quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

POR UM PORTUGAL LIVRE E COM MENOS NEVOEIRO


É um prazer ler e meditar o poema “Nevoeiro” de Fernando Pessoa que coloco a seguir e que retrata o estado da alma de Portugal, já há muito tempo enevoada e triste. Não será o barulho do arraial nem o orgulho balofo de uma população em fila a seguir o andor de um Estado confundido com a nação, que ajudam Portugal. Portugal terá de ser mais que uma nuvem ou um sentimento que passa.

“NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!
Valete, Fratres.”
Fernando Pessoa

Fernando Pessoa bem avisa “É a hora!” Mas a hora de despertar não chega e no escuro até os satélites brilham e como estes brilham demais, o povo não vê mais. Irei ainda hoje elaborar esta ideia em poesia e coloca-la amanhã aqui.
Obrigado pela vossa atenção.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Espírito no Tempo

11 comentários:

Anónimo disse...

Belo e profético!
Alaya Torga
Fb

Anónimo disse...

Sem nevoeiro eu até acho que sim, mas… LIVRE?
Silvino Dos Santos Potêncio
Fb

António da Cunha Duarte Justo disse...

Livre nunca foi mas a propaganda abrilista pretendeu passar o engano! Foram tão eficiêncientes que muito boa gente até tem medo de manifestar-se mesmo sem estarem a beneficiar do sistema com algum cargo ou esperança dele!

Anónimo disse...

Já não é nevoeiro… São nuvens super carregadas e não se vislumbra nem um arco íris.
Maria Carolina Almeida

António da Cunha Duarte Justo disse...

Arco-íris é ainda possível no sonho e na natureza!

Anónimo disse...

Absolutamente correcto Amigo António Justo… mas o pior cego é aquele que não quer ver!… Infelizmente o POVO continua Cego, Surdo… e Muda de opinião ao sabor da maré!
Silvino Dos Santos Potêncio
Fb

António da Cunha Duarte Justo disse...

O povo sente-se tão fraco e inconsscientemete atemorizado que não pode levantar cabelo. Mas a sua expressão e reacção é instintiva. Sabe que na nossa república se instalou um corporativismo que não conhece povo nem nação, apenas conhece população e Estado de que se serve! O corporativismo não está interessado em apostar no povo; é mais servido se continuar a iludi-lo. Trata-se de uma questão de divisão e distribuição de interesses a serem beneficiados. O resto é fogo de artifício!

Anónimo disse...

Mas,Justo,justamente Portugal segue na procissão,rezando.Somos um país que reza de+++,acredita de++++tolera de++++,somos os reis da basbaquice.Mas, esta enchorrada (ih,danou-se,é com x,kkk)de virtudes não nos concedem a primazia de nada…. O mundo está assim,ficou,assim…. e quem não sabe rezar vai se ….
Gabriel Cipriano
Fb

António da Cunha Duarte Justo disse...

Tudo vive e se motiva pela fé, tudo se motiva pela sua crença. À crença não escapa nenhum humano, mesmo aqueles que crêem que não crêem!. Importante será respeitar as crenças e os diferentes saberes sabendo que com o mais saber cresce o saber do que mais falta saber.

Anónimo disse...

Gabriel Cipriano Parabens,Justo,vc fez o resumo do "quanto mais sabia que sabia..." legal.Muito,mesmo.

António da Cunha Duarte Justo disse...

Sim, Gabriel Cipriano,
Este deveria ser o resumo e a conclusão a que poderia chegar toda a pessoa de boa vontade e que conhece um pouco da fragilidde da estrutura do pensamento humano e da realidade em si.