segunda-feira, 29 de julho de 2019

USO OU ABUSO DA LINGUAGEM?


O nosso espírito do tempo tem vergonha de usar algumas palavras antigas de expressão mais conotativa e direta; por isso prefere empregar, agora, uma linguagem mais voltada para a camuflagem.

Não me refiro aqui à linguagem informal ortográfica, um pouco embaraçada, reduzida, sem pontuações nem concordância, que se vai usando nos nossos espaços de comunicação virtual! Falo do amaciamento de palavras designadoras de profissões que eram demasiadamente conotadas pela situação considerada pela sociedade como menos nobre, ou por atividades que continuam, mas que hoje é preciso pegar com luvas brancas para as afidalgar. Talvez também para descarregar a consciência de uma classe fina a que todos queremos pertencer!

Esta necessidade de mudar o nome a profissões precárias, também poderia ser tomada como uma intrujice camuflada, apenas uma toalha para limpar o rosto.

Em vez de criarmos palavras eufemistas para profissões desfavorecidas pelo sistema vigente, porque não lhes conferir ordenados de ministro e então teríamos solucionado o problema da tal descriminação transmitida pela linguagem?

A propósito, na sociedade romana antiga, ministro era o servidor! Há evoluções difíceis de entender!

Certamente surgiriam outros problemas, mas não o da discriminação relegada também para as palavras.

Por outro lado, substituindo as palavras velhas por novas já não se gasta muito nos detergentes!

A respeito disto coloco aqui o texto “A nova Língua Portuguesa” que, sem detergentes, circulava há 10 anos, na Internet e que vim a saber ser de Helena Sacadura Cabral:
A NOVA LÍNGUA PORTUGUESA
“Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos pretos ‘afro-americanos’, com vista a acabar com as raças por via gramatical – isto tem sido um fartote pegado!

As criadas dos anos 70 passaram a ‘empregadas domésticas’ e preparam-se agora para receber menção de ‘auxiliares de apoio doméstico’.

De igual modo, extinguiram-se nas escolas os ‘contínuos”; estes passaram todos a ‘auxiliares da acção educativa’.

Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por ‘delegados de informação médica’.

E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em ‘técnicos de vendas’.
O aborto efeminou-se em ‘interrupção voluntária da gravidez’;

Os gangs étnicos são ‘grupos de jovens’

Os operários fizeram-se de repente ‘colaboradores’;

As fábricas, essas, vistas de dentro são ‘unidades produtivas ‘e vistas da estranja são ‘centros de decisão nacionais’.

O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à ‘iliteracia’ galopante.

Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a  suscetibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes ‘Conforto’ e ‘Turística’.

A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira…» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental…» – eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.

Aquietadas pela televisão, já se não veem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um ‘comportamento disfuncional hiperactivo’

Do mesmo modo, e para felicidade dos ‘encarregados de educação’, os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, ‘crianças de desenvolvimento instável’.

Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado ‘invisual’. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos – mas o ‘politicamente correcto’ marimba-se para as regras gramaticais…)

As putas passaram a ser ‘senhoras de alterne’.

Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em ‘implementações’, ‘posturas pró-activas’,’políticas fracturantes’ e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.

Estamos lixados com este ‘novo português’; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma  ‘politicamente correcta’.”

 Fora de ironias! É certo que importa não nos perdermos na semântica nem nos factores contextuais, mas também teremos de compreender que, como vivemos num mundo cada vez mais aldeia, precisamos de um ajustamento das designações profissionais a nível internacional e de organizações internacionais!…. 
No link indicado na nota (1) pode encontrar-se todas as designações para as mais diversificadas profissões. 
António da Cunha Duarte Justo
In “Pegadas do Tempo”, https://antonio-justo.eu/?p=5564   

domingo, 28 de julho de 2019

AS MULHERES E OS HOMENS MAIS COMPRIDOS DO MUNDO


Holandeses 1,83 m  e letonesas 1,70 m - Mais curtos: Timorenses 1,60 m e  guatemaltecas 1,50 metros

Segundo um estudo feito por 800 cientistas do Imperial College em Londres (1) sobre o desenvolvimento da altura das pessoas adultas nos últimos 100 anos, o homem mais alto, na média, são os holandeses com 1,83 metros (Tamanho 1914: 1.694 metros Tamanho 2014: 1.825 metros). As mulheres mais altas são as da Letónia com 1,70 metros (Tamanho 1914: 1.555 metros. Tamanho 2014: 1.698 metros).

Em 10° lugar encontram-se os homens da República Checa com um tamanho de 1.801 metros (Tamanho 1914: 1.680 metros; Tamanho 2014: 1.801 metros) e as mulheres da Ucrânia com1.659 metros (Tamanho 1914: 1.540 metros; Tamanho 2014: 1.659 metros).

Atualmente os homens mais pequenos viviam em Timor-Leste em 2014 (1,60 metros), as mulheres mais pequenas em Guatemala (1,49 metros).

Quem mais cresceu, nos últimos 100 anos, em proporção, foram os iranianos e as sul-coreanas (2). Enquanto os iranianos são hoje, em média, 20,2 centímetros mais altos do que há 100 anos, as mulheres sul-coreanas cresceram 16,5 centímetros.

Também o facto de os holandeses terem crescido bastante em relação aos europeus é explicado por cientistas que isso se deverá ao facto de os holandeses casarem mais tarde. É possível que ter filhos tardios influencie a altura da criança.

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=5559
(Notas no site)

terça-feira, 23 de julho de 2019

A IGREJA CATÓLICA É A MAIOR INSTITUIÇÃO BENFAZEJA DA HUMANIDADE


Ao Serviço de todo o Humano sem ter em conta Raça ou Ideologia


António Justo
A Agência Ecclesia noticia que a população católica mundial passou de 1 bilhão e 196 milhões no ano de 2010 para 1 bilhão e 313 milhões no final de 2017. A Europa conta com cerca de 22% da população católica mundial. 

O número de clérigos no mundo é” igual a 466.634, com 5353 bispos (3.992 diocesanos e 1.245 religiosos), 415.792 sacerdotes (281.297 diocesanos e 134.495 religiosos) e 46.312 diáconos permanentes (43.954diocesanos e 612 religiosos”. Religiosas (freiras): 682.729; Religiosos não sacerdotes: 54.559; Missionários leigos: 368.520. Seminaristas menores: 78.489 diocesanos e 24.453 religiosos; Seminaristas maiores:  116.939 diocesanos e religiosos; Catequistas: 3.264.768.

Estações missionárias com sacerdote residente: 1.864; Estações missionárias sem sacerdote residente: 136.572; Institutos seculares masculinos: 654; Institutos seculares femininos: 24.198.

Segundo as Estatísticas do Vaticano (1) a Igreja administra no mundo 5.158 hospitais;” 73.580 escolas maternais, frequentadas por 7.043.634 crianças; 96.283 escolas de ensino fundamental com 33.516.860 alunos; 46.339 institutos de educação secundária, com 19.760.924 estudantes. Acompanha ainda 2.477.636 alunos de escolas superiores e 2.719.643 estudantes universitários”. 

Os institutos de beneficência administrados pela Igreja encontram-se na “ maioria na América (1.501) e na África (1.221); administra 16.523 postos de saúde, grande parte deles na África (5.230), América (4.667) e Ásia (3.584); 612 leprosários distribuídos principalmente na Ásia (313) e África (174); 15.679 casas para idosos, doentes crônicos e pessoas com deficiência, em maioria na Europa (8.304) e América (3.726); 9.492 orfanatos, a maioria na Ásia (3.859); 12.637 jardins de infância, e o maior número deles está na Ásia (3.422) e América (3.477); 14.576 consultórios matrimoniais, a maioria na Europa (5.670) e América (5.634); 3.782 centros de educação ou reeducação social e 37.601 instituições de outros tipos”. 

Voltaire, que era inimigo da Igreja, referindo-se às irmãs católicas da França (“Santas Casas de Misericórdia” que foram fundadas pela Igreja em todo o mundo), dizia: “talvez não haja nada maior na terra do que o sacrifício da juventude e da beleza, realizado pelo sexo feminino para trabalhar nos hospitais para aliviar a miséria humana”. 

A caridade ensinada por Cristo, de caracter universal, porque independente de profissão política ou religiosa, foi “algo novo” no mundo antigo e torna-se algo combatido no mundo pós-moderno… Tenho muitos colegas religiosos que, renunciando a enriquecer como eu, dedicam a sua vida inteira ao serviço dos pobres e à promoção do bem e do saber em meios que se não fossem eles viriam o  seu  progredir adiado por muito tempo.  São testemunhos do altruísmo num mundo que os ignora ou despreza porque o negócio desse mundo extremamente secularizado se tornou prisioneiro do egoísmo e da ideologia. 

A Igreja benfazeja existe mas ninguém fala do bem dela porque é combatida pelo marxismo cultural que tomou conta do zeitgeist que se procura definir como oportuna crença em nome do superego e da emancipação que se quer, não ao serviço da autonomia e da comunidade humana, mas apenas ao serviço do “pensar politicamente correcto”  criado pelo sistema europeu de ideologia secular materialista e que se arroga o direito de supervisionar a opinião pública e de colonizar culturalmente outros povos sob o pretexto de progresso.

O cristianismo, como Igreja cristã, é certamente "a maior e mais alta forma de organização do espírito humano que existiu até hoje", reconhecia já o filósofo e psiquiatra Karl Jaspers. É, de facto, a mais antiga instituição da humanidade! Hoje há organizações e filosofias (sobretudo marxistas) que querem varrer com a Igreja (porque como instituição possibilita a sustentabilidade do cristianismo na História) porque a consideram um empecilho ao seu intento de implementar na humanidade uma cultura materialista em que o indivíduo se torne mero objecto da História, simples sujeito/cliente, ao contrário do cristianismo que considera a pessoa humana como soberana e divina!

Geralmente, os Media, seguindo o zeitgeist do marxismo cultural, não gostam de falar da Igreja e se o fazem viram os seus holofotes apenas para o que corre mal. Como consciência da humanidade ela incomoda quem se quer orientar pelo capital e por ideologias materialistas; para estas o modelo é o socialismo-capitalista chinês.

António da Cunha Duarte Justo
In “Pegadas do Tempo”,  https://antonio-justo.eu/?p=5556