segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Das altas Burguesias nacionais para as altas Burguesias internacionais



Ditadura financeira internacional suborna os Estados

Urge uma revolta dos Estados contra os Dinos do Capital

António Justo
O cinismo do poder financeiro
O turbocapitalismo serve-se também das estratégias soviéticas comunistas, no seu intento de destruir estados de economia social-democrata, sistemas legais, governos e oposição. Aposta na desestruturação de sistemas morais e sociais. A sua expressão e símbolo, na União Europeia, é a Troica (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) que controla os governos e os parlamentos no sentido de fazerem leis que sirvam os interesses da alta finança internacional. Troica significa em russo um carro conduzido por três cavalos. Na União soviética era o grupo dos três supremos chefes supremos: o chefe de estado, o chefe de governo e o líder do partido comunista. Estes estavam por cima da lei.
Se os velhos regimes nacionais (p.ex. de Salazar) beneficiavam a  alta burguesia nacional, os novos regimes democráticos (p.ex. 25 de Abril) servem a alta burguesia internacional. Deu-se um desvio dos microssistemas para os macrossistemas.

Sem uma classe média nacional forte os Estados são violados
O capitalismo internacional encontra-se numa fase avançada de assalto aos Estados. Assiste-se a verdadeiros golpes de estado sem que sejam conhecidos os revolucionários. As nações são, paulatinamente, destruídas e desautorizadas sob o pretexto da criação de regiões económicas favorecedoras do mercado, as famílias são destruídas em nome da necessidade de disponibilidade e flexibilidade do trabalhador. A classe média, que era a garantia da grandeza das nações, é destruída para que uma pequena oligarquia internacional de capitalistas tenha mais facilidade no controlo do Estado, do povo e da produção. As altas burguesias das nações aliam-se internacionalmente e conectam-se em impérios financeiros atuantes através dos bancos. Internacionalizam o capital, escolhem os paraísos de impostos, ficam com os lucros e socializam as dívidas. Ignora-se que, sem uma classe média alargada e forte enraizada na nação (antigamente a alta e média burguesia), os governos mais facilmente se tornam marionetes da alta burguesia internacional que actua através dum capital irresponsável anónimo. O sistema económico de Salazar favorecedor da alta burguesia nacional é convertido pelo regime do 25 de Abril num sistema favorecedor da alta burguesia internacional. Hoje a democracia é ridicularizada a ponto de os deputados, esforçadas pela Toica, votarem leis contra os interesses do próprio povo. As empresas nacionais com boa rentabilidade são internacionalizadas ficando a encargo do Estado as que não dão proveito capitalista. Até os hospitais se querem apenas nas mãos do privado para este poder explorar o prometedor negócio do futuro com os medicamentos e com a doença. Na Zona Euro os dinossauros do capital internacional empenham-se, de momento, na regulação da economia em geral e na destruição dalguns Estados e na disciplinação de outros. Os países com os seus governos encontravam-se demasiado perto do povo e como tal demasiado dependentes deste. A nova ordem globalista, da oligarquia financeira internacional, quer usar-se das estruturas democráticas locais e regionais para de cima para baixo impor a sua política mercantil em que mercadoria e Homem são produtos a seu serviço. Os dinos conseguem deslegitimar estados inteiros pelo facto de os levarem a uma situação de não poderem controlar as grandes multinacionais e condicionarem os seus actos governativos a uma feitura de legislação ditada por eles mesmos na qualidade de credores.
Privatiza-se a riqueza dos estados e socializa-se a pobreza. O Estado já não tem poder de intervir na distribuição da riqueza, no mercado de trabalho, na segurança social, na saúde, etc. Não consegue intervir como regulador da economia e como advogado da justiça social dentro do país. Um Estado sem poder de interferir deslegitima-se. As medidas que toma destinam-se a saciar a ganância dos magnates do capital internacional. As dívidas estatais não permitem mais margem de manobra e o cidadão já se encontra sufocado pelos impostos até à garganta.

O Poder económico e militar continuará no Ocidente
A Alemanha encontra-se preparada para manter o avanço técnico e económico em relação aos países concorrentes. Com a sua política favorece, também ela, os interesses da alta finança ao fomentar, também entra a sua população, um grande contingente de carenciados que freiam as exigências da classe média perante uma oligarquia financeira cada vez mais poderosa.
Segundo a revista alemã “manager magazine” o actual BIP anual, por habitante, nos USA é 48.442 Dólares, na EU 34.848, na China 5.445 e na índia 1.489. Em 2025 os cidadãos dos USA atingirão um BIP de 60.000 Dólares, os da EU 42.000 Dólares, os da China 10.000 e os da Índia 3.000. Como se prevê, as forças económicas internacionais manter-se-ão equilibradas, ao contrário de medos conjunturais; o problema maior estará na distribuição do dinheiro entre as camadas sociais.
O futuro do mundo continuará a depender em grande parte da civilização ocidental. Ela tem o gene do domínio e do progresso pelo que continuará a oferecer as melhores garantias para investidores. Os donos do mundo fortalecem os seus monopólios à custa da falta de cooperação e solidariedade entre os estados. Enquanto o desenvolvimento económico se desenvolver à custa da dignidade humana e da opressão de grupos e povos não poderemos ter boa consciência.

As elites são responsáveis pelo retrocesso cultural em via
Tudo parece estar à disposição dum grupo cada vez mais pequeno e mais rico que se aproveita do povo e das nações. Os magnates das finanças e do poder são os responsáveis pelo retrocesso cultural e humano a que estamos a assistir na Europa.
Por toda a internet se levantam clamores de queixas e acusações contra tudo e contra todos. Isso é o que os dinossauros do dinheiro e do poder querem: uma crítica geral indiferenciada de tiros para o ar; pretendem desviar a raiva popular e disfarçar a sua responsabilidade nas sombras de funcionários e de empregados com lugar estável de trabalho como se isto fosse um privilégio. A terra é de todos e para todos tal como as estrelas do universo. O povo tem uma grande palavra a dizer em tudo isto. Para isso terá de repensar a atitude consumista a que foi levado e rever a motivação do seu agir que se orienta pelo interesse pessoal, pela inveja e pela ganância pessoal. Será preciso comprar menos e compartilhar mais. Na realidade não se trabalha para o que se precisa mas para as necessidades que o mercado dita.
Os dinos do poder mundial e seus acólitos baseiam-se na ideologia simplicista, segundo a qual, na sociedade basta haver dois grupos sociais: a camada baixa (grande maioria) e a camada alta (reduzida elite oligárquica); para a sociedade baixa chega o trabalho como ideário de vida; para a classe alta o papel de pensar e manter o proletário sob a sua batuta. A proletarização social e nacional encontra-se em aceleração total por uma estratégia destruidora do ideário cristão, da economia social e do redireccionamento das democracias e estados.

António da Cunha Duarte Justo

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