terça-feira, 4 de janeiro de 2011

PORQUE SÃO CRISTÃOS OS MAIS PERSEGUIDOS EM TODO O MUNDO?


PERSEGUIDOS POR PALAVRAS E OBRAS
Atentados Suicidas em Igrejas mataram inúmeros Cristãos na Época do Natal

António Justo

A perseguição aos cristãos matou mais pessoas nos últimos cem anos do que em toda a sua História anterior. O anti-cristianismo raramente é tematizado nos Meios de Comunicação Social pelo facto de os cristãos não se defenderem e assim não se tornarem públicos. Na linguagem corrente o conceito “anti-cristianismo” não é usado. O que não existe nos conceitos não existe na consciência do povo!...

Os cristãos são o grupo mais perseguido do mundo. São alvo de racistas e de pretensos anti-racistas. No mundo árabe e asiático são vítimas de assassinos, perseguição e racismo. Entre nós são vítimas da arma da palavra ou do esquecimento. Tornou-se chique, na opinião publicada e em conversas privadas, ser-se anticristão, anti-papa ou até justificar-se os ataques à bomba de hoje com o passado, como cruzadas, etc. Uma luta cultural insidiosa de militantes do secularismo contra o catolicismo/cristianismo procura atribuir, tudo o que houve de abominável na história política e económica, aos cristãos e não ao cidadão ou ao governo secular de então. Sem se diferenciar, reduz-se o Cristianismo a um bidé onde se lavam as próprias impurezas.

Tornou-se chique falar de anti-semitismo, de anti-arabismo, anticomunismo, de racismo contra ciganos mas não é chique falar-se de anti-cristianismo ou de anti-catolicismo. Vê-se o argueiro no olho dos outros mas não se nota a tranca que se tem nos próprios olhos. Atacam-se os outros para se defender os seus. O anti-cristianismo é descurado nos Media porque os cristãos não se defendem e porque os extremistas do secularismo iluminado precisam do catolicismo como área de projecção, como terreno inimigo a combater. Quem não tem o Islão e outros como inimigo precisa do cristianismo como adversário. O racismo cultural solidariza-se contra os preconceitos contra minorias de outras culturas e aninha-se na própria cultura numa opinião publicada enegrecedora do Cristianismo e falsificadora dos factos. Vive-se bem da mentira das meias verdades. Facto é que o Homem tem em si partes divinas e partes diabólicas independentemente de seu ser de cristão, maçónico, comunista ou capitalista, etc.

Mede-se com duas medidas.
O que acontece de mau nos países muçulmanos é visto como obra de extremistas, porém o que aconteceu de mal na História passada é visto como obra dos cristãos. Na nossa sociedade, a difamação de minorias é vista como preconceito, enquanto a difamação de maiorias é legitimada ou aceite. Falta o conhecimento e humanidade. O preconceito contra o Islão deixa de o ser quando se expressa contra os cristãos.

Os Media nos seus títulos falam de “violência depois do atentado na Igreja”; as pessoas assassinadas na Igreja escrevem-se em letras pequenas e à margem da notícia.

PORQUE SÃO OS CRISTÃOS O GRUPO MAIS PERSEGUIDO NO MUNDO?

O Cristianismo é um factor desmancha-prazeres para detentores do poder e carreiristas. Ele coloca o interesse da pessoa no centro e em segundo plano os interesses de economias, ideologias, culturas e estruturas sociais. Todas as estruturas do poder não se sentem bem ao verificarem que uma estrutura global, como o Catolicismo, se erga, globalmente, como voz das pessoas sem voz. Muitos poderosos, especialmente na África e na Ásia, constatam que onde os cristãos estiveram, a democracia, a liberdade política e religiosa, os direitos humanos começaram, por primeiro, a germinar, apesar da corrupção inerente à pessoa. Isto complica-lhes o domínio.

O cristianismo não pertence a nenhuma cultura, raça, sistema ou ideologia; o seu lugar é o Homem e o seu Deus encontra-se no interior de cada pessoa independentemente de confissões religiosas e da crença em Deus. Isto perturba e torna-se numa “ameaça” para quem quer fazer o seu negócio, sem problemas de consciência, à custa da pessoa. O cristianismo é perseguido em toda a parte porque é mais que uma crença, é mais que uma religião. Ele é a religião, a filosofia, do Homem individual integrado na comunidade universal sempre a caminho e sempre em revelação! Consequentemente a dignidade humana encontra-se no Homem e não fora dele; ela não se encontra na cultura, na Constituição, na religião nem na nação. O lugar de Deus é o Homem! Isto perturba todas as estruturas e ideologias. Por isso estruturas e sistemas de poder da humanidade passarão mas o cristianismo não passará. Tudo o que verdadeiramente serve o Homem no seu ser humano, permanecerá, o resto passará. Assim, as estruturas e as formas do poder serão sempre relativas e passageiras e os poderosos encontrarão a barreira do Homem, com a sua dignidade, ao seu poder. As culturas, os partidos, as formas de governo passarão, o cristianismo, no que tem de matriz humana e cósmica não passará. Naturalmente que muitos cristãos e não cristãos só conhecem e se interessam pelo folclore cristão. Esta é também uma realidade humana.

No Natal foram assassinados 86 cristãos na Nigéria; nas Filipinas, devido a um atentado à bomba, foram feridas 11 pessoas numa missa de Natal; no Iraque no Natal houve atentados a casas de cristãos e foram impedidas as missas devido a ameaças de islamistas; na passagem de ano, no Egipto, com um atentado a uma Igreja foram mortos 21 cristãos e 97 feridos; no Paquistão donzelas e mulheres cristãs são violadas por muçulmanos para assim ficarem estigmatizadas como “impuras” na sua cultura. Meninas cristãs de 12-13 anos são violadas por muçulmanos, ficando assim impedidas de casar. Por estes e outros meios se impede a proliferação dos cristãos. O maior problema está no facto de tudo isto acontecer no meio do povo sem uma palavra que se levante em defesa dos inocentes. Segundo o Corão todos os meios que sirvam o Islão são legítimos.

O atentado assassino do Egipto é atribuído a uma rede de terror de fora do país e o governo egípcio fala como se os cristãos coptas do Egipto não fossem discriminados. Por um lado são discriminados e por outro lado, procura-se através de ofertas de dinheiro e de ofertas de perspectivas profissionais levá-los à conversão, como me testemunhava um estudante egípcio na Alemanha. No momento em que os muçulmanos atingem 50% da população duma região ou país, passam à ofensiva, exigindo a independência e discriminando os outros com as suas leis de maneira a torná-los minoria. No sentido islâmico, a História da perseguição muçulmana nos países onde dominam é uma História de “sucesso”, como mostra a perseguição da Turquia aos cristãos com o holocausto aos cristãos arménios. Nos últimos 100 anos, a Turquia conseguiu reduzir os cristãos de 25% da população para 0,1% actualmente. A discriminação no Sudão, no Egipto e muitos outros países segue a mesma lógica. No Iraque a perseguição em curso contra os cristãos conseguiu reduzi-los de 1,5 milhões para menos de meio milhão.

Países islâmicos tornaram-se no Inferno ou pelo menos no Purgatório dos Cristãos embora esses países sejam a sua terra natal. Os nossos políticos não acreditam no “Inferno”, por isso não há uma perspectiva de paraíso para eles, nos países em que são perseguidos.

O filósofo judeu Bernard Henry Levy constata que “os cristãos formam hoje, à escala planetária, a comunidade perseguida da forma mais violenta e na maior impunidade.” Esta realidade é calada e até justificada, como se todo o mal do mundo fosse culpa dos cristãos. Esta realidade tem de ser calada para se ter uma “boa consciência”!

António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com
http://antonio-justo.eu/

8 comentários:

Anónimo disse...

Caro Amigo António Justo

Foi muito bom teres pegado neste tema. Realmente não houve manifestações a lamentar o que tem
acontecido ultimamente.
Expuseste a realidade de uma forma muito clara e com dados estatísticos que convém dar a conhecer.
Obrigada por teres dado voz aos Cristãos perseguidos!
Saudações da

M. Manuela

Anónimo disse...

Até se aplicar o que está no Antigo Testamento (Olho por olho, dente por dente). De resto, o melhor seria: “Para malandro, malandro e meio”. Eles matam 100; nós devíamos, pelo menos, liquidar 150. Se fossem 1.500, melhor seria! Os islamistas, segundo o Corão, quando são abatidos, vão parar logo ao Paraíso. E, se forem homens, recebem logo, pelo menos, 30 jovens virgens!

Anónimo disse...

Os mais de dois mil milhões de cristãos têm, pois, de formar uma força impulsionadora de uma nova ordem económica mundial com base na justiça.”

António da Cunha Duarte Justo disse...

Exactamente: „Os mais de dois mil milhões de cristãos têm, pois, de formar uma força impulsionadora de uma nova ordem económica mundial com base na justiça.” O problema é que o cristianismo parte da renovação individual para depois se possibilitar a “revolução” social. E geralmente cristãos que chegam ao poder não entenderam nada de cristianismo ou preferem distinguir entre cristão e cidadão!
Um abraço
António Justo

Anónimo disse...

Professor Antínio Justo,
o problema é que a exploração e opressão do homem pelo homem não é um problema individual mas assenta num sistema que se chama capitalismo. É por isso que vemos tantas figuras políticas afirmar uma coisa na oposição e quando chegam ao governo fazem exactamente o contrário. Este sistema assente na exploração do homem pelo homem tem de ser ultrapassado. Tem de haver um ruptura histórica. O Homem tem de descobrir a maneira de viver em civilização, sem guerra nem violência respeitando os direitos de todos à alimentação, ao trabalho, às necessidades e ao desenvolvimento cultural e espiritual, aos cuidados de saúde sem que isso dependa do interesse lucrativo de entidades estranhas e com interesses egoístas radicalmente opostos à vida em sociedade. Sem isso qualquer acto que tenha uma dimensão unicamente individual e não ponha em causa o sistema que gera a injustiça é uma declaração de boas intenções mas não impede a injustiça. Veja como em Portugal aqueles que provocam e promovem a miséria com as medidas que tomam diariamente são os primeiros a deixar cair umas lágrimas pelos pobrezinhos.

António da Cunha Duarte Justo disse...

Certo,
O problema é que todos os sistemas até hoje, chamem-se eles capitalista, socialista ou democracia/partdidocracia falharam em relação à humanidade e ao homem todo. A experiência até hoje resume-se, simplificando: tudo o que vem de cima é violento. Não existe nenhum homem puro e menos ainda um grupo puro capacitado para impor o bem à humanidade. O vírus encontra-se em cada pessoa. Por isso penso que o importante será a revolução cultural individual (revoluç1bo da consciência individual e comunitária), a metanóia que através da mudança da pessoa a leve a ser humana e capaz de criar estruturas humanas. O resto é o costumado jogo do rato e do gato dos que se apoderam dos governos.

Anónimo disse...

Professor António Justo,
Com certeza que também já se apercebeu como eu próprio que nestes últimos anos o nível cultural da imprensa, da televisão, em fim, dos meios de comunicação em geral caiu muito. Cada vez há mais sectores da nossa juventude e de toda a sociedade que agem de uma forma bastante agressiva e sem consideração pelos outros. Mas se repararmos bem, é esta a imagem que diariamente nos entra pela casa a dentro. O herói é aquele que destrói e aniquila o outro. Isto faz parte de uma ideologia inerente ao sistema. É evidente que a perfeição não existe. E que todo o ser humano está sujeito ao erro. Mas há limites. Quando a realidade nos mostra que algo tem de mudar sob pena de nos destruirmos a nós próprios isso só acontece com um esforço colectivo e não pelo salve-se quem puder.

António da Cunha Duarte Justo disse...

Sim,
Tanto capitalismo como esquerdas e direitas nos governos estão cada vez mais interessados em terem um povo de cultura TV. Um povo de generalistas de opinião. Um analfabetismo opinioso! O ensino e conteúdos de aprendizagem cada vez são menos sérios e proletários no sentido pejorativo da palavra. Assiste-se à socializaç1bo da mediocridade. Importa-lhes ter cidadãos à disposição sem capacidade para pensar pela própria cabeça e não preparado para poder avaliar!
Boa noite Democracia!
Um abraço justo
Justo