Por António Justo
Na campanha às Presidenciais,
Rebelo de Sousa procura fugir à obsessão portuguesa pelo “preto” ou pelo “vermelho”.
Nas respostas que ele dá à opinião pública evita que o fixem naquela conotação que
corresponde a uma atitude do “ou… ou…” (esquerda ou direita) que a república
nos educou e enfileirou. A geração 25 de Abril, que foi concatenada no espírito
da primeira república, não possui prossupostos para a formação de personalidades
suprapartidárias de caracter nacional independente com mentes autocríticas e abertas. Deste
modo criou homens relevantes para os partidos mas não gerou nenhum estadista
português com personalidade digna de ser exemplo ou referência para toda a nação
portuguesa. O mau costume do espírito proselitista da República, intromete-se já
na campanha, em desfavor de um homem que talvez tivesse espinha dorsal para
colocar como prioridade,
na agenda do dia, os interesses da nação e não apenas os da classe política.
Rebelo de Sousa parece querer falar
para um Portugal arco-íris - um Portugal da diferenciação - o que incomoda, por
um lado a gente das manjedouras, e, por outro, a irritação que as muitas cores
produzem numa nação de pensar penteado pelos barbeiros da ordem do pensar
politicamente correcto e habituada a adormecer embalada sob a cor da noite e a
acordar para sorver o
vermelho durante o dia. Um Portugal, do pensar politicamente correcto instalado,
ainda não notou que o novo cidadão é colorido, já não andando no mundo atrás desta
ou daquela cor. Encontramo-nos num Portugal boquiaberto pendente do beiço de
tantos potenciais presidentes onde, no meio de tanta conversa fiada se fomenta
mais a abstenção. No fim o que a classe política deseja é a continuação de um Portugal
bipolar, todo ele, só riscado a preto e vermelho! Quando teremos em Portugal a
dita de nos orgulharmos de ter um presidente da República que não seja de
personalidade manchada, não só de riscas pretas e vermelhas?
Na Alemanha há um exemplo de uma
personalidade que poderia servir de exemplo para Marcelo Rebelo de Sousa: o antigo
presidente Richard von Weizsächer. Embora de coloração preta conseguiu
suplantar a cor do próprio partido e as pressões da oposição vermelha, para se
tornar um presidente de todo o povo e não apenas das instituições que tentam
apoderar-se do Estado!
DAS
MONTADAS AOS MONTEIROS DA NAÇÃO
Mal as tendas do novo governo se encontravam
na sua montaria e numa afama de, enquanto é tempo, produzir leis sem antes
serem discutidas pela opinião pública, já outros cavaleiros se preparam para
nova monteada.
Resta uma consolação: a montagem da campanha
eleitoral para a Presidência da República revela-se a mais democrática da
Europa: tem dez concorrentes e decorre
entre os dias 10 e 22 de Janeiro de 2016; as eleições realizam-se no dia 24 de
Janeiro. Caso o eleito não atinja a maioria (50% mais um) dos votos válidos,
realizam-se novas eleições no dia 14 de Fevereiro. Haverá uma coabitação do
Presidente Cavaco Silva com o Presidente a empossar dia 9 de março de 2016.
No terreiro da nação, enquanto o povo passeia
o cavalo, todo o cidadão que se sente com esporas começa por pensar no cavalo
que vai montar para melhor poder montar a sua tenda!
E assim se vai passando o tempo na monta e na
desmonta! E no fim só vão sobressair os ais das carpideiras! Como temos um povo
tão fraccionado, pelo costume, no fim permanecerá a impressão de queixas e
lamúrias e a velha sensação de ser montado!
O valor estabelecido para as subvenções
calculadas a atribuir aos candidatos na 1.ª volta monta a 4 192 200 Euros.
Total das subvenções orçamentadas: 2 625 065,50 €; subvenções orçamentadas: de
António Sampaio da Nóvoa 798 000,00 €, de Cândido Ferreira 0 €, de Edgar Silva 377.750,00
€ de Henrique Neto 199 000,00 €; de Jorge Sequeira 0 €, de Marcelo Rebelo de
Sousa 90 000,00 €, de Maria de Belém Roseira 790 656,00 €, de Marisa Matias 308
659,50 €, de Paulo de Morais 61 000,00 €, de Tino de Rans 0 €.
António da Cunha
Duarte Justo
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