto da dureza do deserto não tem nada a ver com uma Síria multicultural...
A coligação dos líderes islâmicos suportará as outras etnias enquanto não tiverem poder suficiente nas mãos para poderem instalar a teocracia muçulmana...
Permanece como único instrumento moderador do novo regime a sua dependência económica e de armas das potências estrangeiras presentes na região.
António da Cunha Duarte Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9641
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