quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

O DIA 8 DE DEZEMBRO FOI CELEBRADO DURANTE MUITOS SÉCULOS COMO O DIA DA MÃE

A celebração da festa universal já havia sido decretada em 1476 pelo Papa Sisto IV.

Em 25 de março de 1646, o rei D. João IV para agradecer a Independência de Portugal em relação à Espanha, declarou Nossa Senhora da Conceição, como padroeira e rainha de Portugal. Desde este dia, mais nenhum rei português usou coroa na cabeça, privilégio que estaria disponível apenas para a Imaculada Conceição.

Atualmente o dia da mãe em Portugal e nos PALOP é comemorado no primeiro domingo do mês de maio.

Maria "semper virgine", começou a ser mais abordada sobre o aspecto racional desde o Iluminismo do século XVIII/19; ao ser abordada não só como acto de fé mas como acto racional de crença tornou-se numa irritação.

Como dogma católico só foi determinado no dia 8 de dezembro de 1854.

A gravidez espiritual de Maria através do Espírito Santo independentemente, da fé tem um significado teológico! Cristo tanto é verdadeiro Deus como é verdadeiro homem.

O milagre biológico (católicos e muçulmanos) e o significado simbólico complementam-se. Os textos bíblicos são para serem entendidos como palavra de Deus e como tal numa perspectiva de fé. Nascidos da vontade de Deus que não da carne (poder humano): "nascidos não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1:13).

Compreender tal declaração de fé biologicamente pode tornar-se num grande mal-entendido. Fé e razão não devem ser misturadas ou mesmo confundidas uma com a outra. A razão circunscreve-se numa lógica só causal.

O Papa Leão o Grande (c. 400-461) ajuda a abordar o tema sob a perspectiva da fé ao dizer "Quem renasce em Cristo… é transformado pelo novo nascimento num novo homem, uma vez que o caminho da velha descendência lhe é cortado. Ele já não é considerado apenas como a descendência do pai em carne e osso, mas sim como a descendência do próprio Salvador, que se tornou assim o Filho do homem, para que nos tornássemos filhos de Deus". (1)

Deus tornou-se homem, como já salientado pelo Concílio de Nicéia em 325, e não adoptou simplesmente uma criança humana como seu Filho. A confissão da virgindade de Maria na concepção exclui assim qualquer acto de procriação puramente humano. O teólogo Karl Rahner diz que a virrgindade "ocupa um lugar relativamente secundário na hierarquia das verdades". Na encarnação do seu Filho, Deus estabelece um novo começo radical que os seres humanos não podem fazer para si próprios. A confissão da maternidade virgem exprime este mistério de forma muito enfática.

Parabéns a todas as mães

António CD Justo

Nota em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6921

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