O Ritual da Política e dos Média repetido depois de cada Atentado
António Justo
O bombista-suicida, fez-se explodir à porta do Concerto Pop (às 23.30H, 22.05) levando com ele 23 pessoas pacificas
e inocentes e deixando 59 muito feridas que só queriam celebrar a festa. Em declarações
através de Twitter já horas antes era anunciado o atentado como acto de “terror
justo”.
A
Guerra das civilizações (A. Huxley) já começou há muito (especialmente desde que Ayatollah
Khomeini tomou posse do Irão e especialmente desde o atentado de 9/11 na
América). A propaganda política estabelecida procura fazer-nos querer que se
trata apenas de acções passageiras à conta de cabeças desmioladas para não terem
de rever a política. Fazem tudo por desviar as atenções dos factos
procurando ocultar vestígios que à posteriori os contradigam ou que a priori
manifestam a sua negligência.
O
fanatismo muçulmano não se preocupa sequer com os danos de imagem que tais
actos provocam, em relação à própria religião; parte do princípio que onde estão
se encontram em sua casa e de que muçulmanos não se manifestam contra terror. Deste modo, os
terroristas sentem-se apoiados pela conivência das massas muçulmanas na Europa,
sabem que não protestam nem organizam manifestações contra os irmãos tresloucados.
Esta apatia das comunidades muçulmanas em relação ao proceder dos irmãos é
compreensível dado o Islão ter conquistado o mundo com a espada acompanhada de
uma política económica de rapina, corso, escravização (e cobra de impostos e discriminação
dos não muçulmanos) e propagação através da reprodução e de uma ideologia
político-religiosa que lhe dá consistência. Como filhos do deserto compreendem a vida sobretudo como luta,
conscientes de que só sobrevive o mais forte.
Para
os extremistas só existe a sua causa, sem consideração tratam apenas do seu
negócio. Não reconhecem a culpa vêm-na nas circunstâncias. O mote” fazei amor e
não a guerra” deixam-no para os que vivem nos prados onde corre o leite e o
mel, pois para os jihadistas tudo isso é miragem, real só é o paraíso.
Enfim, continuaremos, no meio do nosso canto a
ouvir também a voz das bombas. As vítimas serão motivo para uns continuarem a
cantar e outros a matar. Surge, porém, um problema na política e na sociedade: o facto de vítimas se irem tornando no
sustentáculo da nossa esperança.
Os
atentados passam a fazer parte da narrativa, o problema é não haver predisposição
nem tempo para chorar as vítimas. Países com muita imigração islâmica encontram-se
mais expostos…
A cena islâmica domina as notícias negativas
enquanto parte da opinião pública procura justificar os acontecimentos como
fazendo parte da normalidade cívica de uma sociedade que se quer aberta por
razões económicas, demográficas e políticas. Temos uma sociedade aberta, sem fronteiras, mas sempre
surpreendida pelo facto de não estar preparada para a abertura que propaga e
sem se preocupar em criar o acompanhamento necessário para quem entra… O ritual da discussão, política e pública pós
atentados, parece esgotar-se sempre na mesma praxe: quem era o assassino,
terá sido apadrinhado pelo EI, é imigrante ou refugiado, há reivindicação de responsabilidade, terá a
polícia cumprido devidamente a tarefa de impedir o atentado, o pobre coitado cometeu
certamente o atentado por ser discriminado pela sociedade no gueto onde vivia e
por fim vem a política com uma lamentação rezadeira e com a recomendação que o
povo esteja atento; de facto o Estado encontra-se sobrecarregado pelo terrorismo não podendo
garantir a defesa dos cidadãos. Os
atentados são em principio aceites; o importante é fazer a sua explicação.
A
política e a economia querem uma Europa de tipo casa aberta sem portas nem
janelas. Por isso quem paga a factura são as vítimas e os herdeiros. Consequentemente
os nossos políticos negam-se a ser porteiros; dão a impressão de aceitarem a situação
com benevolência, porque enquanto o seu povo se ocupa com tais problemas não
lhe vem à ideia a exigência de construir uma sociedade ainda melhor à que teve
há 40-50 anos.
A tolerância tem o seu preço que, por vezes, se
confunde entre verdade dita e atentados perpetrados. O problema vem do facto de o terror ser aceite e coberto pela
sociedade islâmica e explicado e aceite pela sociedade acolhedora e pela
palavra discursiva de uns e outros; também não é possível meter todos os
terroristas e salafistas extremistas numa ilha isolada e as incitações à intolerância e à violência em livros religiosos ainda são
ingenuamente aceites e propagadas como se não fizessem apenas parte da natureza
humana, mas também da sua cultura e propaganda.
Os Media e a política continuarão, num rito já repetido, a falar do envolvimento do
IS e da perturbação psíquica dos terroristas que não passam de coitadinhos, e,
deste modo, a fazer propaganda por ele. Enfim, a vida continua, uns fazendo o negócio da guerra e outros falando
dela.
Neste jogo de guerra, o islão militante
afirma-se, e a presença islâmica também, conseguindo traumatizar muita gente
numa sociedade já de tal modo traumatizada que perdeu a capacidade de ver donde
vem o problema e de recorrer a meios adequados e humanos de o impedir…
© António da Cunha
Duarte Justo
Pegadas do Tempo, http://antonio-justo.eu/?p=4259
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