Karl Marx - Um Burguês socialista
António Justo
Karl Marx fundou o comunismo moderno em 1849 com a
publicação do Manifesto Comunista. No
século XIX em que a burguesia se afirmava e as utopias até então não resultavam,
procurou uma maneira de as tornar viáveis mediante a sua concretização numa
revolução a partir de baixo, uma revolução popular.
Não contou com a capacidade de desenvolvimento do
capitalismo nem com a economia social do mercado. Considerava a relação entre patrões
e operários como mera exploração e via a propriedade como roubo.
Alguns dos seus modelos sociais e económicos falharam
no socialismo real com as ditaduras comunistas que se serviam do terror, da
repressão e do controlo total.
Não imaginava a possibilidade da evolução do
capitalismo nem previa a possibilidade de um estado social nem tão-pouco a competição
de um capitalismo que proporciona também aos operários bens que os reis de então
não sonhariam; não imaginava que o Estado criaria autoridades (carteis) de
controlo que impedem um pouco os monopólios.
A crítica de Karl Marx ao capitalismo tornou-se hoje
actual nalguns pontos, apesar de ter falhado como sistema. O que Marx conseguiu
prever foi o globalismo onde empresas como Google, Amazon e outras dominam o
mercado.
A crise financeira e económica de 2007 e o globalismo
tornaram o capitalismo liberal mais agressivo dando uma certa oportunidade a algumas
ideias marxistas que se tornaram actuais: A concentração dos bens nas mãos de
poucos dá-lhes poderes com caracter de monopólio. Um dos problemas de muitas
multinacionais vem hoje do burocratismo em torno dos membros dos conselhos
fiscais das empresas, onde também políticos e sindicalistas se aninham.
Karl Marx errou ao pensar o comunismo como modelo
para o futuro. Permanece uma esperança para explorados e idealistas mal-informados.
Como consequência dos erros marxistas temos hoje os partidos socialistas em
grande crise nas sociedades onde o capitalismo de mercado, com a componente
social, é eficiente.
Marx era um crítico da burguesia, mas procurava levar
uma vida burguesa. Sobrevivia à custa do apoio económico do seu amigo Engels e
da mulher, que numa das suas voltas na Alemanha para angariar dinheiro, foi
traída por Marx, que fez um filho à criada. Sua esposa, uma pessoa nobre
liberal entregou-se totalmente à causa de Marx. Vivia conforma a
disponibilidade de dinheiro que ia tendo. Este comportamento de Marx parece
continuar a ser a pauta de orientação dos actuais líderes socialistas nos
diferentes Estados.
Como as leis do mercado são quem mandam, na sua
cidade natal, Trier, Marx, tornou-se, num ímã
do turismo.
O capitalismo, embora abusador, especialmente no
turbo-capitalismo (capitalismo liberalista) revela grandes potencialidades de
desenvolvimento e adaptação. Por isso, se for educado bem, é o sistema que terá
melhores perspectivas de sustentabilidade, até porque corresponde aos instintos
naturais do Homem.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, http://antonio-justo.eu/?p=4772
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