Ditadura financeira internacional suborna os Estados
Urge uma revolta dos Estados contra os Dinos do Capital
António Justo
O cinismo do poder
financeiro
O turbocapitalismo
serve-se também das estratégias soviéticas comunistas, no seu intento de
destruir estados de economia social-democrata, sistemas legais, governos e
oposição. Aposta na desestruturação de sistemas morais e sociais. A sua
expressão e símbolo, na União Europeia, é a Troica (Comissão Europeia, Banco
Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) que controla os governos e os
parlamentos no sentido de fazerem leis que sirvam os interesses da alta finança
internacional. Troica significa em russo um carro conduzido por três cavalos.
Na União soviética era o grupo dos três supremos chefes supremos: o chefe de
estado, o chefe de governo e o líder do partido comunista. Estes estavam por
cima da lei.
Se os velhos regimes
nacionais (p.ex. de Salazar) beneficiavam a alta burguesia nacional, os
novos regimes democráticos (p.ex. 25 de Abril) servem a alta burguesia
internacional. Deu-se um desvio dos microssistemas para os macrossistemas.
Sem uma
classe média nacional forte os Estados são violados
O capitalismo
internacional encontra-se numa fase avançada de assalto aos Estados. Assiste-se
a verdadeiros golpes de estado sem que sejam conhecidos os revolucionários. As
nações são, paulatinamente, destruídas e desautorizadas sob o pretexto da
criação de regiões económicas favorecedoras do mercado, as famílias são
destruídas em nome da necessidade de disponibilidade e flexibilidade do
trabalhador. A classe média, que era a garantia da grandeza das nações, é
destruída para que uma pequena oligarquia internacional de capitalistas tenha
mais facilidade no controlo do Estado, do povo e da produção. As altas
burguesias das nações aliam-se internacionalmente e conectam-se em impérios
financeiros atuantes através dos bancos. Internacionalizam o capital,
escolhem os paraísos de impostos, ficam com os lucros e socializam as dívidas.
Ignora-se que, sem uma classe média alargada e forte enraizada na nação
(antigamente a alta e média burguesia), os governos mais facilmente se tornam
marionetes da alta burguesia internacional que actua através dum capital
irresponsável anónimo. O sistema económico de Salazar favorecedor da alta
burguesia nacional é convertido pelo regime do 25 de Abril num sistema
favorecedor da alta burguesia internacional. Hoje a democracia é ridicularizada
a ponto de os deputados, esforçadas pela Toica, votarem leis contra os
interesses do próprio povo. As empresas nacionais com boa rentabilidade são
internacionalizadas ficando a encargo do Estado as que não dão proveito
capitalista. Até os hospitais se querem apenas nas mãos do privado para este
poder explorar o prometedor negócio do futuro com os medicamentos e com a
doença. Na Zona Euro os dinossauros do capital internacional empenham-se, de
momento, na regulação da economia em geral e na destruição dalguns Estados e na
disciplinação de outros. Os países com os seus governos encontravam-se
demasiado perto do povo e como tal demasiado dependentes deste. A nova ordem
globalista, da oligarquia financeira internacional, quer usar-se das estruturas
democráticas locais e regionais para de cima para baixo impor a sua política
mercantil em que mercadoria e
Homem são produtos a seu serviço. Os dinos conseguem deslegitimar estados
inteiros pelo facto de os levarem a uma situação de não poderem controlar as
grandes multinacionais e condicionarem os seus actos governativos a uma feitura
de legislação ditada por eles mesmos na qualidade de credores.
Privatiza-se
a riqueza dos estados e socializa-se a pobreza. O Estado já não tem poder de
intervir na distribuição da riqueza, no mercado de trabalho, na segurança
social, na saúde, etc. Não consegue intervir como regulador da economia e como
advogado da justiça social dentro do país. Um Estado sem poder de
interferir deslegitima-se. As medidas que toma destinam-se a saciar a ganância
dos magnates do capital internacional. As dívidas estatais não permitem mais
margem de manobra e o cidadão já se encontra sufocado pelos impostos até à
garganta.
O Poder
económico e militar continuará no Ocidente
A Alemanha
encontra-se preparada para manter o avanço técnico e económico em relação aos
países concorrentes. Com a sua política favorece, também ela, os interesses da
alta finança ao fomentar, também entra a sua população, um grande contingente
de carenciados que freiam as exigências da classe média perante uma oligarquia
financeira cada vez mais poderosa.
Segundo a
revista alemã “manager magazine” o actual BIP anual, por habitante, nos USA é
48.442 Dólares, na EU 34.848, na China 5.445 e na índia 1.489. Em 2025 os
cidadãos dos USA atingirão um BIP de 60.000 Dólares, os da EU 42.000 Dólares,
os da China 10.000 e os da Índia 3.000. Como se prevê, as forças económicas
internacionais manter-se-ão equilibradas, ao contrário de medos conjunturais; o
problema maior estará na distribuição do dinheiro entre as camadas sociais.
O futuro do
mundo continuará a depender em grande parte da civilização ocidental. Ela tem o
gene do domínio e do progresso pelo que continuará a oferecer as melhores
garantias para investidores. Os donos do mundo fortalecem os seus monopólios à
custa da falta de cooperação e solidariedade entre os estados. Enquanto o
desenvolvimento económico se desenvolver à custa da dignidade humana e da
opressão de grupos e povos não poderemos ter boa consciência.
As elites são
responsáveis pelo retrocesso cultural em via
Tudo parece
estar à disposição dum grupo cada vez mais pequeno e mais rico que se aproveita
do povo e das nações. Os magnates das finanças e do poder são os
responsáveis pelo retrocesso cultural e humano a que estamos a assistir na
Europa.
Por toda a
internet se levantam clamores de queixas e acusações contra tudo e contra
todos. Isso é o que os dinossauros do dinheiro e do poder querem: uma crítica
geral indiferenciada de tiros para o ar; pretendem desviar a raiva popular e
disfarçar a sua responsabilidade nas sombras de funcionários e de empregados
com lugar estável de trabalho como se isto fosse um privilégio. A terra é
de todos e para todos tal como as estrelas do universo. O povo tem uma grande
palavra a dizer em tudo isto. Para isso terá de repensar a atitude consumista a
que foi levado e rever a motivação do seu agir que se orienta pelo interesse
pessoal, pela inveja e pela ganância pessoal. Será preciso comprar menos e
compartilhar mais. Na realidade não se trabalha para o que se precisa mas para
as necessidades que o mercado dita.
Os dinos do poder mundial e seus acólitos baseiam-se na ideologia
simplicista, segundo a qual, na sociedade basta haver dois grupos sociais: a
camada baixa (grande maioria) e a camada alta (reduzida elite oligárquica);
para a sociedade baixa chega o trabalho como ideário de vida; para a classe
alta o papel de pensar e manter o proletário sob a sua batuta. A proletarização
social e nacional encontra-se em aceleração total por uma estratégia
destruidora do ideário cristão, da economia social e do redireccionamento das
democracias e estados.
António da Cunha Duarte Justo
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