segunda-feira, 27 de junho de 2016

O PROCESSO DE DIVÓRCIO DA GRÃ-BRETANHA COM A UNIÃO EUROPEIA DURARÁ PELO MENOS 2 ANOS



Cameron semeou Democracia e agora o Mundo colhe os seus Frutos

Por António Justo
“Castigue-se o desertor”, gritam os europeístas! “Parabéns ao desertor” gritam os nacionalistas!

A União Europeia e a Grã-Bretanha recebem agora a factura da arrogância da sua classe política. Cameron semeou democracia e agora ela ondula pela Europa à maneira das searas em dias de ventania. Os adeptos do politicamente correcto procuram, com a sua música acompanhante, desviar a bola para canto difamando a voz do povo como sendo desafinação de populistas. 

Bruxelas avisou Londres para apresentar já a declaração de saída e assim não “tomar todo o continente como refém”, e assim não prejudicar ainda mais a UE e não contagiar outros membros que já flertam com a ideia da saída. A negociação do acordo encontra-se sujeita a vários entraves pelo facto do Brexit ter de ser ratificado pelas Câmaras britânicas. O requerimento de aplicação do artigo 50 da EU que dará início ao processo de saída, se não acontecer algum improviso até lá, será certamente iniciado em Novembro-Dezembro, a não ser que os interesses dos conservadores europeus sejam vencidos pelos interesses da esquerda. 

Cameron para defender os interesses do partido conservador e os interesses económicos da Grã-Bretanha pretende só abandonar o governo em Outubro. Pretende assim que o processo de divórcio só seja solicitado depois de haver novo chefe de governo. O processo de divórcio durará 2 anos como prevê o artigo 50, a não ser que algum país não esteja de acordo e então o prazo seria prolongado, como opinam os especialistas. Ângela Merkel já deu sinal de compreender a intenção de Cameron em querer adiar o início do processo de divórcio; políticos de outros partidos alemães não acham oportuna a posição de Merkel. Os britânicos, encontrem-se em que posição se encontrarem, conseguirão sempre condições especiais para o seu país, tal como faziam já na EU e ao longo da história com Portugal. É um povo fino e pragmático!

O Busílis da questão
A França e outras forças reformistas não poderão deixar adiar muito o processo; doutro modo a resistência popular interna e contra a UE aumentará. É o que se diz pela europa fora: o desertor tem de ser castigado para se estatuir um exemplo para outros países que seriam tentados a imitá-lo.


A Alemanha estará interessada na realização de um acordo de comércio livre entre a UE a GB antes do divórcio se realizar definitivamente. Com o Brexit as economias de muitos países ressentir-se-ão e as consequências serão incalculáveis. As Finanças internacionais e os operadores mundiais começam a duvidar da Europa como lugar estável de investimento. A UE perde peso e a instabilidade, devido a um conglomerado de factores acentuar-se-á. O movimento europeu de forças a operar em sentido contrário à filosofia da globalização reage agora no sentido do protecionismo nacional contra um centralismo só orientado pelas leis de um mercado livre que não respeitava identidades nacionais, não respeitava povo, nem sequer a sua cultura com os seus lugares sagrados  de refúgio.

A GB continuará a ser a Capital das finanças do mundo, tem bomba atómica, tem assento no Conselho de Segurança da ONU e tudo isto toca com muitos interesses comuns!

Estudos prevêem que o Pfund desvalorizará até 20%. A GB perde a vantagem competitiva que lhe advinha pelo facto de pertencer à UE. O centro financeiro Frankfurt ganha mais relevância.

Com a saída da Grã-Bretanha, a UE passará a investir mais no armamento para com o tempo criar um exército europeu. O exército alemão, na intenção de políticos, já pensa em abrir as suas portas a candidatos da UE. 

O busílis da questão vem ainda do facto de 62% dos escoceses terem votado pela permanência da GB na EU. Deste modo o referendo de 1914 sobre a independência da Escócia em que 55% tinham determinado a permanência na Grã-Bretanha, passa a ser maculatura, legitimando um novo referendo sobre a independência da Escócia, como pretende o seu governo. Para alguns, isto poderia motivar as instituições britânicas a não ratificarem o referendo. Nesse caso seria pior a emenda que o soneto. A Áustria já avisou que quer uma UE reformista e sem a Turquia. A França, a Chéquia, os Países Baixos têm fortes movimentos cívicos que ameaçam com a saída da UE. Em Portugal também surgem vozes da esquerda radical nesse sentido mas isso não passa de conversa fiada, própria para entreter a as emoções da sociedade portuguesa.
 
A UE mesmo com a saída da Grã-Bretanha continua a ser o bloco económico mais forte do mundo. Numa era de concorrência entre civilizações e grandes economias o vento delas não sopra em favor dos biótopos culturais nem das nações. Geralmente segue-se a regra de primeiramente encher o estômago e só depois a moral.

Há ainda um outro problema que a UE terá de levar a reboque por mais tempo! São os milhares de empregados britânicos nas instituições da UE. Bruxelas já disse: “Eles são funcionários da UE.  Eles trabalham para a Europa”. Quem terá de pagar depois as suas deliciosas pensões terá de ser ainda negociado.
António da Cunha Duarte Justo
  
Para compensar:

PORTUGAL GANHOU – COM UMA ACTUAÇÃO TÁTICA DE MESTRIA – SERIA DE PROPOR O TREINADOR FERNANDO SANTOS PARA PRIMEIRO-MINISTRO!...
Portugal 1 Croácia 0
Hoje Portugal mostrou que não só tem bons jogadores mas que também tem uma boa comunidade de jogadores.
O grande arquitecto da partida de hoje foi Fernando Santos. Portugal ganhou o jogo devido à sua nova tática de jogo que desorientou jogadores croatas.
Ronaldo, Quaresma, Pepe e Renato congregaram as forças da equipa e deste modo conseguiram furar a forte defesa croata!

Fernando Santos, com a nova tática mereceria ser primeiro-ministro. Então todo o Portugal estaria em forma.
AJ

3 comentários:

António da Cunha Duarte Justo disse...

Houve uma gralha na menção do referendo escocês: 1914 em vez de 2014.

Anónimo disse...

Li com muito interesse os teus comentários sobre o Brexit e consequências.

Surpreendeu-me ler que na opinião de alguns políticos, o Exército alemão já pensa aceitar candidatos não alemães.
Será que não tem candidatos suficientes entre a juventude alemã?
Maria Manuela

António da Cunha Duarte Justo disse...

O problema da Alemanha não será tanto da falta de recrutas. O anúncio público de aceitação de candidatos não alemães para o exército alemão traz água no bico! Muitas vezes começa-se por se dar uma informação para testar a opinião pública. Esta informação foi dada e pelo que pude observar não sofreu críticas relevantes na imprensa, o que me leva a concluir que o teste passou na sociedade alemã. Quanto ao segundo passo de formação de um exército europeu, já não haverá grande obstáculo porque a Alemanha já poderá terá dado o exemplo com a europeização do próprio exército.