Jean-Paul Sartre, no Retrato do antissemita (1945) dizia: ”Antissemitismo
não é só a alegria do ódio; ele também consegue disposição positiva: na medida
em que trato os judeus como seres inferiores e prejudiciais, afirmo, ao mesmo
tempo, pertencer a uma elite.”
Lamentavelmente, por toda a Europa se assiste, actualmente, ao crescimento
do antissemitismo, da xenofobia e da intolerância em relação ao outro, ao
diferente! O mesmo se poderia dizer em muitos casos de posições de um adepto de
um partido em relação ao partido adversário.
Em tempos de crise e de eleições não é fácil argumentar sem generalizar nem demonizar o adversário. Cada um apresenta a parte do rosto sujo do outro para com ela tapar a parte suja do próprio rosto.
Se cada um reconhecesse esta prática então ninguém seria tão categórico na
sua opinião. Nestas coisas, os intelectuais ou multiplicadores sociais, têm
muita responsabilidade, especialmente no nosso tempo em que a radicalização se
espalha. Cada qual se encontra absorto nas próprias preocupações, o que nos
dificulta ver verdadeiramente o que acontece à nossa roda. Todos trazemos em nós
o judeu e a sua sombra; Judeu és tu, judeu sou eu!
Junto a citação de Sartre em alemão que ontem vi ao visitar um museu em Kassel:
„Der Antisemitismus ist nicht nur die Freude am Hass; er verschafft auch positive Lust: indem ich den Juden als ein niederes und schädliches Wesen behandle, behaupte ich zugleich, einer Elite anzugehören.“ Jean-Paul Sartre, Portrait des Antisemiten (1945)
António da
Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu
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