Privatização das Águas – Mais um Golpe contra o Povo
Portugal é a Cobaia dos Lóbis da União Europeia
Um Negócio do Futuro como o do Petróleo?
António Justo
Os donos dos interesses económicos internacionais
encontram-se a caminho à procura de nichos e cúmplices que os sirvam nas
administrações públicas.
Portugal precisa de dinheiro e os Dinossauros financeiros
rondam como abutres sobre ele na procura de carne para lhe deixar os ossos. A
privatização da água é um assunto muito delicado, não podendo ser promovida
pela calada da noite. A água é vida e por isso exige condições de tratamento
que não devem estar dependentes apenas do critério do lucro. O que se apresenta como um negócio para os
municípios revela-se como um roubo aos cidadãos. É um facto que nas
privatizações de grande alcance se encontram sempre abutres nacionais e
estrangeiros com recursos de lavagem de responsabilidade para a parceria e de
responsabilização para o cidadão através de acordos do Estado. Assistimos a um
actuar contraditório do Estado português: por um lado privatização dos
abastecimentos de águas que se encontram nas mãos das comunas e por outro
carregar com contribuições os poços que cidadãos possuam nas sua propriedades.
O Estado quer que se proceda com a água como se faz com a electricidade,
petróleo, gás, etc.
Segundo o que a
prestigiosa emissão televisiva alemã “Monitor Nr. 642 Informou, sob o título
“Água operação secreta: Como a Comissão da EU transforma a água numa
mercadoria”, a Comissão Europeia prepara uma directriz de concessão para a
privatização da água na Europa. A Troica quer que o Estado português
privatize o que dá lucro e o coloque à disposição de consórcios internacionais
especuladores.
“Bruxelas
solicitou que Portugal vendesse o abastecimento de águas e que fosse promovida
a privatização das empresas nacionais de água “Águas de Portugal”. Quer
transformar um bem comum, em objeto de especulação das multinacionais. Em Paços
de Ferreira já se deu a privatização da água, contra a vontade dos cidadãos…
que “agora têm de pagar quatro vezes mais pelo preço da água”.
Humberto de Brito presidente da freguesia de Paços de Ferreira
resume: “As consequências da privatização, aqui em Paços de Ferreira, foram
devastadoras. Tivemos aumento de preço
de 400% em poucos anos. E, novamente, um aumento de preço ao ano de 6%. Isto é
um desastre. "
Na Alemanha há iniciativas contra o intento da Comissão
Europeia. Em Berlim as iniciativas de
cidadãos conseguiram obrigar a cidade a recuperar parte do que tinha
privatizado no que respeita a águas.
A promessa de que a privatização tornará o preço da água
mais barato é uma falácia atrevida. A prática mostra que as grandes empresas
sob a pressão dos accionistas e através de cartéis aumentam os preços, como
fazem com o gás e muitos outros produtos.
É notória e escandalosa a maneira como Portugal
concretiza intenções da União Europeia envolvendo nelas interesses de nepotismo
e protecção de interesses pessoais à custa dos impostos e contribuições dos
cidadãos. Isto constitui prática constante, como se observa nas concessionárias
das autoestradas, no negócio da ANA com o grupo francês Vinci e suas implicações
com a Lusoponte, a Mota-Engil e o futuro aeroporto de Alcochete, etc.
"Agora cada
vez se fecham mais fontes públicas e observa-se que fontanários públicos, sem
qualquer explicação, são considerados impróprios para beber.
O acesso à água foi declarado direito humano pela
Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Na realidade, porém,
domina a lei da selva.
A política salva os seus interesses no mercado. A
corrupção económica e a corrupção política são solidárias entre si e asseguram
a limpeza das suas mãos tal como fez pilatos. A corrupção tem um lugar
garantido nas caves do Estado. Por isso o povo tem de deixar de viver na paz da confiança e do "isso
não é comigo" para acordar para uma realidade selvagem que o rodeia. Só
podemos exigir políticos e elites responsáveis se assumirmos a nossa parte de
responsabilidade. Confiança sem controlo revela estupidez.
Diz o ditado: “Queres conhecer o vilão mete-lhe a vara na
mão”.
António da Cunha
Duarte Justo
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