segunda-feira, 23 de maio de 2016

ORDENADO SEM TRABALHAR - INICIATIVA SUÍÇA + QUOTA DE TV e RÁDIO + CASAMENTOS FORÇADOS + ESTADO CADEIRA DE ENCOSTO



RECEBER ORDENADO SEM TRABALHAR - INICIATIVA SUÍÇA
Por António Justo
A 5 de Julho próximo, os suíços vão a voto em plebiscito sobre a criação de um rendimento básico incondicional. 

Segundo a iniciativa, cada cidadão deve receber uma renda mensal básica sem qualquer condição; não seria adequado ter de pagar-se a própria existência, nem ter de ser obrigado a trabalhar por dinheiro. 

Os iniciadores do modelo suíço partem do princípio de que mesmo assim a maioria dos suíços não deixaria de trabalhar. Prevêem haver mais empregos no sector de baixos salários e ser racionalizada a gestão social do Estado com menos burocracia social. 

O valor da renda é questão para resolver depois. Alguns falam de um “salário” mensal base de 2.257 € independentemente de outros salários.

Na Finlândia encontra-se em consideração um modelo neoliberal pensado em termos semelhantes na base de 800 € por mês e pessoa, o que corresponde a um poder de compra na Alemanha de 664€ (segundo as contas da HNA, 19.05). Em contrapartida deixaria de haver os benefícios sociais vigentes. Pretendem em 2017 fazer uma experiência por dois anos em que 10 000 famílias devem participar; a experiência custará vinte mil milhões de euros.

Isto é certamente uma utopia que começará por tropeçar nas contas para financiar tal medida; neste caso, segundo o Prof. Domini H.Enste, o imposto de consumo teria de passar dos 19% para 50%, somar-se-iam os direitos já adquiridos em relação à reforma, tiraria a motivação para trabalhar e modificaria a atitude em relação ao trabalho. 

Uma das consequências poderia ser acabar com as notas na escola; seria de prever o risco de uma dessolidarização da sociedade e o aumento de problemas psíquicos para muitos.
António da Cunha Duarte Justo

QUOTA MENSAL PARA AS EMISSORAS PÚBLICAS (TV e RÁDIO) NA ALEMANHA 17,50 €
As emissoras públicas (TV: ARD e ZDF e Radio com os seus terceiros programas parceiros) surgiram em 1945 sob a influência das nações ocupantes. Sem fins comerciais, as emissoras são independentes do Estado, por isso são financiadas através de uma quota que os espectadores e ouvintes pagam. Actualmente a quota é de 17,50 euros mensais, a pagar por cada lar. Em 2014 as quotas somaram a quantia de 8,3 mil milhões de euros. As contribuições de radiodifusão cobrem 87% das necessidades financeiras; rendimentos adquiridos através de publicidade ou patrocínio atingem mil milhões de euros. As remunerações dos administradores e dos directores têm de ser dadas ao conhecimento público. Em 2015 o administrador da ZDF recebeu 321.860 €, talvez seja o administrador mais bem pago.

A independência pretende-se assegurada por um Conselho da radiodifusão (representantes da sociedade têm a função de controlo), pelos Administradores e pelo Conselho de administração. 

Em 1982 surgiu a concorrência com as emissoras privadas. Estas concorrem com as públicas com uma fatia de mercado de 20,4%.
AJ

CASAMENTOS FORÇADOS

A organização “Aldeias de Crianças SOS” chama a atenção para o grande aumento de casamentos forçados nos centros de refugiados. As mais atingidas são as meninas da Síria. Antes da guerra da Síria registavam-se 13% dos casamentos em que um ou os dois nubentes tinham idade inferior a 18 anos. Agora já são 51%.
AJ

UMA RECEITA AMOROSA – GARANTIA DE SUSTENTABILIDADE

Se és casado, para que “o amor” não envelheça, dá frequentemente um beijo à tua parceira. Se és jovem, ou não casado, dá-lhe beijos também; neste caso além de conservarem o amor fazem-te crescer, mesmo sem te pores em bicos de pé! No caso de problemas, o beijo é como a banha da cobra, sara tudo! Não te rias! Experimenta! O que digo é saber de experiência feita!
AJ

O ESTADO É A CADEIRA DE ENCOSTO POR ISSO NÃO INVESTEM NA PRODUÇÃO

A SÁBADO n° 628 contou a história da família do líder parlamentar Carlos César que tem quatro familiares “Césares” na “administração pública e em cargos públicos: a mulher, o filho, a nora, o irmão. Que os “Césares” se sintam chamados ao frequentar os jardins da corte não admira, num país pequeno e não dado a fomentar a produção industrial. (Quando muito aposta nas PPPs para sustentar também sobrinhos e compadres dos encostados!). 

Como os governos portugueses não costumam apostar no fomento das firmas de produção de riqueza, quem tem olho vivo encosta-se ao Estado; ele é o melhor patrão. Neste país, quem tem um tacho, não passa fome! 

Daí talvez o motivo de Portugal ter uma aversão felina contra patrões e ao que cheire a trabalho manual. O suor do poder é perfumado embora com um cheirinho a a poltronas velhas só arejadas pela abertura de alguma revolução acidental a abortar logo no tempo de incubação. Enfim, as revoluções não conhecem mãe!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
http://antonio-justo.eu/?p=3591

1 comentário:

Anónimo disse...

Impressionantes idéias sr. Antônio.
Talvez até funcione em uma Suiça, mas é bem ousado. Não critico previamente a idéia de se receber ordenado sem trabalhar pelo fato de que não conhecemos esta condição, por isso, seria interessante uma experiência em algum lugar organizado, e a Suiça parece ser um bom lugar para isso. Se bem sucedido, a experiência poderia ser aperfeiçoada e compartilhada aos demais países, a começar pelos europeus. Mas, parece algo utópico, sem dúvidas.
Sua receita amorosa funciona mesmo, tenho experimentado e comprovo sua eficiência.
Quanto aos casamentos forçados, no Brasil está passando uma novela turca que toca no tema. Parece ser muito associado a determinadas tradições do oriente médio, mas já tinha visto relatos de algo parecido na Índia. Em um filme passado na Turquia, vi uma cena curiosa: a cunhada, uma jovem moça com seu filho, ficou viuva e o irmão tentou torná-la sua segunda esposa, isso, justificado pelo uma certa tradição turca. No filme, isso ñão deu certo, mas estas tradições que para nós parecem estranhas, se são mostradas em filmes e novelas é porque ainda existem. Creio que estas migrações para a Alemanhã vão ainda mostrar facetas cultirais pouco conhecidas no ocidente.
Imagino o calderão que está ocorrendo na Alemanhã. Continue nos informando sr. Antônio.
Saudações,
Vilson