domingo, 27 de junho de 2021

NA MONTANHA RUSSA DA PANDEMIA A ALEMANHA TROCA-NOS AS VOLTAS COM O SARS-CoV-2

NA MONTANHA RUSSA DA PANDEMIA A ALEMANHA TROCA-NOS AS VOLTAS COM O SARS-CoV-2

Onde nos encontramos?

A Alemanha, ao colocar Portugal na “lista vermelha” obriga os portugueses residentes a alterar os seus planos de férias. Também muitos turistas alemães, ao verem Portugal qualificado de zona da variante-vírus, apressam-se a regressar a casa para evitarem a quarentena ao entrar na Alemanha.

O número de pacientes Covid aumentou encontrando-se 116 deles em cuidados intensivos. "Preocupantemente, é a situação em Lisboa. Dois terços de todas as infecções nacionais são registadas em Lisboa - embora apenas 27% dos 10,3 milhões de portugueses aí vivam. A variante delta já é responsável por mais de 70% em Lisboa (HNA, 29.06.2021).

As consequências, também para os emigrantes, são desastrosas: descrédito, casamentos desmarcados, férias anuladas, famílias não encontradas, desmarcações de muitíssimos turistas, etc. 

A vacinação e os testes negativos passam a não valer nada? Por um lado, uns a proibir de entrar em Portugal e outros a recomendar que os portugueses vão em magote até Barcelona para apoiar a equipa! Afinal, onde nos encontramos? A política contradiz-se: por um lado toda a gente é aconselhada a tomar a vacina e, por outro, quem tomou a vacina ou tenha teste negativo, tem de entrar em quarentena de 14 dias, ao regressar de Portugal!

Porquê tanta confusão e a quem servem as incongruências?

O descrédito cada vez se espalha mais e isto parece servir os interesses de poderes anónimos; doutro modo a razão começa a não chegar para explicar as contradições que se somam nas medidas que se tomam em relação ao SARS-CoV-2 e suas variantes.

De quem é a culpa?

A "culpa morreu solteira" e o seu cadáver flutua nos leitos dos rios, mas cada rio procura sentir o fedor nas margens dos outros.

É verdade que falta de responsabilidade não falta, mas, como tudo é virgem, ninguém a assume! O Primeiro Ministro português apenas constatou: “Nem tudo correu bem”.

A situação geral é realmente complicada e triste, mas mais que culpabilizar há que cada um assumir a responsabilidade no que toca ao seu âmbito, sem apontar o dedo para os outros.

Porém, já vai sendo tempo de tratar da saúde à pandemia!

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6608

 

ENCONTRO NA PANDEMIA

Hoje à tarde, à frente do computador , senti tristeza por não poder abraçar muitos familiares e amigos!
Os ventos da pandemia não parecem querer deixar-nos em paz; a frieza da sua aragem faz crescer em nós o desejo de nos envolvermos uns com os outros. 
 
Falta-nos ocasião para nos reunirmos, para rirmos juntos, para nos abraçarmos em silêncio e para nos mantermos em contacto humano a modos de sintonia que une alegria e dor! 
 
O quotidiano da vida parece não querer regressar. Talvez precisemos de uma pausa maior para nos irmos distanciando do consumismo e do homem velho que persiste em ficar!
 
No meio de toda a atrapalhação fica-nos tempo para reflectir a terra e o céu e para esperar que, com Deus, tudo desperte para a vida. 
 
Apesar de tudo, a brisa de Deus continua a soprar-nos no rosto deixando um rasto quente, um aroma de vida que lembra um fôlego comum a unir-nos na sua bênção. 
 
Bom Fim de semana

 António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6606

sexta-feira, 25 de junho de 2021

HOMOSSEXUAIS - DUAS MEDIDAS?

 

 UEFA recusou a Iluminação da Arena do Estádio de Munique com as Cores do Arco-íris

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou o Presidente da Hungria, Orban, alegando que a lei húngara estigmatiza os homossexuais. Por outro lado, a EU e a imprensa cala quanto ao agir do Emir do Qatar que os lança na prisão.

A crítica contra Orban faz-se sentir muito na Europa; contra o Emir do Qatar, não se ouve nenhum protesto para que o futebol mundial no Qatar não seja perturbado. O negócio não permite criticar o Qatar e por outro lado, a luta parece querer-se cingida à sociedade europeia.

Segundo noticia a imprensa alemã, o Parlamento húngaro aprovou há uma semana uma lei que restringe os direitos de informação dos jovens e crianças sobre a homossexualidade e a transexualidade. “A lei prevê a proibição de livros, filmes e outros conteúdos acessíveis a crianças e jovens em que a sexualidade retratada se afaste da norma heterossexual. Além disso, qualquer tipo de publicidade em que homossexuais ou transsexuais apareçam como parte da normalidade será proibida”.  O governo justifica o pacote legislativo como esforço de proteger o "direito das crianças à sua identidade de género concebida à nascença" (HNA 24.06.2021).

Pelos vistos a opinião pública europeia está a ser envolvida na luta do Género (Gender), também a pretexto do futebol como se houvesse países bons e países maus.

Estranho é o facto do aproveitamento de um jogo de futebol em Munique (Alemanha-Hungria) para se fazer dele um jogo de propaganda política, como se em Munique a Alemanha estivesse a jogar contra uma equipa de anti-homossexuais. Os políticos aproveitam-se oportunisticamente da boleia do futebol e de ONGs para tentar ganhar pontos em partes da população.  

A UEFA rejeitou um pedido do lóbi Gay para iluminar a arena do Campeonato Europeu de Munique com as cores do arco-íris (1). O empenho da política pela igualdade pressuporia como consequência lógica o boicote do Campeonato do Mundo no Qatar. Consequentemente teriam de ser questionadas as participações no Campeonato do Mundo e dos Jogos Olímpicos noutros países.

Para não se usar um padrão duplo em futebol, haveria que ser-se consequente e firme, ou ficar-se completamente fora dos assuntos de Estado de outras nações.

O clima já carregado politicamente não deveria ser transportado para o futebol. O Futebol deveria tornar-se num espaço cultural onde, em vez da prática de subornos e de lutas, se passe a substituí-las por jogos. O jogo possibilita a sublimação dos instintos baixos da pessoa e da sociedade.  

Há que criar eventos e formas de jogo social onde os bons ganhem sem desprezarem os outros e sem se considerarem, só eles, os bons da fita. Mais que ser contra algo importa ser-se a favor de algo! Não é justo classificar o outro para o pôr numa gaveta ou num canto qualquer.

Quem se aproveita da arena pública como se ela fosse mero campo de luta não deve esperar compreensão mesmo por parte de pessoas que defendam a sua causa. O lóbi Gay (LGBTIQ) abusa da sua força e deste modo prejudica-se também.

É de questionar uma política que, em vez de unir e integrar os diversos movimentos e interesses sociais, aposta na divisão da sociedade para mais facilmente a dominar. É uma pobreza de espírito usar-se o tema homossexualidade de forma polémica. Deste modo fomenta-se o formar de trincheiras. Cada um deve poder viver a sua sexualidade em paz sem que esta se torne em arma de guerra para dividir ou afirmar-se contra alguém! 

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6594

(1)     O Arco-íris apropria-se a  simbolizar união, construção de pontes no sentido de uma sociedade  mais justa, tolerância e empatia com todos, indiferentemente  da origem, crença ou género. A tolerância, respeito e solidariedade com diferentes comunidades sejam elas Gay (LGBTIQ) ou não, não justifica que qualquer uma delas se apodere do brilho do Arco-íris para atacar outras comunidades. O decisivo são as virtudes (acções) que as suportam.

terça-feira, 22 de junho de 2021

NOTÍCIAS NEGATIVAS ATRAEM MAIS A ATENÇÃO

 



O Abuso com as más Notícias nos Media

António Justo

As pessoas reagem mais fortemente às más notícias do que às boas notícias, segundo confirma um estudo da universidade de Michigan, na revista científica "PNAS" (1).

Os resultados oferecem a demonstração transnacional (experimentação feita em 17 países e 6 continentes) mais abrangente dos preconceitos de negatividade até ao momento, mas também servem para destacar uma variação considerável em nível individual na capacidade de resposta ao conteúdo de notícias”.

As notícias negativas atraem a atenção do humano deixando mais rastos no seu caminho; também por isso os jornais e noticiários das TVs se servem de tantas más notícias.

Um ambiente de Media (meios de comunicação socia) diversificado não deveria subestimar o público, deixando-se orientar pela tendência da massa nem por interesses meramente mercantis.

Em geral os "feitores" de notícias e as redacções dos jornais e TV conhecem a psicologia do ser humano. Talvez este, na sua reacção espontânea siga a lembrança ancestral dos tempos em que ainda vivíamos na selva, expostos a toda a espécie de perigos! Nos tempos primordiais, o perigo viria dos animais e atualmente parece vir do próprio homem.

Por isso reagimos primeira e primariamente a tudo o que pode constituir perigo ou que é negativo: a reacção de medo ou de indignação tornam-se naturais.

O que acontece em muitos Media mostra também observar-se em algumas áreas da arte! Aí faz-se uso do escândalo como método de activar a atenção para o instinto, reagindo por primeiro a emoção em alarme de defesa ou de ataque contra algo (a activação do sentimento de medo e de escândalo promete sucesso a quem o usa porque este está seguro de instigar a reacção!). O medo e os problemas da herança passada encontram-se presentes em todos nós, mas, por vezes, compensámo-los noutros sectores da vida do dia-a-dia!

Um grande abuso e injustiça, a que hoje assistimos e em que somos envolvidos, é a tendência de filmes e de agências noticiosas para se fixarem no negativo da História ou de acontecimentos; deste modo manipulam a consciência de massas indefesas que não têm, muitas vezes, pré-informação suficiente de assuntos complexos, mas que são apresentados de maneira a serem compreendidos só a preto e branco.

No “ar do tempo” que nos envolve, a aragem parece arrastar-nos a fixar-nos no negativo; pondo-nos numa atitude de autodefesa,  talvez para irmos tendo a sensação, como o homem primitivo, de que o perigo vem de fora; ao registarmos que o perigo está fora ficamos com a sensação que nos encontramos acolhidos em lugar seguro!...

Precisamos de uma cultura da benevolência e da esperança que não abuse do medo nem do instinto primário. Ao continuarmos a mesma estratégia de in-formação pela negativa somos levados a viver num cenário de ameaça, com o risco de assumirmos a  atitude do melro que no jardim vai picando a terra para descobrir a minhoca que quer comer e, a cada bicada que dá, levanta a cabeça, olhando à esquerda e à direita, antes de se atrever a nova bicada.

O medo e o perigo movimentam em nós mecanismos de defesa que, por vezes fomentam a necessidade de controle de tudo e de todos! O medo e o perigo, criam em nós o inimigo e fomentam o outro como adversário.

Em tempos sentidos perigosos é dada mais atenção à negatividade. O bem que fazemos (optimismo) passa desapercebido e o mal fica fixo no horizonte da observação (pessimismo). Uma criança que não sentiu o calor do coração humano num regaço humano e uma sociedade determinada pelo egoísmo fixado nas necessidade primárias, naturalmente sofrem e desenvolvem um horizonte  sobretudo pessimistas refugiando-se  numa atitude de autocontrolo e de controlo social numa cultura virada para a morte!

Qual será o selo branco, a estampagem, que nos leva a caminhar em direcção contra o sol e nos leva a ver a realidade do que nos envolve, dentro da própria sombra? A falta original já foi remida; seria agora a hora de começarmos a andar em direcção à luz!

António CD Justo

Reflexões, Pegadas do Tempo,https://antonio-justo.eu/?p=6590

(1)     https://www.pnas.org/content/116/38/18888 

segunda-feira, 21 de junho de 2021

NÃO HAVERÁ PASSAPORTE PARA ANTISSEMITISMO

 A Alemanha vai mudar a lei da naturalização

A coligação SPD - CDU/CSU em Berlim acordou fazer uma mudança na lei da cidadania. No futuro, infracções antissemitas, e crimes racistas tornar-se-ão motivos de exclusão da naturalização (1). Para muitos, na população, tais crimes deveriam conduzir à expulsão do país.

Esta atitude do Governo é a consequência "dos intoleráveis tumultos antissemitas" (2) que houve em Maio na Alemanha.

O especialista da CDU M Milddelberg em questões interiores explicou a necessidade do endurecimento da lei da cidadania dizendo: "Se a existência do Estado de Israel é uma razão de Estado alemã, esta deve ser reconhecida, em todo o caso, na lei de naturalização" ("Qualquer pessoa que incite publicamente contra os judeus, questione a existência do Estado de Israel ou queime a bandeira israelita não deve tornar-se cidadão alemão").

Já chega de contabilização do extremismo entre a esquerda e a direita; isto apenas o trivializa.  O antissemitismo importado do mundo árabe; este não deve ser desculpado pelo facto de vir de estrangeiros! O antissemitismo acentuou-se bastante a partir de 2015 (ano em que a Alemanha recebeu um milhão de refugiados de países onde não existe o mapa com Israel). O sentimento antijudaico e anti-israelita tem aumentado desde 2016 e ameaça a paz interna, argumentam vários políticos.

A nova regulamentação da lei de naturalização referir-se-á apenas a criminosos condenados e não incluirá outros actos antissemitas.

A coligação governamental em Berlim pretende também, antes das férias de Verão do Bundestag, conseguir no Parlamento, a proibição do uso das bandeiras do Hamas. Deverá assim ser possível criminalizar a disseminação de material de propaganda e o uso de símbolos de organizações terroristas.

 António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6587

(1) https://www.juedische-allgemeine.de/politik/keine-einbuergerung-von-antisemitischen-straftaetern/

(2) https://www.tagesschau.de/inland/antisemitismus-strafen-101.html

 

sábado, 19 de junho de 2021

HOMEM DO DIA – ANTÓNIO GUTERRES

António Guterres (72 anos) foi reeleito por unanimidade como Secretário-Geral da ONU para um segundo mandato até final de 2026 à frente da ONU.. A Assembleia Geral das Nações Unidas, com o apoio do Conselho de Segurança, nomeou-o por unanimidade.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente em Nova York na tomada de posse.

 Entre os desafios futuros que Guterres tem de enfrentar são os conflitos na Síria, Líbia, Iémen e Myanmar e  a crise climática.

Guterres professa-se como "multilateralista devoto, mas também português orgulhoso" e como tal “construtor de pontes" !

Guterres reúne nele alguns predicados universais que Portugal aprendeu nas suas andanças pelo mundo e como tal a ser diplomata por natureza!

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6583