A NAÇÃO NA HORA DO ARREPENDIMENTO
E DA MUDANÇA
A Justiça está a mudar de Atitude
– Quando começa a Política?
António Justo
Não se pode ter uma justiça açaimada toda a vida… Mas a
boa vontade da Justiça fica de mãos atadas e de olhos vendados, se a Política
não tiver boa vontade e coragem de criar legislação bem vedada que não permita
fugas para a corrupção.
A doença do
socratismo, um misto de distúrbio bipolar e de Bordaline, como
durante a sua regência escrevi, é o resultado de um modo de vida individual
e nacional generalizado… (A sua repressão sobre jornais, licenciatura,
Freeport, destruição das escutas, nacionalização do BNP e influência em todos
os outros com excepção do BPI só podia ser efectuada sob influxo de outros
‘Boys’). Quem acusa os Media, de revelarem o que não deviam, vive ainda no
mundo socratista, é renitente e não quer evolução. Sem informação política
aberta, o público não pode julgar, ou vai julgando conforme o que se lhe vai
disponibilizando.
O fenómeno Sócrates foi possível
porque as nossas instituições o geraram, porque muitos dos seus comparsas não
eram seus amigos mas sim amigos da onça. Não o ajudaram então com a crítica
amiga que precisava e agora saem para o adro da nação com o guarda-chuva do
“rogai por ele” que não passa de um “rogai por mim” discreto, enquanto, na
procissão, o povo continua à chuva.
Chegou
a hora de ganhar o pão com honra e com o suor do próprio rosto tal como faz a
maioria do povo
Em eras passadas, a burguesia
sofria de corrupção passiva enquanto a classe do 25 de Abril e da EU sofre de
corrupção activa, mais motivada e fundamentada em ideologias e nas finanças do
que no Homem e na economia real. Por isso é uma corrupção ilimitada destruidora
da pessoa e das mais venerandas instituições. A corrupção passiva é como as
bactérias que podem ser atacadas com antibióticos, a corrupção activa é como os
viros, não tem cura, não há antibióticos para tal, alastra se não se isola.
Portugal encontra-se
no mar alto; esta não é a hora de se comerem uns aos outros, mas sim de
despejar ao mar a carga da corrupção que o sistema leva a bordo. A
Justiça parece começar a ganhar coragem. Os partidos precisam de se purificar e
o povo necessita de ganhar força para Portugal estar preparado para tomar
decisões arrojadas numa altura em que a EU e os USA se preparam para
neutralizar a voz da democracia, com a voz dos do grande capital internacional,
no acordo em preparação APT ou TTIP. Só um país sério terá autoridade para se
opor à corrupção em preparação nos núcleos do poder mundial.
Para quem tudo é relativo, não há
verdade que o sustenha, dado a escuridão da mentira passar a cobrir a verdade.
A oligarquia política não pode continuar a abusar do Estado de Direito; seguir
a marcha até agora percorrida é destrui-lo.
Esta
seria a hora do arrependimento e da mudança nos Meios de Comunicação Social
O andor, da história da moral e
da política, tem sido transportado por muitos imorais. Como nos finais do
império romano, também hoje continua a ser condenado Cícero para se manterem os
Catilinas demagogos, os pára-costas dos grandes núcleos do capital
internacional que procuram minar a autoridade dos Estados e o poder das
democracias. Também os Media têm de se purificar para que os Catilinas
desonestos não encontrem amplificação na opinião pública.
Para o
jornalista José António Saraiva, director do Jornal SOL, José Sócrates é ‘o
Vale e Azevedo da política’; pelo que investigou, José Sócrates controlava o
grupo RTP do Estado, influenciava a Controlinvest que inclui o Diário de
Notícias, o Jornal de Notícias, a Máxima e a TSF e mantinha “relações
estreitas” com a Ongoing detentora do Diário Económico; fez a tentativa de
compra do “grupo TVI” que tem a Lux e a Rádio Comercia. “Só fugiam ao controlo
do Governo o grupo Imprensa, liderado por Balsemão, e o grupo Cofina, de Paulo
Fernandes.” Sócrates tentou fechar o SOL (através do BCP accionista do jornal)
que tinha denunciado os casos Freeport, Face Oculta e Tagusparque. Se não fosse
a ruína das contas do Estado e a ronda da Troica o homem poderia vir a
conseguir tanto poder como Salazar.
Quase não há um jornalismo
investigativo e quando o há, como no caso do jornal Sol, recebe insultos e
perseguições… No 25 de Abril, jornalistas foram saneados e foram instalados
outros conformes ao sistema mas, como se vê, prejudicando o Estado e a nação.
Os corruptos do poder contagiaram a TV e outros Media. Como podem pessoas com
ordenados corruptos informar objectivamente sobre corruptos e sobre corrupção?
Esta
seria a hora do arrependimento e da mudança na política
Tocaram no nervo da nação. Os
partidos deviam aproveitar a ocasião para saldar as contas dos membros
abusadores. Portugal precisa de todos os partidos mas defenda-se o partido mas
não os seus oportunistas, nem os que abusam dele! O que está em causa são as
instituições que produzem tais corruptos; quem os defende não quer bem ao
partido. Falta visão e capacidade crítica! Se alguém toca nos interesses dos
amiguinhos é logo olhado de lado e condenado ao ostracismo. Portugal chegou
onde se encontra devido a uma inteligência facciosa condicionada aos amigos!
Precisa-se de uma outra forma
socialista de ser e de estar, precisa-se de uma outra forma de ser e de estar
da social-democracia e de outros partidos. Urge uma democracia atenta e
viva que exorcize os demónios que o regime produziu.
O PS português nunca teve tanto
poder na sua mão como na era de Sócrates. Os resultados mostram que em Portugal
se torna perigoso um governo de maioria absoluta.
Esta
seria a Hora do Arrependimento e da Mudança na Mentalidade do Povo.
Um país cego e
surdo-mudo, deixou-se iludir e agora sofre de desmame. Depois da bebedeira,
encontra-se em ressaca. A ilusão não suporta a desilusão de
poder olhar para a as estrelas que não se querem cadentes. Muitos, não
interessados no desmame, para desviarem as atenções da droga do próprio partido
(à imagem de Soares), querem dar a culpa ao Juiz…. O que é motivo de crítica
para uns é motivo de defesa para outros, a corrupção não conhece outras
alternativas.
A sabedoria popular revela uma
certa propensão para a corrupção, na maneira como, quase com afecto e
compreensão repete: "Quem parte e reparte e não fica com a maior parte, ou
é tolo ou não tem arte"; outro provérbio popular do género: "Ladrão
que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão". Pelos vistos esta “sabedoria”
é ancestral. Uma doença crónica torna-se muito difícil de curar.
No meio de tudo isto, o povo
também não pode levantar muito a cabeça dado ter-se comprometido nos desvios de
fundos europeus que se destinavam à formação profissional e em que os
organizadores dos cursos, elaboravam listas de presenças falsas, com nome de
povo, para, em vez de darem as aulas de formação, arrecadarem o dinheiro sem
ter prestado serviço.
Urge superar o estado de uma
nação traumatizada, sempre a olhar para o lado com medo de falar, não seja o
caso de estar o amigo concorrente perto. Trata-se de restabelecera dignidade da
pessoa, das instituições e do Estado.
António da Cunha
Duarte Justo
Jornalista