Ouro em vez
de Notas – Um Aviso e um Alerta
Repatriação do
Ouro – A Alemanha dá o Exemplo
António Justo
Ouro no Mundo
Entre os países com maior reserva de ouro encontra-se, em
primeiro lugar os USA com uma reserva de 8.133,5 toneladas de ouro;
segue-se-lhe a Alemanha com 3.398,3 toneladas; a Itália com 2.451,8 toneladas;
a França com 2.435,4 toneladas, a China com 1.054,1 toneladas; a Suíça com
1.040,1 toneladas; Japão com 765,2 toneladas. Portugal encontra-se em 13° lugar
com 382,5 toneladas (Fonte: World Gold Council – Junho 2009).
Nos últimos cinco anos, a onça de ouro (31,1 gramas)
passou de 600 para 1266 euros; no ano 2.000 a onça tinha um valor pouco
superior a 200 euros. O ouro e a prata são muito procurados para investimento
financeiro devido à inflação da moeda e para precaver bancarrotas. Também a China procura
arrecadar a maior quantidade possível de Ouro para poder intervir melhor nos
mercados financeiros e dar confiança à própria moeda.
No mundo há uma produção anual de ouro de 2.400
toneladas. Avalia-se que o ouro, até hoje promovido no mudo, é de 165.000
toneladas; deste encontram-se cerca de 79.000 toneladas aplicadas em jóias, uma
outra parte em bancos centrais e no Fundo Monetário Internacional, uma outra,
com mais de 18.000 toneladas, encontra-se aplicada em objectos de arte e cerca
de 25 mil toneladas na mão de particulares sob a forma de barras, moedas e
medalhas (cf. Goldankauf123.de).
Repatriação do Ouro alemão como medida
inteligente de segurança
O povo alemão, que ainda tem peso nas decisões das suas
elites, exigiu ao Banco Central Alemão, através do Tribunal de Contas, que
fizesse um inventário do ouro que possui, uma análise da autenticidade das
barras de ouro e o seu paradeiro. Os banqueiros mostraram-se incomodados com a
exigência mas tiveram que começar a satisfazê-la. O Banco Alemão tenciona
transferir para a Alemanha, até 2020, o correspondente
a 27 mil milhões de euros. A repatriação custa 7,5 milhões de euros.
As reservas alemãs (3.398,3 toneladas) correspondem a um
valor superior a 137 mil milhões de Euros. 45% dessas reservas encontram-se
armazenadas no banco central dos USA (1.500 toneladas); 13% no Banco de
Inglaterra em Londres; 11% em Paris (300 toneladas) e o resto no Banco Alemão
em Frankfurt. Só a Inglaterra exige dinheiro pela guarda do dinheiro. O ouro
repatriado, depois de examinado da sua autenticidade, é derretido para ser
guardado em barras de 12,44 kg.
Esta medida também poderá ser, indirectamente, um aviso
às instituições bancárias para não passarem créditos de posse de ouro que não
exista.
Parte do ouro alemão foi colocado no estrangeiro, por
razões de segurança, na altura da guerra fria entre ao Ocidente e a União
Soviética e a outra parte provém da troca de dólares por ouro devida a
excedentes comerciais adquiridos fora da Alemanha.
Portugal vende a “Prata da Casa” e com ela o
Futuro
Numa altura em que os bancos centrais criam toneladas de
dinheiro sem cobertura, a partir do nada, quem pode investe nos metais nobres. (Os que
apostam na riqueza recomendam a quem tem dinheiro, que pelo menos um terço do
capital deve ser investido em ouro/prata). Também os Estados deveriam fazer
tudo por tudo para ter uma grande reserva de ouro. No caso de bancarrota ou de
problemas de balança comercial, um Estado necessita de reservas em ouro para
suportar a moeda nacional em caso de desequilíbrio orçamental. A insegurança
do dinheiro virtual (fala-se que uma nota de cem Euros/Dólares tem apenas um
valor base de 5 a 10 Euros/Dólares) e a crise internacional levou a China e
comerciantes a procurarem assegurar o seu futuro com a compra de ouro, prata e
outros produtos não virtuais. O mercado de prata oferece grandes potencialidades
de subida.
Em questões de dinheiro a Corporação de Londres (City
of London Corporation), um Estado dentro do Estado, com leis próprias, é o
maior mercado financeiro do mundo, que alberga os maiores “cavaleiros” do dinheiro.
Também o Goldman Sachs, banco de investimento e aconselhador de governos, está
interessado na recolha de ouro e em acalmar o público para que este não compre
ouro. Mais fica para o seu negócio especulativo. Um dos objectivos dos
banqueiros da Goldman Sachs será conseguir um estoque de ouro
correspondente ao dos USA; então poderão intervir no mercado de maneira a
provocar uma explosão ainda maior do preço do ouro. Por isso abastecem
discretamente os seus estoques de ouro. A China pretende conseguir que a sua
moeda se torne em moeda de reserva para melhor poder ser comercializada
internacionalmente, como acontece com o Euro e com o Dólar.
O povo português possuía imenso ouro em mãos privadas
(joias) e em reservas. Com a política inflacionária do regime do 25 de Abril,
Portugal tem descurado esta tradição, esbanjando as reservas. Também tem
aumentado a exportação do ouro do povo português (joias) de ano para ano; em
2009 exportou 102 milhões de euros em ouro e em 2011 exportou 520 milhões de
euros. Devido ao sobre-endividamento dos portugueses estes continuam a vender o
seu ouro. Vêem-se lojas e anúncios de compra de ouro por todo o lado. Portugal
possuía uma das maiores reservas de ouro da europa; em relação a outos bancos
centrais Portugal ainda é dos que possui, em proporção à sua economia, mais
reserva acumulada durante o regime de Salazar. É triste verificar como o povo
se vê obrigado dos seus bens (joias) para subsistir enquanto outros se
assenhoreiam delas para ganharem rios de dinheiro com a especulação.
O mercado de metais preciosos continuará a revelar-se
muito lucrativo para os especuladores. Embora os bancos centrais tenham de
manter os juros das divisas baixos para que os Estados se financiem a créditos
de juros acessíveis, os riscos de inflação e de bancarrota crescem devido às
dívidas impagáveis.
O valor de uma moeda é determinado pela oferta e procura,
pela confiança que se deposita nela e que se reduz a um valor estimativo, a um
valor virtual. Por isso haverá sempre um risco na comercialização da moeda,
menos nos metais nobres. Diz-se que o franco suíço é talvez a única moeda que
tem um valor que corresponderia ao padrão de ouro.
Os Bancos Centrais asseguram o financiamento das finanças
públicas dos Estados imprimindo notas promissórias com juros de quase 0% e por
seu lado os Estados procuram controlar as suas dívidas através da inflação. Uma
manipulação que torna o jogo dos especuladores financeiros mais atentos.
A fraqueza da economia portuguesa é proporciona à
democracia. Quanto mais a oligarquia arrecada mais fraco é o povo! O
trabalho mais urgente seria o da ressocialização das elites.
António da Cunha Duarte Justo
2 comentários:
Olá
Só pra lhe agradecer o artigo.
De facto, o mais estranho é que há alguns ano, estes meus ouvidos escutaram na televisão os ditos “especialsiats” de circunstància afirmarem que o OURO não teria no futuro nenhum valor.
O que valeria seriam os activos em Petróleo e energias renováveis.
Ora, nada mais interessante para os países com as mais fortes economias pois este discurso fazia desvalorizar o ouro que assim adquiriram a preços mais baixos…
Agora, vêm de novo com discursos a valorizar os verdadeiros activos são em matriasi preciosos como o ouro, que o ouro é a garantia no futuro…
Incrível…!
Que me diz a isto?
Cumprimentos de
J F
Boa tarde!
Obrigado pelo comentário.
A razão que apresenta é precisamente a motivação que me levou a escrever o artigo. De facto observa-se que os especuladores quando falam de metais nobres falam com catarro para tentarem desviar o público da importância do ouro que imperceptivelmente sobe brutalmente nos mercados, com uma ou outra oscilação mas que se corrige sempre pela mais alta. Por isso aqueles para quem a segurança é um valor importante não fará mal em abastecer-se com onças de ouro em casa. O mesmo se diga da prata.
De resto, geralmente, a opinião pública corresponde à publicada e esta é sempre determinada pelo oportunismo dos grandes que se aproveitam do momento para levar a água ao seu moinho.
O futuro nunca tem garantia, mas para aqueles que se encontram habituados a jogar na bolsa e quem vê a arbitrariedade com que se imprime dinheiro, verdade é que o ouro e a prata que se tenha em casa não será tao facilmente levada pelo vento. Eu no que escrevo não estou interessado em defender a posição deste ou daquele mas sim apresentar argumentos para se pensar. Importante é a decisão assumida e que seja social.
Abraço grande
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